Um tradicional festival de música, o FUC é organizado pela Diretoria de Assuntos Culturais, da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (DAC-Proex), e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico (Fauepg), com patrocínio do Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) e apoio do Programa Municipal de Incentivo Fiscal à Cultura (Promific). Neste ano, o evento foi voltado a compositores regionais, dos Campos Gerais, e se desdobrou para além da tradicional premiação às canções, gerando o FUC Reverbera, conjunto de atividades voltadas à formação e capacitação dos artistas.
Vencedores
A música campeã do FUC foi “O Eterno é o Presente”, do compositor Luizinho, que a interpretou junto com Felipe, Andria, Kaik e Daniel. Em segundo lugar, ficou “Um bêbado iluminado”, de Scilas, que também levou o prêmio de Melhor Intérprete; e em terceiro, “Pobre Chavinho”, da banda Fios de Baiano.
Todas as músicas premiadas receberam, além dos certificados e prêmios em dinheiro, prêmios em produto dos apoiadores do 33º FUC: Passaporte na rodada de negócios da Feira Internacional de Música do Sul (FIMS); redesign de marca e criação de portfólio, oferecidos pela agência A Fábrica; sessão de fotos em estúdio com o fotógrafo Gabriel Ramos; workshop e vivência de composição cênica com os professores da Casa das Artes; entrevista no portal aRede, Jornal da Manhã, Rádio Lagoa Dourada e site Cultura Plural; vaga garantida na turma de 2022 da VOE Aceleradora de Negócios, da Prefeitura de Ponta Grossa – Sala do Empreendedor; e disponibilização gratuita do novo auditório do SESC Estação Saudade para show.
A pandemia de Covid-19 não foi fácil para Scilas, assim como para outros artistas. “Foi um período em que realmente a música foi aquilo que segurou nosso estado mental. Se não fosse a música, não sei se eu teria suportado. A música me segurou, me manteve são e sadio”, conta o artista que nasceu em Tibagi, foi criado em Ponta Grossa e viveu por anos em São Paulo, de onde voltou durante a pandemia. No período de quarentena, ele compôs várias músicas, interpretou música, ouviu música e gravou um EP com quatro músicas que falavam justamente sobre o período de superação, sofrimento e reconstrução.
Não foi fácil fazer o 33º FUC. A constatação é uníssona dentre os organizadores do evento, mas também traz a sensação de missão cumprida. “É um caminho árduo, porque você precisa trabalhar ao mesmo tempo o presencial e o virtual”, rememora Adriana Suarez, chefe da Divisão de Cultura e Arte da Proex. “Como o FUC tem toda essa carga de história e uma presença muito forte na nossa região, foi uma energia diferente, mas muito valiosa. Foi muito bacana e teve um resultado satisfatório, de todo o contexto, desde a preparação, da relação dos bastidores, até o resultado final do evento”.
Para Chiquinho, o Francisco Acildo Souza, que faz parte da história e da memória do FUC, a cada edição do festival, a emoção se renova. Na 33ª, o técnico administrativo da Proex sentiu falta do calor do público, mas sentiu orgulho do que pôde ser feito em meio à pandemia. E agora, a cabeça já está no 34º FUC. “Sempre quando acaba o festival, a gente já está pensando no próximo”, brinca.
As equipes de todos os setores da UEPG que trabalharam para que o FUC acontecesse em 2021 vestiram a camisa do evento, conta Ariadene Caillot, que participou da organização. “Foi lindo, tocante. Mesmo à distância conseguimos sentir a emoção do público, pelos comentários na transmissão, pela reação dos participantes. Foi maravilhoso e estou orgulhosa de fazer parte da equipe da UEPG nesse momento”.
A professora Sandra Borsoi, coordenadora geral do Festival e diretora de Assuntos Culturais da Proex, também destacou a energia diferente do 33º FUC. “Por ter os músicos presentes, assistindo aqui conosco no teatro, nós pudemos sentir a energia deles, quando ouviam a própria música, suas falas”, conta. Para ela, foi marcante a experiência do voto popular via enquete online. “Algo que foi muito legal foi essa expectativa do júri popular, de todo mundo estar votando e os artistas aqui angustiados para saber se as pessoas estavam votando na música deles”.
