Professores e alunos do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) comemoram a nota máxima alcançada no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), pela sexta vez consecutiva. A prova avalia o conhecimento dos acadêmicos que estão no último ano dos cursos de graduação. O conceito do Enade é apresentado em cinco categorias (de 1 a 5), sendo 1 o resultado mais baixo e 5 a melhor nota na área.
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De acordo com o acadêmico José Luiz Berger Camargo Junior, ser nota máxima no Enade pela sexta vez seguida prova que o curso de Agronomia da UEPG está entre os melhores do país. “Acredito que isso é fruto de uma seleção muito rigorosa já no vestibular, da alta competência e experiência dos professores, da estrutura de qualidade que temos, da integração entre as séries – entre os diferentes alunos do curso, além da maior Fazenda Escola do Paraná [Fescon]”. O estudante ressalta mais um ponto relevante para o resultado: a proximidade da turma. “O companheirismo e as amizades que aqui se desenvolvem são muito importantes para a troca de conhecimentos já nos primeiros dias de aula. No curso ninguém fica para trás, é sempre um ajudando e ensinando o outro. Todos esses fatores são importantes para o ensino”, completa.
Para o acadêmico Igor Travensoli, o curso de Agronomia na UEPG sempre foi um curso de qualidade. “Desde o momento da entrada na graduação, há uma grande interação entre as séries, possibilitando a troca de conhecimentos e aprendizados. Outro fator que contribui para o êxito do curso são os professores, que possuem ampla experiência na área em que atuam. Na maioria, são efetivos da instituição, possuindo maior disponibilidade para atender os alunos. Além disso, a UEPG conta a Fazenda Escola, na qual professores e alunos conseguem aliar o conhecimento teórico ao prático”.
Ambos os alunos falam sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no aprendizado. “Com o início da pandemia surgiu uma grande incógnita de como ficaria a qualidade do ensino, porém alunos e professores se dedicam diariamente para que o aprendizado seja o maior possível dentro das limitações”, afirma José Camargo. “A pandemia trouxe tempos difíceis, onde é necessário se reinventar. Alguns possuem dificuldade de acesso”. Na sua avaliação, o ambiente de estudos traz novos desafios. “Apesar das dificuldades, os professores têm conseguido transmitir o conhecimento através das aulas remotas, procurando sempre obter interação com os acadêmicos”, completa Igor Travensoli.
Teoria e prática
“O curso favorece a integração dos mestrandos e doutorandos com os acadêmicos da graduação, permitindo aumentar a qualificação técnica-científica dos nossos estudantes”, diz Paulo. Segundo o coordenador, devido à estreita relação entre o curso e as empresas vinculadas ao agronegócio, tanto nacionais como multinacionais, os acadêmicos têm a oportunidade de desenvolver suas atividades de estágio nas mais diferentes regiões agrícolas e também internacionalmente, através de convênios com universidades e empresas de outros países, através do Escritório de Assuntos Internacionais da UEPG.
O curso conta ainda com o espaço da Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon/UEPG), onde a maioria das atividades práticas e disciplinas profissionalizantes são realizadas. O local também serve como suporte ao desenvolvimento de projetos de pesquisa dos professores e acadêmicos. A coordenadora de agricultura da Fescon, Daiane Garabeli, relata que a Fazenda Escola é uma das unidades de ensino pioneiras no plantio direto. “Usamos esta técnica aqui há mais de vinte anos. Todos que vem estudar e trabalhar na Fescon saem com conhecimento adquirido sobre o plantio direto”, aponta. Garabeli também destaca o valor do ofício de engenheiro agrônomo. “Nossa missão é alimentar o mundo. Vejo que nossa profissão hoje desenvolve, além de uma integração qualificada com a natureza, uma relação multidisciplinar com outras áreas e com os avanços tecnológicos. O agrônomo tem enorme responsabilidade e precisa cada vez mais procurar saber sobre outras áreas para ampliar as suas habilidades”, frisa.
