Artigo: O legado da UEPG

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Sobre os desafios do ano de 2020 não precisamos falar. Cada uma e cada um sentiram na pele estas dificuldades. Enquanto Universidade, nossa maior provação foi passar de um sistema de ensino, pesquisa e extensão baseado na presença de professores, alunos e funcionários para uma prática pedagógica focada em atividades remotas. Ao contrário de outras instituições de ensino, as universidades estão fundadas na autonomia. Cada curso teve autonomia para desenhar uma solução de ensino adequada à sua realidade, porque aquilo que servia para História não servia para Odontologia, para dar apenas um exemplo.

A reitoria atuou no máximo para respeitar estas especificidades. A palavra que mais usei neste ano foi “paciência”. Temos que ainda ter paciência para amadurecer soluções efetivas, pois a partir do fim da pandemia o ensino será fatalmente híbrido, uma parte presencial e outra remota. Nestas discussões responsáveis, em nossos Conselhos, houve um empenho de todos e de todas para tentar fortalecer o ensino superior neste momento de excepcionalidade. Sou grato a cada um e a cada uma que participaram destes debates.

Do ponto de vista administrativo, muitas decisões foram tomadas por nossa equipe. Concedemos gratuitamente aparelhos e internet a todos os alunos que estavam excluídos digitalmente. Distribuímos bolsas de permanência para os alunos socialmente mais fragilizados. Investimos em redes de internet e criamos cursos de atualização de ferramentas digitais. A UEPG esteve em todas as frentes assistenciais, internas e externas.

Ainda como retorno à sociedade, comandamos o maior programa de atenção à Covid do Paraná, atuando em Paranaguá e litoral, Curitiba e região metropolitana, Ponta Grossa e Campos Gerais e Telêmaco Borba, informando e dando assistência à população. Nunca a UEPG foi tão presente na vida das pessoas, e isso é uma glória para nós. Neste mesmo espírito, fizemos um plano de recuperação da economia pós-pandemia, em uma visão otimista de futuro.

Se não tivemos aulas presenciais, as principais atividades da instituição ocorreram de forma remota. Aconteceram, entre centenas de outros encontros ou congressos, o Fenata, os Jogos Estudantis da Primavera e o Encontro Anual de Iniciação Científica, eventos tradicionais que não foram suspensos e tiveram grande público. E não deixamos de fazer online nenhuma das formaturas solicitadas por alunos e professores. E nossa comunicação foi heroica, atualizando a população e registrando em um documentário estadual este momento.

Do ponto de vista da saúde, assumimos o Hospital da Criança, agora Hospital Universitário Materno Infantil – Humai, que em breve vai ser transferido definitivamente para a UEPG. Com isso, duplicamos os atendimentos nesta área, o que é motivo de orgulho institucional. E reestruturamos o Hospital Universitário, com uma equipe voltada para o atendimento do paciente e não para benefícios próprios e para politicagem eleitoral. Isso foi um marco corajoso na saúde dos Campos Gerais, pois devolvemos o HU à população.

Entre inúmeras obras e muitos investimentos, vivemos um ano difícil mas de muito trabalho responsável. O principal legado deste período foi que hoje, pelo uso das ferramentas digitais, todos (alunos, professores e funcionários) pertencemos a um mesmo presente, a despeito das diferenças geracionais.

A UEPG está pronta e unificada para dar as respostas necessárias ao pós-pandemia. Uma instituição com 50 anos e com uma visão de futuro nunca antes tão consolidada. Obrigado a todos e a todas que confiaram e confiam na UEPG.

Artigo do Reitor Miguel Sanches Neto - publicado originalmente no Portal ARede

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