Nos dias 06 e 07 de junho, o Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PPGCSA-UEPG) realizou a primeira Jornada de Internacionalização, que aconteceu no Laboratório de Integração Tecnológica em Ciências Humanas e Sociais (Litec), no campus Uvaranas.
Para a coordenadora do PPG, esta foi uma oportunidade para ultrapassar as fronteiras – as do conhecimento e as geográficas. “É um momento em que a gente consegue acolher novos alunos de diferentes países, ao mesmo tempo em que eles nos acolhem”, comenta Lislei Preuss. E completa: esses momentos são de troca e acúmulo de conhecimento e cultura, agregam bastante informação nova, além de possibilitar o contato com outros tipos de pesquisa”.
O movimento de internacionalização do PPG começou ainda durante a pandemia da Covid-19, num momento em que o programa buscava alternativas para continuar oferecendo a disciplina de ‘Direitos e Proteção Social’, conduzida por Lislei e pelo professor João Irineu de Resende Miranda. “O professor João Irineu teve a ideia, a partir dos contatos que já tinha internacionalmente com os professores da Unicentro e da Unju [Universidad Nacional de Jujuy, Argentina], de ofertar essa disciplina de forma remota; pensamos em agregar e trazer novos alunos de outros países e foi isso o que aconteceu”, relembra Lislei.
Desde 2017, ano em que a disciplina começou, até a última sexta-feira,
João Irineu e Lislei Preus, que estiveram em Jujuy em novembro de 2022 lançando um livro que foi fruto da oferta da disciplina, marcaram presença nos dois dias de evento, incentivando os estudantes e contribuindo com as palestras de Johannes e Bojana.
Johannes Maerk, o professor austríaco que morou durante 15 anos no México, declara que “a internacionalização é um eixo central na formação integral dos estudantes e de desenvolvimento da Universidade”. Johannes afirma, ainda, que não há como pensar em pesquisa sem pensar em internacionalização. Afinal, “muitas pesquisas que estamos realizando têm interconexões internacionais, ou seja, um problema local tem implicações globais”.
Ao desembarcar no Brasil e chegar na UEPG, Johannes, que foi um dos primeiros alunos do programa de mobilidade estudantil internacional Erasmus, da União Europeia, incentiva que os estudantes do PPGCSA busquem oportunidades internacionais disponíveis: “abram os olhos e deixem as almas abertas para novas experiências”, diz ele.
João Irineu, orgulhoso de seus estudantes, relembra: “o poeta irlandês Yeats tem uma frase muito interessante que diz que não há estranhos no mundo, apenas amigos que você ainda não teve a oportunidade de conhecer. Isso é como nos sentimos quando estamos envolvidos na internacionalização dentro da Universidade”.
Congresso Internacional de Americanistas
Bojana será presidente do comitê organizador no próximo ICA, e se alegra com a nova visita ao Brasil. “Notamos que nossa presença, como professores estrangeiros, tem sido muito agradável para os estudantes, muito importante. Escutar outro professor de outro país, de outro âmbito, todos reagiram muito bem”, enaltece, e elogia os alunos brasileiros. Das universidades estaduais do Paraná, os estudantes da UEPG foram os que compareceram em maior número na edição 57 do ICA, em Foz do Iguaçu.
Um deles foi Eduardo Solek, mestrando do PPGCSA. Para Eduardo, “internacionalização é se permitir”. Não somente a conhecer o novo, mas também “abrir as portas para que esse novo e diferente venha conhecer a nossa realidade”. O mestrando comenta que a vinda destes professores contribui para estimular que todos os alunos, como diz ele, “saiam da caixinha”. “São iniciativas assim que nos fazem ver o quanto a Universidade pode nos proporcionar, e certamente até onde ela pode nos levar. A formação acaba sendo enriquecida e a visão de mundo ampliada”, reforça.
Com a presença de professores do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, o último dia de Jornada encerrou com a participação de Bojana e um convite para que as portas da internacionalização nunca se fechem.
Lislei reitera: “a internacionalização é um caminho sem volta”. E João Irineu complementa, declarando que “um evento de internacionalização reforça para todos os pesquisadores, sejam alunos, sejam docentes, o compromisso com a excelência em suas pesquisas; a ideia de que o resultado do seu trabalho deve ser tão exponencial que pode que possa ser discutido e utilizado em diferentes partes do mundo pelos pesquisadores de sua área”.
Texto e fotos: Domitila Gonzalez.