Svitlana veio acompanhada de seu filho, Hlib, de 8 anos. Antes de chegar ao Paraná, ela morou por três anos na Polônia. “Antes disso, morávamos na cidade de Dnipro [cidade a 477 Km da capital Kiev], que fica a leste da Ucrânia, perto da linha de batalha. Mas nossa cidade ainda não está ocupada”. Enquanto morava no seu país natal, ela trabalhava na Universidade Estadual de Dnipro. O objetivo, agora, é dar continuidade aos estudos desenvolvidos na sua dissertação de Mestrado.
Acolhida institucional
Svitlana ainda tem mais três filhos: dois vivem na Polônia e um mora na Alemanha, todos maiores de idade. O seu marido também é professor universitário, mas não obteve autorização do Governo Ucraniano para deixar o país e acompanhar a esposa nesta nova fase profissional. “Meu marido era oficial do Exército Ucraniano em 2014 e agora trabalha como voluntário para o Estado. Durante esta Guerra, eu não atuei como professora na Polônia, mas trabalhei em projetos sociais. Agora quero dar início ao trabalho do que quero pesquisar no Doutorado”.
Projeto e próximos passos
O projeto que será desenvolvido pela pesquisadora aqui na UEPG tem o título ‘Avaliação do Impacto do Projeto de Capacitação em doenças crônicas entre profissionais e gestores de atenção primárias à saúde’ e será coordenado pelo professor Erildo Müller. “Ela vai orientar comigo uma aluna de Doutorado e vamos fazer uma capacitação para o enfrentamento de doenças crônicas nas Unidades Básicas de Saúde de Ponta Grossa, Londrina e Maringá”, explica o professor. Svitlana vem com uma experiência internacional, que será adaptada à realidade brasileira. “Esperamos que esta parceria tenha um grande ganho para ambas as partes, estamos já estabelecendo uma linha de contato, driblando algumas dificuldades do idioma, mas acredito que será uma boa oportunidade de pesquisa ao longo desses dois anos”.
A cientista chegou ao Paraná em 12 de novembro, recepcionada no aeroporto de Curitiba pela equipe do Escritório de Relações Internacionais (ERI), que a acomodou na Casa Internacional da UEPG. “A recepção foi realmente calorosa e amigável, as acomodações na Casa Internacional são muito confortáveis, a comida é deliciosa e a comunicação foi muito interessante, abrindo novos horizontes”, agradeceu Svitlana.
“Estamos acompanhando ela e o filho nessas primeiras semanas, indo ao mercado e vamos ver uma escola para o menino, entendendo que agora é um período de adaptação”, explica a diretora do ERI, Sulany Santos. “Nosso trabalho para as próximas semanas é encontrar uma casa para eles alugarem e integrá-los à comunidade”, completa.
Texto e fotos: Jéssica Natal