Curso de Medicina da UEPG completa 15 anos

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Era 20 de julho de 2009 e quarenta alunos iniciavam as aulas da primeira turma do curso de graduação em Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O momento tão esperado ficou registrado como a resolução de uma espera de décadas pela formação na área, repleta de idas e vindas. Depois de 15 anos, já são cerca de 350 profissionais médicos entregues ao mercado de trabalho com uma distinção importante: a formação de qualidade pela UEPG.

“Jovem, mas respeitado”. É com essas palavras que o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, define o curso de Medicina. “Desde os anos 1930, com a presença genial do dr. Francisco Búrzio, Ponta Grossa reivindicava a criação de um curso de Medicina. Somente em 2009 este curso foi implantado por ação de médicos e administradores da UEPG que, sensíveis ao apelo da comunidade, criaram um dos mais disputados cursos de Medicina do Brasil”, rememora. Além de parabenizar a todos que construíram e constroem a história do curso, o reitor destacou o compromisso social do colegiado, que ampliou a oferta de vagas em 2024.

Para o chefe do Departamento de Medicina, professor Gilberto Baroni, a trajetória do curso já pode ser definida como uma história de conquistas e vitórias. “É um motivo de orgulho para a Universidade ter uma escola desse padrão. Já é uma escola de Medicina bem conceituada, temos uma boa colocação dos nossos egressos em programas de residência médica do Brasil inteiro, temos ex-alunos que fizeram vida acadêmica, com mestrado e doutorado, temos egressos que se tornaram professores na própria escola”, exemplifica.

O coordenador do curso, professor Carlos Utrabo, complementa que a maior realização é ver os alunos formados retornando como profissionais à atuação na comunidade. “É uma satisfação ver esse pessoal trabalhando de maneira ética nos hospitais, nas Unidades de Pronto Atendimento, nas Unidades Básicas de Saúde, atendendo à população”, comenta.

“A gente vive de cuidar da vida dos outros”, sintetiza o cirurgião pediátrico Eduardo Antunes Martins. “A gente acaba se doando, e isso é uma coisa boa, porque torna nosso trabalho mais humano”. Com carinho, ele segura no colo um bebê recém-saído da UTI Neonatal para um leito clínico no Hospital Universitário Materno-Infantil (Humai), e abre um largo e simpático sorriso. A mãe já conhece bem o cirurgião – o pequeno já está internado há semanas e precisou passar por diversos procedimentos. A conversa flui fácil e as dúvidas são logo resolvidas. Essa é uma das peculiaridades das especialidades pediátricas, conta o egresso da graduação em Medicina da UEPG e da residência em Cirurgia Geral do HU: quando você trata uma criança, você atende também toda sua família.

“Uma coisa que eu acho muito bonita na Medicina é que você consegue fazer qualquer coisa: você consegue ser um médico que opera, você pode ser um médico que só conversa, o médico que está mais associado à intervenção, o que não fala com pacientes, o médico associado à tecnologia, como a radiologia”, exemplifica Eduardo. “Todos são médicos e todos são muito diferentes entre si”. Da opção por atuar de forma generalista às inúmeras especialidades e formas de atuação, a Medicina permite um leque amplo de possibilidades e de rotinas de trabalho.

Um sonho: a Faculdade de Medicina de Ponta Grossa

A UEPG tem como uma de suas vocações as Ciências da Saúde: em novembro de 2023, o maior setor da UEPG, o Setor de Ciências Biológicas e da Saúde (Sebisa), completou 50 anos (releia reportagem especial sobre a história do Setor aqui). Os primeiros cursos do setor eram fruto das Faculdades Estaduais de Farmácia e Odontologia; Farmácia e Bioquímica; e Odontologia, fundadas na década de 1940 – as primeiras a serem formadas no interior do Paraná. Hoje, os cursos de graduação oferecidos pelo Sebisa são Biologia (Licenciatura e Bacharelado); Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), Enfermagem, Farmácia, Medicina, Odontologia e o recém-criado curso de Nutrição.

As primeiras discussões sobre a criação de uma Faculdade de Medicina na cidade encontradas nos jornais datam da década de 1930, segundo o historiador e professor da UEPG Niltonci Batista Chaves, autor da série de livros “Medicina em Ponta Grossa: histórias da Associação Médica”. “Na década de 1960, essa ideia ganhou força, até chegar ao seu auge, em 1967. Nesse ano, o povo foi para as ruas, as lideranças políticas encamparam oficialmente a proposta e um abaixo-assinado foi enviado ao governador Paulo Pimentel”, relata.

