UEPG leva projetos científicos e culturais para a 75ª SBPC

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Ciência, pesquisa, tecnologia e cultura. Assim foi a participação da Universidade Estadual de Ponta Grossa na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento aconteceu no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, e reuniu pessoas para divulgar a ciência que acontece em universidades de todo o Brasil. Cerca de 100 pessoas da UEPG, entre alunos, professores, autoridades universitárias e a equipe da Incubadora de Empreendimentos Solidários (Iesol), receberam a mais de 20 mil crianças e adolescentes na SBPC Jovem, de 23 a 29 de julho.

O estande ficou ao lado das demais universidades estaduais do Paraná, na ala reservada da SBPC Jovem, que recebeu estudantes do ensino fundamental e médio de todo o Paraná. No primeiro dia do evento, o estande da UEPG foi tomado pelas atividades do curso de Engenharia de Computação. “Apresentamos para a galera um apanhado geral do que a gente aborda dentro do curso, como os sistemas embarcados”, detalha o acadêmico Nicollas Vieira, do 4° ano do curso. Braços robóticos, carrinhos automáticos, uma impressora 3D e outras criações recebiam estudantes e professores de todo o Brasil para conhecer um pouco mais sobre o curso e a Universidade. “Essa interação e esse contato entre outras universidades é muito importante e mostra para a sociedade que essas universidades estão trabalhando, e eu acho que é uma forma que a gente tem de mostrar o nosso trabalho que muitas vezes não é visto e por isso muitas vezes não é valorizado”, considera o professor Albino Szesz, que acompanhou o estande.

Szecz espera que o curso participe de outros eventos do mesmo porte para continuar a mostrar às pessoas as ações das universidades públicas. “Apareceu uma mãe que estava trabalhando no evento como auxiliar de limpeza e o filho dela tem interesse nessa área e ela queria saber como que ela pode incentivar o filho a fazer um curso desse. Então a gente explicou sobre a universidade pública, os processos de seleção, e com certeza daqui uns anos, o filho dela vai estar fazendo o curso, seja na UEPG ou em alguma outra universidade”, conta.

SBPC em movimento

A terça-feira (25) foi dia de colocar o corpo em movimento juntamente com os alunos dos cursos de Educação Física da UEPG. Quem compareceu ao evento pôde realizar atividades físicas com videogames. Dentre jogos de luta, corrida e passeios por realidade virtual, o objetivo era romper o sedentarismo, conforme conta o professor Edilson de Oliveira. “Os jogos eletrônicos que trouxemos trabalham a capacidade respiratória, equilíbrio e coordenação motora, que podem auxiliar a pessoa a conseguir ter uma qualidade de vida melhor”.

A categoria de jogos eletrônicos na Educação Física já faz parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, na UEPG, faz parte do projeto de extensão ‘Possibilidades Pedagógicas com a Utilização de Jogos Eletrônicos’. “Esperamos conseguir resultados, a partir da metodologia e das pesquisas, para que os professores possam aplicar essa tecnologia em sala de aula”. Os jogos eletrônicos contribuem também para além da sala de aula, segundo Edilson. “Conseguimos verificar, a partir da frequência cardíaca dos praticantes, que tipo de exercício seria o recomendado. Também podemos pensar no pessoal que está em reabilitação no pós-covid, por exemplo”, completa.

Arte e ciência

Em meio a tecnologias, robôs, máquinas, o palhaço chamava a atenção. “Galera, galera, venham escutar uma história”, chamava, em frente ao estande da UEPG, na quarta-feira (26). A cultura tomou conta do espaço, com o Festival Nacional de Teatro (Fenata), Festival Universitário da Canção (FUC) e Biblioteca Central (Bicen). Animados, os membros do Grupo de Teatro Universitário (GTU) entreteram o público com palhaçadas, histórias e contos; enquanto o pessoal da Biblioteca distribuía livros; e quatro caixas mágicas contavam lendas brasileiras por meio do teatro lambe-lambe. O objetivo foi trazer encantamento e demonstrar a ligação entre arte e ciência.

Uma caixa, duas banquetas, um fone de ouvido. Quem senta na frente de uma peça de teatro lambe-lambe entra em uma experiência imersiva, espiando para dentro de um novo mundo, comandado pelos artistas. No estande da UEPG, Aline Siebert, aluna do 6º ano do Ensino Fundamental na Escola Cecília Meireles, em Curitiba, assistiu encantada às quatro histórias do grupo Dupla de Dois e Coletivo Cacareco, que estarão no Fenata deste ano. De caixinha em caixinha, ela foi conhecendo as lendas brasileiras da Iara, Vitória Régia, Curupira e Cramulhão.

“Eu achei divertido, bem legal! Já conhecia a história da Iara, mas não dessa forma”, conta Aline. Passada dentro de uma oca de bambu, a história indígena de aventura foi a que mais cativou a pequena sonhadora. “Quando crescer e for pra faculdade, gostaria de trabalhar com desenhos e ser escritora”, conta.

