Uma estadia rica de conhecimentos. Assim foi a passagem Felipe Rafael Rivarola Rambo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Aluno do 5º ano do curso de Engenharia Agronômica da Universidad Nacional del Este (UNE), no Paraguai, Felipe foi o primeiro aluno recebido pela instituição no programa de mobilidade acadêmica internacional da Zona de Integração do Centro-Oeste da América do Sul (Rede Zicosur Universitário). Depois de cinco meses em Ponta Grossa, ele retornou à cidade natal no final de julho.
Em seu último dia na UEPG, Felipe visitou o gabinete do reitor, professor Miguel Sanches Neto, para agradecer a oportunidade de estar na instituição. “Agradeço imensamente e espero que a UEPG continue recebendo intercambistas. Desde 2015, a UNE não enviava alunos a outros países, eu fui o primeiro registro depois de todo esse tempo”, conta. O reitor afirmou que, com os convênios firmados através do Zicosur, os planos da UEPG são de receber cada vez mais estudantes internacionais e também enviar alunos para estudar e realizar pesquisas em outros países. “A UEPG recebe muitas pessoas de muitas regiões diferentes, trazendo riqueza cultural e acadêmica. Estamos sempre de braços abertos para receber novos alunos”, exalta.
O reitor também destacou a formação qualificada na área da agricultura que a UEPG oferece. “É importante que tenhamos cada vez mais alunos internacionais dentro da instituição e que nossos acadêmicos possam frequentar outras universidades”, relatou. Para Miguel, o intercâmbio promovido pelas instituições representa a mobilidade horizontal entre instituições próximas, o que é “de extrema importância para melhoria da formação de nossos estudantes”, completa.
Ronald Miguel Villalba, diretor de Relações Internacionais da Reitoria da UNE, celebrou a parceria com a UEPG e agradeceu a recepção e atenção que Felipe recebeu. “Não há dúvidas que a oportunidade dada a Felipe terá um impacto extremamente positivo na UNE, principalmente em seu curso”, afirma. Ele também relata que Felipe irá compartilhar os aprendizados com colegas em breve. “A bagagem de conhecimentos e experiências trazidos do Brasil deve ser compartilhada com os docentes e companheiros de carreira, em contraste com as metodologias e práticas locais”, exalta. Villalba também enfatizou que as portas da UNE estão abertas para receber estudantes brasileiros.
Amizades
Felipe veio para Ponta Grossa estudar e praticar o português, influenciado pelo avô materno, que é brasileiro. Ele chegou na UEPG em março deste ano, para cursar três disciplinas obrigatórias (Ecofisiologia de Cultivos Anuais, Tecnologia dos Produtos Agropecuários, Produção e Tecnologia de Sementes) e frequentar sete disciplinas como aluno especial. “Fui conversando com cada um dos professores para saber se podia fazer a disciplina e foi dando certo”, relata. Duas das matérias escolhidas por Felipe foram para relembrar conteúdos que viu durante a pandemia de forma online.
Das experiências vividas na UEPG, Felipe ressalta as aulas na Fazenda Escola. “As aulas na fazenda foram muito importantes, os professores tinham na mão essa ferramenta para mostrar aos alunos tudo que a prática profissional exige”, relata. O que chamou a atenção de Felipe, além da estrutura da UEPG, foram os professores. “Muito bem preparados e acolhedores”, descreve.
Quem guiou Felipe desde a chegada foi Jellyel Lima, representante de assuntos estudantis no 5º ano do curso de Agronomia. Além das aulas em conjunto e da monitoria, os estudantes desenvolveram uma amizade. Jellyel comenta que desde o primeiro dia o intercambista conquistou os colegas com simpatia, educação e bom humor e se envolveu nas atividades acadêmicas e extracurriculares. “Desde o começo, trocamos muitas ideias sobre a nossa área de atuação e diferenças entre o Brasil e o Paraguai, foi uma partilha de conhecimento”, afirma.
Felipe relata que se conectou muito rápido com os outros estudantes: “Em uma semana, já tinha novos colegas que se tornaram grandes amizades ao fim do intercâmbio”, afirma.
A amizade se estendeu para além da UEPG. Jellyel relata que levou Felipe para jogar futebol com o grupo do 5º ano e todos gostaram muito do intercambista. “Entrou para nossa panelinha”, se diverte Jellyel. O acadêmico ainda afirma que tem certeza Felipe irá levar para a vida os aprendizados feitos na UEPG. Também estão nos planos realizar uma visita ao amigo no Paraguai.
Ao ser questionado sobre a experiência de morar no Brasil, Felipe exalta a tranquilidade da cidade, “ótima de morar”, o que oportunizou um intercâmbio único. “Agradeço imensamente a todos que possibilitaram esse intercâmbio, serei grato minha vida toda pela oportunidade de estudar na UEPG”, afirma emocionado. Felipe relata que tem planos de voltar à UEPG para fazer mestrado. “Gostei tanto daqui que quero voltar, eu sempre terei lembranças boas e positivas sobre esse passo importante”, finaliza.
Texto: Amanda Santos | Fotos: Luciane Navarro | Acervo pessoal Felipe Ravirola