Era 04 de abril de 1968. Um decreto do governador do Paraná autorizava a criação de uma fundação para manter a Faculdade de Medicina de Ponta Grossa. Com 16 artigos, a Lei 5753 detalhava a estrutura da Faculdade, seus departamentos, disciplinas, quadro docente, técnico e administrativo. “Mas nós tivemos o bom senso de não abrir o curso de Medicina, porque nós não tínhamos condições”, brinca o médico e professor César Busato, que quatro décadas depois seria uma peça central na implantação efetiva da graduação. Houvesse sido efetivamente criada, provavelmente estaria junto às outras Faculdades que deram origem à Universidade Estadual de Ponta Grossa, no ano seguinte (1969).

Idas e vindas

A primeira tentativa efetiva de implantação do curso só aconteceu em 2002, com a aprovação pelo Conselho Universitário e pelo Governo Estadual. Com problemas estruturais e sob uma forte pressão política, o curso foi fechado em maio de 2003. “Quando fechou o curso, a população de Ponta Grossa fez outdoor, foi na Assembleia. Todo mundo tinha adesivo no carro: devolva nossa escola de Medicina. Houve uma campanha popular”, lembra Busato. Apesar das muitas manifestações de setores da sociedade que pediam a reabertura do curso, a próxima etapa desta história só aconteceu em 2007, com a criação de uma nova comissão de implantação.

Com o objetivo de realizar estudos de viabilidade para apresentar uma proposta ao Governo do Estado, a comissão reuniu o vice-reitor da UEPG na época, professor Luciano Vargas; dois representantes do corpo docente da UEPG, os professores Cesar Busato (que depois seria o primeiro coordenador do curso) e José Koehler (que se tornaria o primeiro chefe do Departamento de Medicina); e dois representantes dos profissionais de Medicina, indicados pela Associação Médica de Ponta Grossa, Ricardo Zanetti Gomes e Mario Montemor Neto. Ambos depois se tornariam professores do curso.

A autorização oficial para reabertura veio em 11 de agosto de 2008, pelo governador Roberto Requião, vinculada à construção do Hospital Regional dentro do campus da Universidade. Em 20 de julho de 2009, iniciavam as aulas da primeira turma. O reconhecimento do curso veio em 08 de maio de 2013, por meio do decreto nº 8.116, do Governo do Estado do Paraná, e a primeira turma se formou em 10 de julho de 2015.

Quando aconteceu a primeira avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), o conceito já foi 4, de um máximo de 5. É uma avaliação considerada muito positiva, e que colocou o curso desde o início dentre os melhores do país, segundo o professor Busato. “Nós temos um curso bom, não só pela avaliação do MEC, mas também porque os nossos egressos conseguem colocação em serviços de residência da melhor qualidade”, complementa.

“É sempre bom voltar aqui”. Para quem lecionou para centenas de alunos por décadas, o retorno às salas do Laboratório de Anatomia teve um toque de nostalgia. O professor Busato se afastou das salas de aula em 2023, após três décadas de docência na UEPG. Destes anos, metade foi dedicada à formação de médicos e à consolidação do curso de Medicina. “Eu acho que se tive algum mérito, foi enxergar que a gente tinha pessoal que era capaz de abraçar aquilo”, pondera. Sem vaidade, credita o sucesso do curso à composição de uma equipe comprometida com a formação de profissionais de qualidade. “O pessoal que vem vindo, bem na criação destes que estavam lá [no início do curso], da mesma forma que a gente herdou uma maneira de trabalhar que vai lá no Francisco Búrzio, no Orlando Moro, no Enny Fachin, Winston Bastos, Acelino Bueno Filho, que foram pessoas que nos antecederam. Acho que as coisas se perpetuaram desta maneira”.

Vocação e sonho

“Eu sempre escolhi a medicina, sempre foi um sonho e isso surgiu já na minha infância”. Quando mais jovem, Juliana Medeiros Oliveira assistia na televisão programas sobre pronto-socorro e sonhava em fazer a diferença na vida das pessoas. Chegada sua vez de escolher uma profissão, o curso ainda não existia em Ponta Grossa e ela voltou seu olhar para outras áreas. “Porém, finalmente, o curso chegou, então me debrucei nos livros para estudar e entrei no tão desejado curso de Medicina”, conta. “E não tinha dúvida nenhuma sobre a qualidade do curso que na verdade estava iniciando na cidade, afinal a UEPG sempre formou bons alunos em diversas áreas”.