Falando em arte e ciência, no palco do SBPC Jovem, o Grupo de Teatro Científico da UEPG apresentou “Coração em Chagas”, peça que conta a história do médico sanitarista Carlos Chagas, que foi o único cientista na história da medicina a descrever completamente uma doença infecciosa (patógeno, vetor, hospedeiros, manifestações clínicas e epidemiologia).

Quarta-feira também foi dia de trazer inclusão para o estande da UEPG. Pioneira entre as universidade estaduais do Paraná, a UEPG disponibiliza um óculos inteligente que auxilia acadêmicos com cegueira ou baixa visão a ler. Para demonstrar o funcionamento do dispositivo, ninguém melhor do que Matheus Baldykoski Ribas Santos e Stephanie Borba, que têm deficiência visual.

Experimentações na prática

Os cursos de Física e Engenharia de Alimentos da UEPG apresentaram a ciência de forma bastante prática ao público na quinta-feira (27). Os alunos e professores de Física trouxeram experimentos práticos que demonstravam a dinâmica da luz e da matéria em diferentes exemplos, uma câmara escura com projetor de luzes para apresentar experimentos de luz e ótica.

A bobina de Van der Graff deixou de cabelos em pé as crianças e adultos que passavam pelo estande da universidade. O instrumento, utilizado para explicar sobre a criação de cargas elétricas por atrito e condução da eletricidade, proporcionou momentos de diversão e conhecimento durante o evento. Para o estudante da UEPG, Marcus Vinicius Gauvlitz, a participação cumpre a missão importante de apresentar a Física de forma lúdica. “A divulgação científica precisa ser clara, de forma que quem não está no meio acadêmico possa compreender. Despertar interesse no público faz todo o esforço valer a pena”, comenta.

O curso de Engenharia de Alimentos levou à SBPC Jovem um pouco do trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Análise Sensorial de Alimentos. Dentro de cabines, os visitantes recebiam diferentes alimentos de marcas variadas, para que provassem e avaliassem a qualidade dos produtos. “É uma experiência incrível participar de um evento científico tão grande. Muitas pessoas não conhecem a Engenharia de Alimentos, então é visível o encantamento quando explicamos a elas como é a profissão”, relata a acadêmica Caroline Gubert Martins.

Em sua passagem pelo estande da UEPG, a acadêmica da UFPR, Sirlei do Rocio Pereira, elogiou a Universidade e afirma sentir orgulho pela formação oferecida ao seu filho, Rafael Pereira, formado pelo curso de Direito. “Quando ele passou no vestibular, muitos conhecidos estranharam a opção pela UEPG. Para todas eu falo da qualidade excelente da universidade que o formou”, declara a estudante.

Para fechar com chave de ouro

Na sexta-feira (28), foi dia de falar sobre tecnologia. O curso de Engenharia de Materiais levou a manufatura aditiva, ou impressão em 3D; um escâner tridimensional de objetos; e a produção de polímeros; enquanto que a Engenharia Civil demonstrou o aproveitamento geotérmico para a climatização de edifícios com a utilização de fundações superficiais e profundas a partir de um modelo de laboratório; e o Clube da Robótica, startup incubada na Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi) da UEPG, levou os modelos acessíveis de robótica para crianças e adolescentes.

Durante toda a semana, as acadêmicas Suelen Queiroz (Medicina) e Giovana Licoviski (Biologia) participaram do estande “Ciência Menina”, na tenda da SBPC Jovem. O espaço é voltado para projetos e ações que promovem e fomentam a importância das meninas e mulheres no ambiente científico. “Está sendo uma experiência muito boa, principalmente sendo acadêmica de licenciatura”, avalia Giovana. “Estou conseguindo observar a teoria unida à pratica. Muito legal ver a bagagem que os alunos trazem da escola sendo aplicada no trabalho que estamos desenvolvendo”.

Com a Maga Histológica e usando jogos e brincadeiras, o projeto de Suelen deixa divertidas as ciências da saúde. “No trabalho de anatomia, por meio dos personagens infantis, buscamos trazer as crianças para o mundo da ciência e permitir que conheçam seus próprios corpos. Buscamos trazer esse projeto com personagens que ajudem a criar uma ponte entre a ciência e as crianças de escola pública”, explica. Um exemplo é o jogo da memória, que conecta elementos da tabela periódica e explica sua aplicação no dia a dia. “São quatro eixos: desconstruir ideias da sociedade sobre mulheres na ciência, repensar o papel da ciência na formação de mulheres, políticas de promoção a mulheres cientistas e principalmente, tirar estereótipos de profissões e funções sociais”.

A Coordenadoria de Comunicação (CCom) foi o ponto focal para a organização da participação da UEPG no evento, avaliada como positiva e diversa pela chefe da CCom, Luciane Navarro. “Foi muito importante a participação dos cursos e do Cerimonial para que a Universidade trouxesse diversidade ao estande na SBPC Jovem”, enfatiza. “Fomos a única instituição a levar cultura, a biblioteca e uma programação diferente todos os dias. Enfim, uma participação à altura da UEPG”.

Texto: Aline Jasper, Jéssica Natal e William Clarindo | Fotos: Aline Jasper, Amanda Santos, Fabio Ansolin, Jéssica Natal, Júlio Cesar Prado e William Clarindo


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