Do lado de fora do Hospital, o coração da esposa Sheila Oliveira e do filho Davi batiam forte na expectativa do reencontro. “É um sentimento de muita gratidão, principalmente a Deus, que agiu em todos os momentos. Recebemos uma graça, a vida dele, a presença dele novamente com a família”. Sheila agradeceu às equipes do Hospital Universitário, aos familiares e aos amigos, que se uniram em oração e organizaram as boas-vindas na saída do Hospital. “Estamos aqui para que ele sinta o carinho de todos nós”. E assim foi. Às 15h30, Davi correu para colo do pai, que prometeu a ele dias de muitas brincadeiras. Às 15h40, o céu muito azul da Quinta-feira Santa levou para longe oito balões brancos, um para cada semana de internamento.
Um corredor de aplausos quebrou o silêncio do hall, por onde Paulo Vitor passou e se despediu do Hospital para uma vida nova. Em meio às palmas e sorrisos das equipes do HU, estava o reitor Miguel Sanches Neto, que também venceu a Covid-19 e saiu pela primeira vez do resguardo para dar as boas-vindas ao amigo. “A alta do professor Paulo Vitor demonstra a qualidade do serviço do HU, a força de vontade do indivíduo e a crença de todos nós no poder de recuperação”, diz Sanches.
Ainda no leito, com a voz embargada pela emoção, ele agradeceu a todos os profissionais do Hospital. “Agradeço imensamente às equipes de enfermagem, fisioterapia, aos médicos, ao pessoal da limpeza, nutrição. Passei por várias infecções e esses verdadeiros heróis e heroínas conseguiram salvar a minha vida e me reabilitar parcialmente”. Ele complementa que ainda vai um tempo até que se reabilite plenamente. “Foi uma experiência chocante e difícil”, disse, mas logo completou que, por estar sob o cuidados dos profissionais do HU, foi prazeroso.
“A alta do professor Paulo Vitor nos emociona. Ele nos motiva a ter esperança de dias melhores e a mantermos nossas ações no HU”, diz o diretor do HU-UEPG, Sinvaldo Baglie. “Ele foi um paciente guerreiro, que tem uma força interna gigantesca. Família e amigos mantiveram suas orações e acreditaram em sua recuperação”.
O diretor e colega de profissão também exaltou o papel dos profissionais do Hospital. “Eles foram imensamente fortes. Sempre buscam o melhor para os nossos pacientes, e têm, sem dúvidas, uma grande responsabilidade na recuperação do professor Paulo Vitor e de tantos outros pacientes que voltam para suas famílias”. O diretor fez votos de que esta data possa ser lembrada como um marco. “Apesar de tudo que estamos vivendo nestes dias tão difíceis, temos que manter nosso acreditar na ciência e nossa fé em Deus. Infelizmente, muitos têm perdido a vida em função da pandemia. Lamentamos muito e nos solidarizamos com estas famílias”.
Nas redes sociais, alunos e professores se manifestaram. Ketherlyn Oppermann disse: “querido professor, torço imensamente pela sua recuperação! Que Deus te abençoe!”. A professora Dirceia Moreira expressou sua alegria: “Feliz, feliz, feliz, que benção, que sua recuperação seja rápida!”. A amiga Luciana Cristina Oliveira compartilhou: “Muito feliz, Deus soprou ar revigorado Dele, nos seus pulmões, muito bom recebê-lo recuperado. Toda sorte de bençãos em seu lindo e doce viver”.
O Paulo Vitor multitarefa
Paulo Vitor é um profissional multidisciplinar. Atua como professor associado do departamento de Ciências Farmacêuticas e ocupa o cargo de Diretor de Projetos e Convênios da Pró-Reitoria de Planejamento da UEPG, além de trabalhar no Hospital Universitário e ser pesquisador e orientador nos Programas de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Ciências da Saúde e Odontologia.
Possui graduações em Farmácia com habilitação em Análises Clínicas pela UEPG, em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e em Direito pela UEPG; mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná e doutorado em Química pela Universidade Federal do Paraná. Durante sua atuação na instituição, Paulo Vitor já ocupou os cargos de diretor adjunto do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde, diretor do Escritório para Assuntos Internacionais e coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas.
Texto: Luciane Navarro Fotos: Aline Jasper