Durante sua trajetória, Juliana teve a oportunidade de conhecer e se apaixonar pela especialidade com a qual hoje trabalha: ginecologia e obstetrícia. Além da escolha por ser “médica de mulher”, ela também fez outras importantes mudanças de vida durante a graduação: foi estudar no exterior, em uma universidade dos Estados Unidos, e fez trabalho voluntário na África. “Isso me desafiou em vários sentidos e me fez crescer de uma maneira exponencial”, lembra. Após a residência em Ginecologia e Obstetrícia (no Hospital Pérola Byington, de São Paulo) e uma pós-graduação em Ginecologia Endócrina, ela nem pensa em parar de estudar: já pesquisa a próxima etapa de aperfeiçoamento. “Olhando pra trás, vejo que tudo valeu a pena e tenho muito a agradecer à UEPG. Quando cheguei em São Paulo, com vários médicos de diversas regiões do Brasil, me senti completamente preparada para enfrentar uma residência e senti na prática o quanto nossa formação foi de qualidade”, enaltece.

Juliana é uma das profissionais que realizam o pré-natal das pacientes com gestação de alto risco, no Ambulatório Universitário Amadeu Puppi (Ambuap, antigo Pronto-Socorro Municipal). “Me sinto realizada em agora ser colega de trabalho dos meus antigos professores, esses que me ajudaram a me tornar a profissional que sou hoje. Além disso, fico muito feliz em poder contribuir com um pouco de conhecimento na vida da população de Ponta Grossa”.

Para Alexandre Merlini, a decisão pela profissão de médico também veio na infância, aos 10 anos de idade. “Tinha o sonho de ser pesquisador, educador. E imaginava que a Medicina era uma área que nunca faltariam temas para estudar”, rememora. “Meu pai também apresentava vários problemas de saúde, e ser alguém que pudesse resolvê-los me encantava”. Aos 17, foi aprovado no vestibular e entrou para a primeira turma do curso de Medicina da UEPG. Fez mestrado, especialização em Clínica Médica e Medicina de Emergência, MBA em Gestão em Saúde e pós-graduações em cuidados paliativos, experiência do paciente, auditoria clínica e compliance.

A rotina é puxada: Alexandre coordena o Pronto-Socorro de um grande hospital em São Paulo, o Hospital e Maternidade São Cristóvão, que tem 300 leitos; atua como médico assistente da Clínica Médica e Cuidados Paliativos do Hospital do Coração (Hcor) e como emergencista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; e ainda gerencia uma empresa com foco em educação médica continuada. No entanto, ele tenta não perder de vista a essência do que o levou até a profissão. “O que mais me motiva como médico é poder restaurar a saúde de alguém, devolver o paciente àqueles que o amam, seus familiares e entes queridos, e quando não é possível, estar presente e garantir conforto e dignidade”.

O gigante que tornou tudo possível

Em 05 de dezembro de 2006, o Governo do Paraná assinava o contrato para construção do maior hospital de Ponta Grossa: o Hospital Regional. O aporte, a princípio, seria de R$ 15 milhões, mas o valor total da obra acabou somando cerca de R$ 40 milhões.

“Naquele primeiro momento, não era um hospital da UEPG, era do Estado. Mas mesmo assim, nós éramos constantemente convidados a vir aqui, ainda durante as obras, e tomar posse do hospital como espaço também acadêmico”, lembra a diretora geral dos Hospitais Universitários e professora do departamento de Medicina, Fabiana Postiglione Mansani.

A inauguração do Hospital aconteceu quase quatro anos depois, em 31 de março de 2010. Para Alexandre, esse foi um dos momentos marcantes do curso. “Éramos desbravadores da primeira turma”, define. A cada novo serviço inaugurado, uma etapa vencida.

No primeiro ano de funcionamento do hospital, eram ofertados apenas 28 leitos. Quando passou a ser administrado pela Universidade, em 2013, o HU sofreu expansões, abriu serviços e chegou a 155 leitos no início de 2019. A partir daí, o crescimento foi exponencial, com a abertura de novos leitos e a incorporação de dois novos hospitais: o Hospital Universitário Materno-Infantil (Humai, antigo Hospital da Criança), em 2021, e o Ambuap, em 2023. Hoje, são 335 leitos, sendo 239 no HU e 96 no Humai. Há, ainda, a previsão de expansão do complexo de saúde, com a construção de uma nova torre no HU, um Centro Especializado de Reabilitação (CER-4), e o Ambulatório Médico de Especialidades (AME). 

