Dia do Servidor: Jeanne Morais perpetua o amor do Seu Carlito pela UEPG

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      Esta é uma história de amor que começa há 43 anos. Carlos Morais entrou para a família UEPG em 1977. Quando saía do trabalho, depois de horas ao volante, o passageiro que ele levava para a sua casa tinha nome e sobrenome: Universidade Estadual de Ponta Grossa. Nas palavras, no entusiasmo, na dedicação, lá ia a UEPG com ele. Esse carinho pela instituição foi inspiração diária para a filha Jeanne, que sonhava desde pequena trabalhar com o pai. E assim foi. Ele ficou para a história como o motorista dos reitores e ela realizou o sonho, honra a memória do pai, todos os dias, com mais de três décadas de trabalho impecável.

Regiane Regina Morais fala com orgulho: “Sou filha do Carlos Morais, a lenda. Tenho lembranças do meu pai falando com tanto amor, devoção e carinho pela Universidade que não tinha como não me apaixonar também. Muitas vezes, na sala da minha casa, presenciei os planos de crescimento da UEPG sendo programados. Meu pai sempre foi próximo dos reitores. Eles tinham essa liberdade”.

Oseias Antonio do Espírito Santo, motorista do reitor, carrega a responsabilidade de zelar pelo lugar de honra do amigo. Colegas de trabalho nos anos 1990, lembra que Carlito sempre falava do orgulho que tinha da filha servidora da Universidade. “Uma das grandes realizações da vida do Carlito era a Jeanne trabalhar na UEPG”.

Primeiros tempos

A jornalista Vanessa Zappia é amiga de longa data de Jeanne e relata detalhes do contexto da contratação da nova recepcionista, em 1986, para a Assessoria de Comunicação. Admitida em 30 de junho, Jeanne chegou sorridente, lembra Vanessa. “Uma moça bonita, simpática, entusiasmada. Filha do seu Carlito, motorista da reitoria, uma pessoa maravilhosa. Não tinha quem não gostasse dele. E a filha seguiu o pai”. O sorriso que ficou na lembrança de Vanessa tem um motivo que a Jeanne, na época estudante de Economia, explica em poucas palavras. “Eu já entrei tendo um grande amor pela Universidade. Pelo fato de ser acadêmica e filha de servidor, eu tinha um sonho: trabalhar na UEPG”.

Na memória de Vanessa é fresca a lembrança de que foram necessárias apenas poucas horas para que Jeanne conquistasse o carinho dos servidores da Assessoria e da Imprensa Universitária, o que se estendeu para toda a Universidade. “Funcionária dedicada, cumpria suas tarefas e ia além. Ajudava quem precisasse, sempre com aquela alegria contagiante. Boa de conversa, companheira e amiga. Trabalhamos juntas até que, por questões familiares, precisei pedir demissão e me mudar para Santo Antônio do Sudoeste”, detalha.

Quando Jeanne se apresentou para trabalhar, a equipe estava entusiasmada porque, para dar conta uma nova demanda, além da contratação de pessoas, a Ascom estava num espaço físico mais amplo, atrás da Imprensa Universitária, que à época funcionava numa antiga fábrica de vassouras. “Era pertinho da UEPG. Dois andares: térreo com a recepção e no primeiro andar três salas”, retrata. “No início da gestão do reitor Ewaldo Podolan, o recém-criado curso de jornalismo recebia os primeiros professores com formação na área e a Ascom começava um novo projeto, o jornal Campos Gerais, impresso, semanal, ideia acalentada pelo reitor e sua equipe, em especial pelo pró-reitor Roger Miguel Vargas”.

Em 1986, Jeanne integrou a equipe formada por Acir Macedo, Eduardo Gusmão, Vanessa Zappia e Neomil Macedo. “A Jeanne, o Neomil e eu iniciamos juntos em novas funções como servidores. Eram bons tempos”, recorda a jornalista. “Quando eu iniciei conheci essas pessoas incríveis e sou grata pelo carinho que me receberam”, agradece Jeanne.

