Música é a organização de sons e silêncios, combinando ritmo, harmonia e melodia. Há 20 anos, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) prepara profissionais para não só produzir música, mas também atuar como educadores musicais. Para celebrar a data, o curso de Licenciatura em Música promoveu a 29ª edição do Encontro de Coros Infantojuvenis.
Promovido pelo projeto de extensão Educanto, com apoio da Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex) e do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática (PPGECEM), o Encontro movimentou, neste ano, apresentações musicais de treze corais em seis dias: 20, 22, 23, 27, 28 e 29 de novembro.
O evento já é tradição. Desde a década de 1980, centenas de coros passaram pelos Encontros fundados pelo professor Gabriel de Paula Machado; primeiro, de adultos. Depois, também voltados para crianças e adolescentes.
“Os primeiros Encontros de Coros Infantojuvenis aconteceram no início dos anos 1990”, lembra a professora Carla Roggenkamp, coordenadora do curso de Música. Ela conta que a iniciativa de reunir coros que já existiam nas escolas e na Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex) surgiu com Margarete Martins, Larissa Castilho e Claudete de Oliveira.
Programação variada
Na primeira noite, teve integração no Encontro de Coros Infantojuvenis entre o Coro Entre Tons, do projeto Educanto, e o Coral Municipal Silvino Antonio Turco, de Guarapuava, PR. “A interação entre coros de mesma faixa etária é muito boa para o aprendizado de cada um deles. Nesse momento em que os corais se encontram, há uma socialização, há momento de trocas, de experiências”, avalia o professor Ronaldo. Com um repertório voltado ao público infantil e uma narrativa de reflexão sobre a vida e sua brevidade, a Banda Casa Cantante e o Coro Tons e Cores apresentou no dia 22 o concerto “De lá para cá”. Um dos músicos da Casa Cantante, Joãozinho, é egresso do curso de Música.
A noite de 23 de novembro contou com diversas apresentações. O Coro Entre Tons, Coro Infantojuvenil Pequenos Adoradores Igreja Adventista do Sétimo Dia – Central de Ponta Grossa, Coral Infantil Avançado do Conservatório Maestro Paulino, Coral Arco-íris – Sagrada Família e Meninas Cantoras de Ponta Grossa, se apresentaram na Igreja Luterana Bom Pastor. No dia 28, houve grandes estreias no Grande Auditório da UEPG: no concerto dos coros do Projeto Paraná Canta, estiveram os coros das escolas Monteiro Lobato e Polivalente. “Foi uma noite muito interessante, porque muitos desses cantores nunca se apresentaram em público, foi a primeira vez que tiveram experiência com canto coral e possivelmente foi a primeira vez que os pais e familiares também presenciaram uma apresentação”, comemora o professor. E para fechar o Encontro com chave de ouro, na noite de quarta-feira (29), o concerto “Sons das Estrelas”, dos coros do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic-UEPG).
Formando para a educação musical
Dessas duas décadas, o professor Rogério de Brito Bergold participou de 18 anos. Foram, até hoje, cerca de 150 profissionais formados pela Licenciatura em Música da UEPG. “Eu, meus colegas e a comunidade Universitária temos nos empenhado nesses últimos 20 anos em formar profissionais sensíveis à realidade em que vivemos; estéticos, avaliando aquilo que é bom e aquilo que não é tão bom; sensíveis às diferenças; e com simpatia e empatia por cada um dos nossos semelhantes”, resume.
Dentre as pessoas responsáveis por tornar sonho em realidade, estava a professora Maria José Dozza Subtil. Emocionada, recebeu uma homenagem das mãos do professor Egon Sebben, que é egresso da primeira turma de Licenciatura em Música na UEPG e hoje atua como docente e chefe adjunto do Departamento de Artes.
Para ela, cada vez mais se renova a necessidade de formar profissionais comprometidos com as artes e com a educação. “Os homens, mulheres, crianças que habitam e habitarão esse planeta necessitam como nunca que a gente exercite os sentidos e capacidades cognitivas, entendendo o que acontece consigo mesmos, ao seu redor e ao redor do mundo, para exercer a cidadania e a solidariedade”, disse. “Se tem uma coisa que inclui, é a arte”.
“Foi emocionante falar sobre a história dos cursos e as perspectivas futuras. Sou grata pelo convite e homenagens”, comentou a professora. “A apresentação dos corais de crianças e adolescentes nos encantou e reafirma a importância do papel da arte na educação e na sociedade”.
Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper, Gabriel Miguel, Jessica Natal