Durante o mês de março, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) organizam ações de sensibilização à questão da violência de gênero nos campi da universidade. O mês será marcado com diversas atividades voltadas à conscientização dos direitos da mulher e ao combate à violência.
As atividades iniciam nesta terça-feira (03), com a oficina “Educação para a Paz”, ministrada pelo professor Ney Alberto Salles Filho no Campus Central da UEPG, na sala A19 do Bloco A, às 17h30.
Na quarta-feira (04) as atividades se dividem entre os dois campi: em Uvaranas, às 9h30, na Central de Salas, com a peça de teatro financiada pela FAUEPG “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou” de Michela França, seguida de bate-papo com as pesquisadoras Bruna Woinorsvki de Miranda (UEPG – TJ) e Bruna Maria Rossignolli (Unicentro); e no Centro com o evento “Mulheres e Direitos: enfrentamento de violências múltiplas”, às 9h, no Grande Auditório, e de noite, às 19h, no pátio interno do Campus Central, com a peça de Michela França, seguida do bate-papo com as pesquisadoras. Na quarta também acontece o lançamento da campanha “UEPG e DCE de Olho no Assédio”.
Durante o mês, estão previstas outras atividades, como panfletagem, confecção de cartazes e intervenções nas escadarias dos blocos. Também será feita a coleta de dados para a pesquisa “A violência por trás dos muros universitários”, realizada pelo programa de pós-graduação em desenvolvimento comunitário da Unicentro em parceria com a Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (DAAD). A pesquisa será aplicada pelo Acadêmico On-line aos alunos da UEPG, entre os dias 21 de fevereiro até 20 de março, com o objetivo de coletar informações que contribuam com o atendimento e conscientização sobre o tema na universidade.
O machismo é uma questão culturalmente construída, segundo a diretora de Ações Afirmativas e Diversidade da Prae Silmara Carneiro e Silva, e para que ele seja efetivamente combatido é importante, primeiramente, saber reconhecer essas violências para então tomar uma atitude diante delas. “Conhecer para reconhecê-las no cotidiano é o primeiro passo para enfrentar a questão”, diz.
Para Carneiro, o ambiente universitário é um espaço social, como qualquer outro. Portanto, na universidade também se reproduzem as mesmas problemáticas vivenciadas pela sociedade em geral. “Sensibilizar o público universitário é ainda mais fundamental, pois são eles os formadores de opinião na sociedade. Os futuros profissionais podem levar o conhecimento a seus espaços de atuação, seja nos ambientes de estágio ou depois de formados. É preciso trabalhar para a construção de relações de gênero mais horizontalizadas, com respeito às diversidades. É isso que a UEPG deseja construir, começando por dar visibilidade às questões de violência de gênero como parte de um conjunto de ações de respeito à pluralidade e à diversidade”.
As atividades são parte de um planejamento conjunto entre a Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (DAAD), Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), Laboratório de Estudos de Gênero, Diversidade, Infância e Subjetividades (LAGEDIS), Grupo de Estudos Territoriais (GETE), Núcleo de Maria da Penha (NUMAPE), Projeto Elos – Direitos Humanos, Jornalismo e Formação Cidadã, Núcleo de Educação para a Paz (NEP), Mestrado em Jornalismo, Serviço Social do Tribunal de Justiça (TJPR), Diretório Central de Estudantes (DCE) e lideranças estudantis na UEPG.
Texto: Patrícia Guedes Foto: Luciane Navarro Revisão: Vanessa Hrenechen