“O professor Alexandre Aracema deixa um exemplo de vida longa e produtiva, dedicada à família, ao ensino superior e aos esportes”, afirma o reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto. “Sempre foi um defensor da futura Universidade, e é, para nós, um símbolo da luta pelo ensino superior, no qual militou por quase 30 anos. Ele é um símbolo da implantação de universidades no interior do Paraná”, complementa Sanches Neto.
Nascido em 23 de dezembro de 1914, Aracema é natural de Ponta Grossa. Durante sua adolescência, enquanto se preparava para o teste de admissão do Ginásio, Aracema aprendeu uma de suas paixões, jogar xadrez. “Foi ali, talvez, que eu tive uma grande oportunidade de começar a conhecer meu raciocínio. Eu acho que o jogo de xadrez deveria ser disciplina obrigatória nas escolas, não é?”, recordou Aracema em entrevista concedida em 2005.
Enquanto Aracema fazia o Ginásio e já trabalhava, ingressou como aluno na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ponta Grossa, onde estudou em 1936, 1937 e 1938. “Fazia as três coisas”, disse na mesma entrevista. A Faculdade não foi autorizada pelos órgãos superiores de ensino da época e todos os estudantes tiveram suas matrículas canceladas. Em 1940, Aracema retomou os estudos na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Posteriormente, foi um dos docentes precursores da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ponta Grossa, que comporia a UEPG.
Aracema faleceu com 105 anos. O velório está sendo realizado na Capela São José e ele será sepultado às 16h30 no Cemitério São José. A comunidade acadêmica lamenta a perda e se solidariza com a família e amigos.
Texto: William Clarindo e Luciane Navarro, com o uso de arquivos do Museu Campos Gerais, cedidas pela professora Andréa Mazurok. Fotos: Reprodução (Na foto em destaque, Aracema é o primeiro da direita para a esquerda).