O FUC contou com 43 canções inscritas, que foram avaliadas conforme os quesitos de Música, Letra e Interpretação pelos curadores Thiago Xavier, Fabiane Pereira e Theo Ruiz. Das 43, dez músicas foram selecionadas como finalistas, gravadas em estúdio e apresentadas via streaming. Na noite do 33º FUC, os jurados Estrela Leminski, Ana Morena e Luiz Carlini, sob a coordenação do diretor musical do 33º FUC, Thiago Xavier, avaliaram as finalistas e classificaram o resultado final.
Thiago parabenizou os artistas que fizeram a grande noite do Festival, destacando a qualidade das canções selecionadas e mesmo daquelas que não chegaram à final, e agradeceu ao público que acompanhava pelas redes sociais. “Esse festival é de vocês. A Universidade Pública que está promovendo esse festival é de vocês e existe, dentre outras coisas, para proporcionar esses momentos. Viva a Universidade Pública!”, exclamou.
“A bênção, Gilberto Zardo! A bênção, Fernando Durante!”. O show Canta Poesia, da banda Casa Cantante, trouxe ainda mais emoção e leveza à noite de quarta-feira. Uma homenagem a dois ícones da cultura ponta-grossense e da história do FUC que foram vítimas da Covid-19 marcou na história da Universidade a contribuição de Fernando Durante e de Gilberto Zardo.
O show foi idealizado pelo próprio Fernando Durante, em 2019. O objetivo era apresentar um repertório composto pela mescla de poesia e música nas escolas estaduais da região. Mas a chegada da pandemia não permitiu que os shows acontecessem ou que Fernando pudesse assistir ao resultado do trabalho.
Marina Durante, filha de Fernando Durante, destacou a relevância da data e da homenagem. “Hoje está completando seis meses da morte do meu pai e com certeza ele está muito feliz com essa homenagem, esteja onde estiver”, agradeceu. O publicitário foi um dos criadores do FUC, em 1980, quando era integrante do Diretório Central de Estudantes. Em 1995, Gilberto Zardo reativou o Festival, quando era Chefe da Diretoria de Cultura da Proex.
“O show foi emocionante”, enfatizou a professora Sandra Borsoi. Mesmo sem a presença física do público, quem assistiu o show pela transmissão sentiu a emoção passada em cada canção. Sandra destaca ainda a formação musical, momentos em que a banda comentou as músicas e suas origens. “Nenhum FUC da história trouxe isso. É a primeira vez em que um show do Festival trabalha também com a formação musical”.
“Esse ano o FUC se reinventou, trouxe novidades que rebatem diretamente na vida dos artistas”, lembra a pró-reitora, professora Édina. “O FUC Reverbera é uma grande realização e uma grande proposta de responsabilidade social”.
Uma das principais inovações do festival em 2021, o Programa FUC Reverbera tem o objetivo de incentivar o empreendedorismo, fomentar a inovação e facilitar a auto-gestão de carreiras artísticas. A primeira fase já aconteceu de forma remota, de 21 de julho a 28 de agosto, com todos os finalistas. A segunda fase do Programa, agora em formato híbrido, acontece de 11 de outubro a 30 de novembro.
“O FUC Reverbera busca dar um apoio para que os artistas de nossa região possam, de maneira empreendedora, constituir uma carreira a partir de Ponta Grossa”, explica o reitor da UEPG. Sanches destaca a relevância do incentivo à cultura e à arte nos Campos Gerais. “Sim, é possível fazer arte nacional e internacional a partir das experiências que vivemos a partir da nossa região”, garante.
A repercussão do programa tem sido positiva, segundo a coordenadora do FUC. “Os músicos estão vindo até nós para agradecer a oportunidade de produto que estamos oferecendo para os finalistas”, conta Sandra. “Eles disseram que estão se sentindo valorizados e que conseguem vislumbrar um mercado nacional”.
Apoio
O FUC tem apoio do Programa Municipal de Incentivo Fiscal à Cultura (Promific), Prefeitura de Ponta Grossa, por meio da Fundação Municipal de Cultura e Conselho Municipal de Política Cultural, promoção da Rede Paranaense de Comunicação e patrocínio do Sicredi. O FUC Reverbera tem parcerias com a Sala do Empreendedor, Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, Fecomércio Paraná, Sesc Paraná, Feira Internacional da Música do Sul (Fims), A Fábrica, Casa das Artes, Gabriel Ramos Fotografia, Estratégia Projetos Criativos, aRede, Jornal da Manhã, Rádio Lagoa Dourada, Cultura Plural, TM Studio, ALB Vídeo e Whols Produções; e integração do Vale dos Trilhos.
Texto: Aline Jasper | Fotos: Luciane Navarro e Jessica Natal