O curso de Agronomia da UEPG está diretamente vinculado a dois departamentos: Ciência do Solo e Engenharia Agrícola; Fitotecnia e Fitossanidade; São 30 professores com formação e função principal de atender ao curso de Agronomia. Além disso, o curso conta com a assistência didático-pedagógica de mais nove departamentos da UEPG, totalizando 52 professores entre efetivos e colaboradores.
Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade
O Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, atualmente, conta com 16 docentes que atuam no ensino, pesquisa e extensão. “Os docentes desenvolvem pesquisas na área de fitotecnia, com ênfase em adaptação agronômica de cereais; conservação e prospecção de genes de interesse em milho; fisiologia do crescimento e desenvolvimento de plantas; manejo de pomar; biotecnologia e cultura de tecidos; manejo de grandes culturas; fisiologia e manejo de hortaliças; produção de mudas; propagação de espécies florestais e ornamentais; e produção e beneficiamento de sementes”, informa a chefe do departamento Amanda Regina Godoy Baptistão.
De acordo com Amanda, as pesquisas na área de fitopalogia são realizadas com estratégias de manejo e redução de doenças em plantas com controle biológico, químico e cultural em culturas agrícolas; epidemiologia; manejo integrado de pragas; resistência de plantas a insetos; e controle biológico de pragas.
Departamento de Ciência do Solo e Engenharia Agrícola
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O Desolo captou junto a órgãos de financiamento estatais e privados, nacionais e internacionais, mais de R$ 5 milhões nos últimos anos. “Os recursos foram destinados às bolsas de auxílio para acadêmicos, técnicos, equipamentos para laboratórios, carros próprios, entre outros recursos exclusivos que apoiam o curso de Agronomia da UEPG”, explica Pedro.
Segundo o chefe de departamento, os docentes realizam inúmeros projetos na área da pesquisa. “Na esfera estadual, com recursos internacionais, realizamos estudos na geração de índices para a conservação de solo, cuja importância para futuro próximo é imensurável. Junto a empresas privadas, a Agronomia desenvolve, aprimora e experimenta fertilizantes. O curso também é reconhecido internacionalmente em estudos de correção da acidez do solo. Temos ainda a linha de pesquisa no estudo de biomassas, processos de transformação e uso de biocombustíveis; pesquisas em agrometeorologia, relação água-solo, máquinas e mecanização agrícola, entre outros temas”, complementa o professor.
O Desolo também desenvolve projetos de extensão em mais de vinte municípios da região, com ações voltadas para o desenvolvimento rural sustentável junto a agricultores camponeses. “Estas tem como objetivo a conservação do solo e água, sistema agroecológico de produção agrícola, resgate de sementes e raças crioulas, agroindústrias, métodos diferenciados de comercialização e envolvimento de jovens e mulheres nos processos”, explica o chefe do departamento. Um exemplo é o projeto de auxílio à certificação de produtos orgânicos junto a produtores camponeses regionais, existente há mais de dez anos, que já certificou mais de 600 produtores e é financiado pelo estado do Paraná.
O departamento tem ainda ações de afirmação regional e internacional, com atividades de ensino em municípios da região. “Temos projetos que levam conceitos de desenvolvimento rural sustentável para escolas rurais, com atividades teóricas e práticas, de tecnologias prontamente aplicáveis. Além disso, temos um projeto internacional, que discute e auxilia professores e acadêmicos quanto ao currículo, ementas e conteúdos do curso de Agronomia no Haiti”, relata Pedro. “É interessante ressaltar que em todas as atividades citadas, muitas extracurriculares, o envolvimento dos acadêmicos é premissa básica, e em grande parte das vezes com auxílio econômico captado pelos professores, o que com certeza é um diferencial e ajuda a explicar o patamar alcançado pelo curso de Agronomia da UEPG”, destaca o chefe do departamento.
Texto: Vanessa Hrenechen e Julio César Prado Fotos: Aline Jasper e divulgação (professor Paulo Ferreira Carrilho)