Para a UEPG, a realização desta 41ª edição teve um significado especial: foi a segunda vez que a instituição recebeu o evento. A primeira foi em 1986, na 4ª edição, consolidando o fórum de discussões acerca dos caminhos a serem trilhados pela extensão universitária brasileira, juntamente com iniciativas semelhantes nas demais regiões do país. Em 2023, a UEPG recebeu 517 trabalhos, sendo 324 deles selecionados para apresentação, 272 para apresentação oral, 17 exibidos em vídeo e 14 em podcast, além de 21 oficinas, totalizando 2580 autores que agitaram os campi durante os três dias do evento. O agito também foi plural, com trabalhos e oficinas em todas as áreas de conhecimento, desde exatas até humanas, passando por tecnologia e saúde. Além disso, o Seurs contou com o trabalho de 220 pareceristas, 27 coordenadores e a participação de 25 instituições do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A abertura aconteceu no Cine-Teatro Ópera, na quarta-feira (25), com presença de autoridades e comitivas universitárias. O reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, agradeceu a presença de todos e citou a gralha-azul, ave símbolo do Paraná e que foi representada nas artes de divulgação do evento. Como a gralha, a extensão também trabalha para semear. “O trabalho de extensão consiste em plantar sementes e vê-las crescer e se desenvolver”, destaca.
Presente na abertura e acompanhando o evento atentamente, a pró-reitora de extensão da UEPG, Beatriz Gomes Nadal, demonstrou satisfação com a interdisciplinaridade dos trabalhos. “Os participantes socializam experiências extensionistas e isso acaba por apontar caminhos em um momento em que as universidades trabalham com o desafio de implementar a creditação da extensão”, compartilha. Aos olhos extensionistas de Júlia Rebelo, estudante de administração na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), o Seurs é um encontro crucial para a formação acadêmica. “Fiz oficinas nas áreas de saúde, engenharia, agronomia e comunicação. Eu acho que a interdisciplinaridade é fundamental para que a gente saia de nossa bolha e tenha uma formação melhor e mais rica”, completa.
O encontro possibilitou a troca de conhecimentos, o que “fortalece a vivência de extensionistas”, afirma a professora Daniele Soares de Lima, do Instituto Federal Catarinense (IFC). Para ela e sua aluna Ana Bariberi, é recompensador trazer conhecimentos e voltar para casa com tantos outros. “O evento está sendo muito maior que as minhas expectativas”, declara a estudante. Diretamente da Colômbia, a estudante Ana Valentina Ramos, acadêmica de Ciências Biológicas na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), relata que vê no Seurs uma grande oportunidade para aproximar a universidade da comunidade em que está inserida. “Os projetos se fortalecem através do evento, porque ele permite que os extensionistas se deem conta do papel transformador da extensão universitária”, compartilha.
Mais extensão, sempre
Beatriz Gomez Nadal também destacou outro aspecto organizacional importante do evento: a realização do Fórum de Pró-reitores de Extensão e Cultura (Forproex Sul). Na ocasião, além de discussões sobre a política nacional de extensão, também houve debate sobre os programas e linhas de financiamento, buscando uma articulação que garanta que as instituições estejam incluídas nos editais federais. “A extensão envolve intervenção na realidade, movimento e articulações. Garantir o financiamento dos projetos é fundamental”, explica a pró-reitora. Durante o evento também aconteceu a reunião do Fórum de Gestão Cultural das Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras (Forcult), momento em que foram debatidas questões voltadas à cultura para o sul do Brasil, que posteriormente vão ser apresentadas no Fórum Nacional, com editais e possibilidades de parcerias.
Texto: Amanda Santos, com entrevistas de Henry Milleo e Gabriel Miguel | Fotos: Amanda Santos, Henry Milleo e Gabriel Miguel