

O Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assessoria sobre Infância e Adolescência (Nepia), do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), promoveu, na última terça-feira (25), a primeira etapa de capacitação do “Projeto Tecendo a Rede de Proteção às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência no município de Tibagi”.
A iniciativa tem o objetivo de integrar políticas públicas, habilitar profissionais, elaborar planos de enfrentamento e otimizar a comunicação entre os órgãos responsáveis pela garantia de direitos e as vítimas de violência no município. A ação é um projeto vinculado ao Programa Universidade Sem Fronteiras da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná (Seti-PR) e conta com o apoio da Prefeitura de Tibagi. O encontro inaugural ocorreu no auditório da Secretaria de Educação de Tibagi e teve como propósito apresentar a iniciativa a gestores municipais e profissionais, além de identificar as necessidades locais para a construção colaborativa de um cronograma de ações.
Na UEPG, a equipe é coordenada pela professora Cleide Lavoratti e pelas professoras orientadoras Danuta Estrufika Cantoia Luiz (Serviço Social) e Maria Cristina Rauch Baranoski (Direito), além das assistentes sociais Emily Pinheiro Colman e Luiza Stelle Linhares da Rocha. As acadêmicas de Serviço Social Ingridy Aparecida Adriano e Luisa Soares completam o time. O projeto foi pensado a partir de uma solicitação do Ministério Público da Comarca de Tibagi, encaminhado à Reitoria, conforme explica a professora Cleide Lavoratti. “Na época, a promotora de Justiça apontava uma série de questões que o município precisava, como uma assessoria para implantar uma política de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, uma política que ajudasse na construção de um plano municipal e no fortalecimento da rede de proteção à criança, e a capacitação de profissionais para atuar no atendimento em rede intersetorial”.
O convênio entre as entidades está em vigor até fevereiro do próximo ano, com a previsão de capacitar pelo menos 300 pessoas. Em cinco encontros, serão abordados conceitos e metodologias de identificação dos sinais de violência, além de técnicas de acolhimento. “Também faremos a qualificação quanto à revelação espontânea, em que a criança escolhe uma pessoa para revelar, por vontade própria, alguma violência que ela está sofrendo”, conta Cleide. A professora acrescenta que também serão feitos encontros para ressaltar e sensibilizar a comunidade sobre a importância do trabalho em rede intersetorial.
Plano de enfrentamento municipal
Paralelamente às ações de preparação da sociedade, a proposta prevê assessoramento aos agentes da prefeitura. “Pretendemos contribuir com essa política municipal, para que eles tenham instrumentos para implementar essa política de combate à violência, já prevista em lei desde 2017, com a Lei 13.431, que estabelece um sistema de garantia de direitos para vítimas ou testemunhas de violência”, ressalta Lavoratti.
Autoridades prestigiaram a iniciativa
Entre as autoridades presentes na reunião estavam o prefeito Rildo Leonardi e os secretários municipais: Karine Fateussique, representando a Secretaria de Assistência Social; Joairan Martins Carnero, secretário de finanças; Leopoldo Schersiber, secretário de habitação; Fernando Kogu, secretário de planejamento; Leri Ribeiro, secretária de meio ambiente; e Ana Claudia da Costa, secretária de educação.
O prefeito de Tibagi, Rildo Leonardi, reafirmou o compromisso do Município em manter a parceria e o trabalho conjunto. “Proteger nossas crianças e adolescentes é uma prioridade para Tibagi. Este encontro, com a presença da Promotora de Justiça, Dra. Juliana Schasiepen, e a parceria com a UEPG, reforçam nosso compromisso em fortalecer a rede de proteção e criar estratégias eficazes no combate à violência. A Prefeitura de Tibagi segue firme na missão de garantir um futuro mais seguro e acolhedor para nossas crianças, trabalhando lado a lado com as instituições”.
A Secretária de Assistência Social, Silvana Campos Novakoski, ressaltou a união das entidades em prol das crianças e adolescentes. “A proteção de crianças e adolescentes é uma causa que exige união e estratégias bem estruturadas. Discutimos ações fundamentais para fortalecer a rede de apoio e garantir um atendimento mais eficiente às vítimas de violência”.
No período da tarde, a reunião foi direcionada aos profissionais das políticas de Saúde, Assistência Social e Educação que integram o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente de Tibagi. O evento também contou com a presença da Promotora de Justiça Juliana Schasiepen Ribeiro Gonçalves, representante do Ministério Público.
Formação de qualidade
A professora Cleide enfatiza o papel do Governo do Estado para a formação pedagógica do projeto. “Ressalto a importância de projetos de extensão como esse, financiados pela Seti, porque propiciam ao mesmo tempo a aproximação da universidade com as comunidades, com os municípios da área de abrangência da UEPG, então, a importância desse projeto é justamente viabilizar uma formação cidadã para nossos alunos e professores”, conclui a coordenadora.
Texto: Helton Costa/Foto: Arquivo Pessoal