O Hospital Materno-Infantil da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Humai-UEPG) atua na vanguarda em neurocirurgias pediátricas na região. A instituição é a primeira a atender de forma integral, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), casos e baixa e média complexidade em neuropediatria, o que representa cerca de 90% de casos na região. O Humai iniciou o atendimento na especialidade em janeiro de 2022.
A instituição presta atendimento a três Regionais de Saúde (3ª, 4ª e 21ª), de 28 municípios, com cerca de 1,1 milhão de habitantes no total. O coordenador de neurocirurgia do HU-UEPG, Fábio Fonseca Viegas, explica que o corpo clínico do Hospital supre quase a totalidade de necessidades em neurocirurgia da região, com cerca de duas ou três cirurgias neuropediátricas por semana. “Apenas alguns casos precisamos encaminhar para Curitiba”, informa.
O médico atua na cidade desde 2015. A vinda do Humai-UEPG para o prédio do Hospital da Criança possibilitou a abertura de mais leitos, especialmente de UTI Neonatal e Pediátrica, conforme afirma Fábio. “Lembro que naquela época precisávamos procurar leitos em outras cidades, porque havia poucos. Mas com estrutura atual conseguimos resolver necessidades emergenciais da região, e demanda é suprida na sua maioria, em casos de média e baixa complexidade”. 
A neurocirurgia é apenas uma das especialidades oferecidas pelo Humai-UEPG. Neste ano, estiveram à disposição da população as especialidades em bucomaxilofacial, geral, ortopedia e otorrinolaringologia. Ter uma instituição que atende de maneira integral pelo SUS é de extrema importância para o médico. “Se formos comparar com outros locais do Estado [em casos de neurocirurgia], somente Curitiba e região nos passa em estrutura. Estamos bem supridos em questão de estrutura para realizarmos esses procedimentos aqui”, destaca.
A UEPG, por meio do Humai, está inovando com as cirurgias de neuropediatra, conforme ressalta o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto. Segundo ele, a iniciativa representa grande avanço para a cidade e região. “Isso não aumenta o custo do nosso Hospital, porque estamos utilizando uma estrutura estabelecida existente, otimizando e ofertando novos serviços, o que demonstra que a cada ano e mês o Humai-UEPG tem renovado suas atividades, proporcionando um excelente serviço para a população das regionais da saúde. Somos um Hospital que tem um compromisso com a nossa sociedade”, salienta.
Trabalho em números
De setembro de 2020 a outubro de 2022, foram 2344 cirurgias de urgência e emergência, uma média de 62 cirurgias por mês, número superior em comparação com todo o ano de 2019, quando foram realizadas 23 procedimentos cirúrgicos de emergência. Os serviços do obstétricos do Hospital Universitário começaram a funcionar no Hospital da Criança em 20 de agosto de 2020, com quadro de servidores do Município e do Estado. Somente nos últimos quatro meses daquele ano, a instituição realizou 418 cirurgias de emergência.
A diretora geral do Hospital Universitário da UEPG, Fabiana Postiglione Mansani, destaca que a realização das neurocirurgias presta atendimento especializado a crianças da região. “Minimizamos o transporte e redirecionamento das crianças, principalmente para Hospitais de Curitiba e região. Estamos dando apenas o primeiro passo para atingir um novo perfil do Hospital, no próximo ano”, enfatiza.
Quando se fala em cirurgias eletivas, que são procedimentos programados, os números também sobem. De setembro de 2020 a outubro de 2022, foram 1135 cirurgias. Em comparação com dois anos completos (2019 e 2021), o número de procedimentos cresceu 40.5%, visto que nos doze meses de 2019 foram 370 cirurgias e em 2021 totalizou 520. A 2021 foram 43 cirurgias ao mês, em média. Já em 2019 a média era de 30 eletivas por mês.
Os serviços obstétricos, como consultas pré-natal e partos (normais e cesáreas) passaram a acontecer no prédio a partir de setembro de 2020, quando a UEPG assumiu a administração. De setembro daquele ano a outubro de 2022, foram 3594 partos normais e 2727 cesáreas. De janeiro a outubro de 2022, foram 616 cesáreas eletivas; 447 cesáreas de emergência; 89 apendicectomias (retirada do apêndice); 154 procedimentos de ortopedia pediátrica de de média e alta complexidade; e 185 laparotomias (cirurgia no abdômen).
Texto e fotos: Jéssica Natal
