“Aos 53 anos, posso dizer que estou no auge da minha carreira de atleta amador”, garante Arruda, que conquistou neste fim de semana o primeiro lugar na modalidade 10 km da competição, na faixa etária 50-54 anos, corrida que é organizada pela Muraro Eventos Esportivos. Sob o número 1047, ele percorreu o Campus em 43 minutos, em um ritmo de 14 quilômetros por hora. “Foram quatro etapas do Circuito Ponta Grossa e eu ganhei em todas elas. Sou o terror dos meus adversários”, brinca o atleta.
“Muito mais do que uma corrida, cada uma dessas etapas representa um evento, um encontro com amigos”, diz. São oito anos de corridas. Nesse período, Arruda participou de várias competições e acumula medalhas e troféus, mas a principal recompensa vem da sensação única de correr: “Nem o cansaço, nem as dores no corpo se comparam à sensação de liberdade enquanto corro com o vento no rosto”.
Além das corridas realizadas neste ano em Ponta Grossa, Arruda também participou dos desafios virtuais, um formato em que o atleta se inscreve para determinada distância e corre sozinho, num percurso adequado, comprovando via aplicativo de rastreamento de corridas. Depois, a medalha vem pelo correio. “Este formato foi amplamente divulgado durante a pandemia, quando eventos públicos não eram permitidos”, explica. “Graças a isso, consegui 2 recordes pessoais em 2020, atingindo o tempo de 19 minutos e 29 segundos com ritmo médio de 3 minutos e 53 segundos por quilômetro na 5km; e 40 minutos e 59 segundos com ritmo médio de 4 minutos e 5 segundos por quilômetro na 10km”.
Servidor da Diretoria de Materiais e Patrimônio da Pró-Reitoria de Administração (Dimapa-Proad) há 31 anos, Arruda comenta que o preparo para as corridas começa na ida diária de sua casa, no bairro Órfãs, ao trabalho, no Campus Uvaranas. “Tudo começou em um dia que eu cansei de esperar o ônibus e resolvi voltar a pé para casa. Desde então, decidi me dedicar à caminhada sempre que posso”, comenta o maratonista. Três vezes por semana, o treino é de corrida; e nos demais dias, Arruda faz a caminhada para o trabalho. “Gosto de treinar pela manhã, porque dá um ânimo para meu dia”.
“Eu sempre digo que metade da corrida é mental, metade é física, havendo todo um preparo antes de chegar até a largada”, conta. A metodologia de treinamento que ele utiliza considera dois estágios de desenvolvimento para se tornar um corredor. O primeiro são os quatro D’s: Desejo (você precisa querer); Dedicação (sem esforço, não há conquista); Disciplina (a base para qualquer projeto); e Desempenho (graças às metas anteriores, você chega lá). Em seguida, a busca é pelos quatro R’s: Resistência (aguentar correr a distância almejada); Ritmo (o segredo dos grandes atletas é manter o mesmo compasso do início ao fim da prova); Rapidez (o treino deve ser progressivo); e Resultado (chegar ao pódio e se manter lá).
Ele comenta que parte do seu treinamento acontece dentro do campus Uvaranas, na pista de atletismo do Bloco de Educação Física. “Além da pista ser ótima, o Campus é o local ideal para a realização de diferentes atividades físicas”, declara o servidor.
“Aqui é minha casa, onde eu treino e me sinto acolhido. É uma honra competir e conquistar mais uma vitória aqui”, afirma, emocionado por ter vencido a corrida na UEPG. “Desde que comecei a percorrer os corredores da UEPG – como acadêmico e estagiário em 1988 – até os dias de hoje como servidor, eu sempre recebi incentivo e apoio dos amigos antigos e novos, porque somos uma família. Quando eu deixar o campo de jogo, sei que terá valido a pena para ambos os lados. O futuro está à sua frente, e você escolhe como quer chegar lá”.
Texto: Gabriel Miguel | Fotos: Aline Jasper e arquivo pessoal de José Claudinei de Arruda