Uma das grandes contribuições do curso ao HU, como conta a professora Fabiana, foi a abertura de ambulatórios acadêmicos. “Isso começou a fazer uma diferença muito grande no atendimento à comunidade”, avalia. Nesse tipo de atendimento, o professor médico traz os alunos para dentro do hospital para acompanhar o atendimento de seus pacientes. “O cuidado que eles têm em fazer com que o aluno compreenda todo esse processo da doença, da saúde, do tratamento e do atendimento do paciente é um diferencial. Quem ganha com isso é o paciente, porque ele é ainda mais acolhido”.

Olhares atentos, ouvidos aguçados. Enquanto o gastroenterologista Filipe Justus realizava a consulta, no Ambuap, meia dúzia de alunos de graduação acompanhavam com atenção cada palavra trocada entre médico e paciente. “Tem que tomar o remédio todo dia, viu? Não dá pra deixar faltar nem uma vez”, explica com paciência. Aos alunos, dá uma explicação técnica sobre a condição de saúde e diagnóstico; o paciente também escuta com curiosidade. “É um ambulatório com um ritmo mais lento que o habitual. A gente tem uma afinidade dupla: a assistência e o ensino”, descreve.

Para Filipe, o contato com os acadêmicos é refrescante e uma forma de relembrar a “aventura intelectual” que é a graduação em Medicina. Ele é egresso da segunda turma do curso e voltou aos Hospitais da UEPG após fazer residências na Universidade de São Paulo (USP). “Tivemos o privilégio de ser uma turma com muita proximidade com os professores, que sempre teve excelentes pessoas, os médicos e os profissionais de outras áreas da saúde. Quem pôde aproveitar, quem esteve atento, tenho certeza que fez uma ótima graduação”.

Das cerca de 570 cirurgias realizadas todos os meses no HU, uma porção passa pelas mãos de um médico dedicado. Ele é velho conhecido do Hospital: Gabriel Rangel foi egresso da primeira turma de Medicina, plantonista da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), fez a residência de Ortopedia e Traumatologia e atua como cirurgião ortopedista. Além disso, ele também exerce uma função importante nos HUs, como Diretor Clínico – um cargo de representação dos demais médicos da instituição. “Tenho muito carinho pela instituição UEPG e a cidade de Ponta Grossa, e isso me levou a optar por permanecer aqui”, conta.

“Não conheço um médico que trabalhe pouco. Também não me recordo de algum profissional que não tenha passado algum percalço ao longo da carreira”, diz, sobre a rotina e os desafios de quem opta pela profissão de salvar vidas. Segundo ele, os desafios são muitos: relacionados ao paciente (biologia, familiares, condições sociais e de cuidados, entendimento do quadro de saúde atual), aos profissionais (disponibilidade de especialistas, toda a equipe de apoio e o uso de técnicas e procedimentos mais atualizados) e ao sistema de saúde (que englobam desde o local de trabalho até a disponibilidade de insumos). No entanto, o resultado é a principal motivação: “não há satisfação maior para um médico do que encontrar um paciente recuperado e de volta às suas atividades diárias”.

Além da assistência ao paciente, com mais de 320 mil pessoas atendidas por ano, os HUs oferecem ainda ensino, com 12 programas de Residência Médica (Anestesiologia; Cirurgia Geral; Cirurgia Vascular; Clínica Médica; Endoscopia; Ginecologia e Obstetrícia; Medicina Intensiva; Neurologia; Ortopedia e Traumatologia; Otorrinolaringologia; Pediatria; e Radiologia e Diagnóstico por Imagem). Segundo a professora Fabiana, as residências médicas iniciaram após a consolidação do curso de graduação e verticalizaram a formação, passando a formar na mesma instituição, o profissional generalista e também os especialistas.

A expectativa para o próximo ano é de ampliar a oferta de vagas de residência e abrir novos programas. “Hoje a gente já tem perfis assistenciais diferenciados que oportunizam ter mais programas de residência aqui dentro dos Hospitais Universitários”, explica a diretora.