Desafios

Jeanne cursava Ciências Econômicas e, em maio de 1987, veio a transferência para a Divisão Financeira. Ela avalia que, desse período em diante, começou sua carreira profissional. “Acompanhando as mudanças, muitos foram os desafios que passei para chegar até aqui: empenhando, pagando, arrecadando, contabilizando”, enumera. Jeanne acompanhou três mudanças significativas no sistema de gerenciamento financeiro, o que, segundo ela, exigiu muito trabalho e dedicação.

Entre os desafios da profissão, destaca a pandemia, que “com todas as suas implicações, veio para nos ensinar a reconhecer no outro a capacidade profissional em todas as situações, uma delas o trabalho remoto”. A nova realidade impôs a necessidade de respostas para demandas urgentes. “As coisas estão sendo resolvidas com cautela e com o total apoio da Proad e da Reitoria. Sou privilegiada pelo fato de estar à frente, por todos esses anos, tanto do financeiro quanto do orçamento, onde adquiri conhecimento e hoje posso participar das decisões da administração da UEPG”.

O Pró-reitor de Assuntos Administrativos, Ivo Mottim Demiate, é categórico ao dizer: “a presença dela na equipe traz segurança para a gestão, porque é uma pessoa de extrema confiança, muito responsável, e de fácil comunicação. Tudo que envolve movimentação financeira não tem como não passar pela Jeanne”. O pró-reitor pontua que “ela tem muito conhecimento acumulado pelo longo tempo de Universidade. É bastante resolutiva e muito interessada em resolver os problemas”. Sobre a personalidade de Jeanne, Demiate observa que, às vezes, ela fica um pouco agitada, ansiosa, pela vontade de resolver as coisas. “Dá para perceber que é extremamente comprometida com a instituição. É uma satisfação trabalhar com a Jeane”.

Sonhos realizados
A Diretora Financeira diz que realizou um sonho e para que isso acontecesse menciona como mestres: Rômulo Comin (contador), Maria Solange Landmann Mercer, Ana Kempa, Luiz Fernando Malinski, Luiz Wosiacki, Terezinha Santos, Amaury dos Martyres,  Neida Schwab (orçamento) e a Professora Candida Leonor Miranda. “A todos minha eterna  gratidão”.

“UEPG é minha família: aqui eu tive a oportunidade de realizar meus sonhos e trabalhando aqui formei minha família, sustentei meus filhos e proporcionei a eles o maior bem, que é a Educação” A luta continua: o filho mais velho, Gustavo Morais Viechnieski, é formado em Engenharia Civil, atuante na área, mestrando no Programa de pós-graduação em Economia; e o mais novo, Daniel Morais Viechnieski, cursa o terceiro ano de Medicina em Lages-SC.

A marca da família Morais está registrada no coração dos servidores da UEPG, mas o registro físico, uma homenagem na parede, também há. Quando os motoristas da Seção de Transportes da Coordenação de Logística chegam para o trabalho, lá está a marca de que a passagem do Seu Carlito pela UEPG nunca será esquecida. Uma placa com o nome de Carlos Morais identifica a Seção. 

Oseias explica que a homenagem surgiu de uma pesquisa junto aos motoristas e a algumas pessoas da administração. “A grande maioria aprovou a iniciativa. A Balbina, representante no Conselho de Administração na época, com apoio do reitor Roberto Frederico Merhy, levou a proposta ao Conselho de Administração. Hoje temos essa honra. A Seção de Transportes leva o nome do nosso saudoso amigo”, agradece o motorista.

Carlos Morais não chegou a se aposentar. No dia que partiu, 22 de agosto de 1998, ainda era servidor da UEPG.

Texto e entrevistas: Luciane Navarro  Fotos: Arquivo e William Clarindo.

 


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