“É o desafio da nossa geração o combate a fake news e ao discurso de ódio”, diz o manifesto publicado neste domingo pelo Sleeping Giants Brasil, projeto que combate o financiamento a notícias falsas. O perfil brasileiro do movimento foi criado em 18 de maio de 2020 pelos acadêmicos de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Mayara Stelle e Leonardo de Carvalho Leal.
Os criadores da plataforma têm 22 anos e tiveram suas identidades reveladas em entrevistas à colunista Mônica Bergamo do jornal Folha de S. Paulo e ao jornalista David Biller, da Associated Press (AP). “Sleeping surgiu no meio de um estudo para um TCC sobre fake news. Ele apareceu como uma resposta. Pois todo mundo sabe qual é o problema, é o discurso de ódio, que domina o debate na internet, mas ninguém sabe qual é a resposta para isso”, explicou Leonardo.
“O Sleeping não é um movimento de política, é um movimento de consumidores. Esse é um dos nossos valores”, esclarecem ainda os criadores do grupo. “Estudamos o funcionamento da mídia programática para comprovar que as empresas, de fato, não têm ideia de para onde vão os milhões que investem em publicidade. E não é justo que as pessoas ganhem dinheiro com notícias fraudulentas, prejudicando a estabilidade democrática do país, ofendendo minorias, propagando racismo. E foi assim que, numa madrugada, do nosso celular pessoal, no interior do Brasil, com uma pitada de indignação, um toque de esperança e nenhuma pretensão, nasceu o Sleeping Giants Brasil”.
O movimento Sleeping Giants, que reúne no mundo todo ativistas digitais, teve início em 2016, nos Estados Unidos. A estratégia utilizada pelo movimento é a de desmonetização dos sites que publicam notícias falsas, por meio da exposição de marcas e empresas cujos anúncios aparecem nesses portais que financiam páginas extremistas.
Foto: André Penner | AP Photo