“Nas nossas primeiras reuniões de departamento, a gente falava ‘Daqui a uns 10 anos a gente vai começar a ver o resultado desse curso’. Realmente é o que está acontecendo agora, né?”, reflete a professora Fabiana. Em apenas 15 anos, o curso já tem resultados consolidados, egressos de sucesso, boas avaliações e um impacto considerável na região dos Campos Gerais. “Quem ganha é a comunidade, com esse hospital, com os alunos aqui, discutindo casos, acompanhando os pacientes, nas UTIs, no Pronto Atendimento, com os egressos atendendo na comunidade”, comemora. “É uma emoção muito grande, mesmo, de saber que eu fiz parte disso de alguma forma. Uma sementinha minha ficou ali também”.

Qualidade reconhecida

O curso de Medicina da UEPG é o único do Paraná com a nota máxima (5) no Conceito Preliminar de Cursos (CPC), divulgado pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A avaliação leva em consideração o desempenho dos estudantes, infraestrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente. No Enade, o conceito do curso é 4.

O estudante André Amaro Mamédio dos Santos comemora as avaliações positivas que o curso tem recebido. “Isso mostra a qualidade da nossa formação”. Ele, que está no último ano da graduação, recorda com carinho os seis anos de UEPG. “Foram vários desafios e dificuldades, mas também muitos momentos bons, de conquistas. Pude participar de pesquisas, congressos, receber premiações, participar também como representante estudantil, abrangendo diversos cursos”, rememora. “Foi muito positivo o contato, tanto com os professores, quanto com a gestão da UEPG, quanto com os demais alunos, com os pacientes… Estou bem satisfeito com o curso”. No olhar sereno de quem já se prepara para trilhar os próprios caminhos como médico, uma certeza: “do mesmo modo que eu pude estudar na universidade pública, gratuita e de qualidade, quero poder fornecer um atendimento público também para a população futuramente, pelo SUS. Me vejo, também, com essa responsabilidade social”.

“O curso de Medicina da UEPG representa um avanço na área das ciências da saúde para toda a região dos Campos Gerais”, enfatiza o diretor do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde, professor Júlio César Miné. “As ações conjuntas com os Hospitais Universitários da UEPG preparam os acadêmicos do curso para a vida profissional e a formação de médicos possibilita a atuação desses profissionais em cidades da região, melhorando o atendimento e cuidados em saúde da população”. Além disso, o curso tem uma atuação marcada em projetos junto à comunidade, que levam para a população o conhecimento adquirido na Universidade. “Formação médica de excelência, atuação junto à comunidade e preocupação com o desenvolvimento científico e humano para melhorar a qualidade de vida da população é a preocupação do curso de Medicina da UEPG”, resume.

“Eu tenho certeza que estar fazendo UEPG faz toda a diferença na carreira, primeiro por ser uma universidade estadual de muita qualidade, segundo pelas oportunidades que a UEPG oferece de complementar o currículo”, indica Renata Calandrini, que é aluna do terceiro ano do curso. Para ela, o acesso a projetos de extensão, iniciação científica, monitorias, ligas acadêmicas, congressos e outras atividades, bem como o contato constante com os Hospitais Universitários desde o início do curso, é um diferencial importante na formação.

“Eu não me imaginaria em nenhum outro lugar a não ser na UEPG e em nenhum outro curso a não ser Medicina”. A obstinação por trás dessa decisão fez com que Renata persistisse por quatro anos na preparação para o vestibular, buscando a aprovação no curso que tem a maior concorrência nos processos seletivos da UEPG.

A partir da matrícula, começou outro desafio: dar conta de toda a grade curricular de cerca de oito mil horas distribuídas ao longo de seis anos. “Apesar da gente provavelmente lembrar dos dias que perdeu o sono estudando, o que mais marca são as memórias boas, com certeza. Pessoas que conheci no curso que hoje são parte essencial da minha vida e vou levar pra sempre comigo, os cafezinhos que tomamos sempre depois da aula. O primeiro dia atendendo nas clínicas, a primeira cirurgia que assisti, também, aquela sensação boa de quando você consegue fazer algo ou finalmente acerta alguma coisa que um dia pensou que nunca ia aprender”, enumera. “São coisas que me marcaram muito e vou sempre lembrar”.

Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper, Arquivo pessoal dos entrevistados, Arquivo CCom/UEPG

Inauguração do Hospital Regional de Ponta Grossa. Na foto, o vice-governador Orlando Pessuti e o reitor João Carlos Gomes.
Foto: Everson Bressan – AEN


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