Nesta segunda (27), às 14h, o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (CoU-UEPG) decidiu manter a suspensão dos calendários sem realização de atividades remotas. Amanhã (28), será constituída uma comissão para elaboração de propostas a serem votadas no dia 11 de maio. A reunião foi on-line e aberta à comunidade, com transmissão ao vivo pelo Facebook da UEPG.
Tanto a Pró-reitoria de Graduação (Prograd), a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e a representação discente apresentaram pesquisas realizadas com professores e estudantes. Os formulários de pesquisa avaliaram o acesso à internet, qualidade do sinal, renda, questões de gênero, experiência com Ead, condições emocionais diante da pandemia, entre outros aspectos. Os resultados de ambos os questionários serão disponibilizados nos próximos dias para a comunidade.
O reitor, Miguel Sanches Neto, apresentou informações para subsidiar discussão em nova reunião do COU. “Em caso de reabertura do calendário com atividades remotas, a UEPG garante que nenhum aluno ficará de fora”, disse o reitor. A Prae realizará um mapeamento para diagnóstico tanto em termos de acesso à internet quanto de condições materiais e subjetivas para realização de estudos a distância. “Esse é o nosso compromisso com a Universidade pública, gratuita e para todos”, enfatizou Sanches.
O conselheiro Alexandre Almeida Rocha leu carta enviada pelo Sinduepg com pedido de manutenção da suspensão do calendário. Na carta, o Sindicato alerta sobre a retomada de atividades de forma remota: “Precisamos tomar cuidado para que essa ‘possível solução’ não seja uma forma de criar novos problemas”. Em outro trecho do documento, os professores do Sinduepg questionaram: “todos os estudantes da instituição têm as condições estruturais necessárias? todos os docentes possuem essas condições no âmbito dos seus lares?”.
Carolina Palmeira Ribeiro, representante discente, leu a carta dos estudantes de pós-graduação em que o grupo defende a prorrogação dos prazos das bancas e das bolsas da Capes, Cnpq e Fundação Araucária. A Associação de Pós-Graduandos da UEPG se posicionou contra o uso de metodologias Ead na pós-graduação.
Silvana Oliveira, apresentou o posicionamento do Setor de Ciências humanas, letras e Artes (Secihla). “Temos condições de propor discussões relacionadas aos conteúdos mas isso deve acontecer de forma sistemática e democrática, sem caracterizar cumprimento de carga horária curricular”. A professora Fabiana Mansani, diretora do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde (Sebisa) trouxe a proposta de manutenção da suspensão. Mansani defendeu que as estruturas dos laboratórios e clínicas dos cursos da saúde sejam repensadas em termos de lotação, distanciamento social e uso de outros equipamentos de proteção individual por quem atua nesses espaços.
Luis Alexandre Gonçalves Cunha destacou que, a longo prazo, é importante identificar alunos que têm dificuldade de acesso à internet. “Esses estudantes que hoje estamos identificando, graças à Covid são os mesmos que têm dificuldades para acompanhar seus cursos em qualquer modalidade, tanto Ead quanto presencial”. A conselheira Maria Salete, diretora do Scate, Setor de Ciências Agrárias e de Tecnologia, parabenizou a reitoria pelas informações apresentadas e pela sugestão de estudo de outras plataformas e suportes para realização das aulas a distância.
Texto e fotos: Luciane Navarro