UEPG participa do 3º Geodia em Piraí do Sul

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Professores e alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) participaram da terceira edição do Geodia, encontro para debater fenômenos ligados à geodiversidade. O evento aconteceu em 22 de abril, em Piraí do Sul, promovido pelo Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe) e Núcleo Paraná da Sociedade Brasileira de Geologia. A atividade faz parte do Projeto Patrimônio espeleológico arenítico da Escarpa Devoniana em Piraí da Serra (EspeleoPiraí).

Além da UEPG, os participantes foram professores da rede pública de ensino de Piraí do Sul, que atuam em escolas da área urbana e rural. Promover conhecimento sobre geodiversidade é um dos grandes desafios atuais, de acordo com o professor da UEPG Gilson Burigo, coordenador da atividade. “A ação envolve incentivar o uso adequado e justo dos recursos naturais, a busca de crescimento socioeconômico em bases sustentáveis, o uso e ocupação planejados dos ambientes urbanos e rurais, até o enfrentamento de temas de interesse global, como as mudanças climáticas”, explica. Para ele, o Geodia traz conhecimento científico para a população, por meio de atividades interativas.

A atividade incluiu uma visita a uma caverna do local e caminhada por trilhas junto à Escarpa Devoniana. “Além de mostrar tipos de rochas, formas de relevo, o patrimônio espeleológico e arqueológico, procuramos explorar os diferentes valores destes elementos, que vão além do componente científico e didático, passando por aspectos cênicos, de identidade local e regional”, acrescenta Gilson. O professor ainda destaca a satisfação do grupo com a oportunidade de visitar o interior de uma caverna. “Escolhemos a mais representativa, até aqui identificada pelo Projeto EspeleoPiraí, que é a Fenda da Janela”, informa.

Karla Eduarda de Oliveira, aluna de Bacharelado em Geografia pela UEPG, participou da atividade e destaca que a experiência é o fato principal do projeto. “É sempre enriquecedor estabelecer o contato com a comunidade. Planejar e executar atividades com os frutos do que desenvolvemos dentro de nossas pesquisas é uma etapa muito importante dentro da jornada acadêmica, pois sempre há uma troca de saberes e de experiências”, explica. A acadêmica ainda ressalta que o Geodia promove a conscientização ambiental, como forma de valorização do patrimônio natural. “A educação ambiental dá sentido a todo o trabalho que desenvolvemos na região, pois o objetivo é que os moradores conheçam e passem entender a importância da preservação dos componentes videis ou não vivos do local onde vivem, para valorizar é preciso conhecer”.

As atividades permitiram apresentar um panorama da geodiversidade da Escarpa Devoniana, com mapas, amostras de rochas e exercício de espacialização do tempo geológico no terreno. “Este exercício em especial permitiu caminharmos pelo tempo geológico desde o surgimento do planeta até os dias atuais, debatendo acontecimentos e percebendo como nós, espécie humana, representamos míseros centímetros nesse trajeto”, salienta a professora da UEPG, Nair Fernanda Burigo Mochiutti. A atividade também contou com uma prática de campo. “Ações desta natureza permitem apresentar para o público conhecimentos que ainda são pouco trabalhados e aprofundados nas escolas e nos materiais de apoio, como os livros didáticos, principalmente”. Entender os materiais e formas que compõem as paisagens é estratégico para a construção de uma identidade local e senso de pertencimento, segundo ela. “Para além disso, ajuda no processo de divulgação do patrimônio natural regional, o que pode refletir na ampliação da valorização e conservação do mesmo”, completa a professora.

Texto: Jéssica Natal | Fotos: Ângelo Rocha/Gupe

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