Projeto da UEPG realiza 3ª Corrida de Aventura das Mulheres

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No último sábado (05), mulheres de Ponta Grossa e região testaram seus limites em uma experiência única: a Corrida de Aventura das Mulheres. O evento foi organizado pelo projeto de extensão “Esportes de Aventura na UEPG” (Proesa), do curso de Bacharelado em Educação Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que propõe atividades físicas e esportivas ao ar livre e natureza, para a comunidade acadêmica e moradores da região.

As atividades aconteceram em um iate-clube local, em parceria com diversos apoiadores dos esportes de aventura. Na ocasião, a paisagem verde e o céu azul se encheram de tons de cor de rosa, em diversos tons, e gritos de torcida de cônjuges, filhos, famílias e amigos para as 164 participantes.

As atletas foram divididas em equipes de 4 pessoas para realizar um percurso composto por uma corrida dentro da mata, remo na represa do Alagado e um percurso feito de bicicleta, totalizando 20km. A professora responsável pelo projeto, Danilla Corazza, comenta que a ideia do evento surgiu da vontade de atrair o público feminino para esse tipo de esporte, com uma prova de nível de dificuldade diferenciado. “A distância e os trajetos foram um pouco mais curtas, com altimetrias menores para incluir as atletas iniciantes que apresentassem interesse”, afirma. Para que fosse possível realizar o evento, Danilla explica que contou com a parceria do grupo de aventuras “Os Pamonhas”. Eles colaboraram na seleção das trilhas e caminhos que seriam feitos, levando em conta as três modalidades envolvidas.

Para que fosse possível realizar a prova, a organização entregou mapas de orientação para ajudar a balizar os percursos, afinal, nem todos os trechos eram demarcados. “É um esporte essencialmente de contato com a natureza, procuramos evitar rotas turísticas bem estabelecidas que tiram a essência da prova, e levá-las ao ambiente mais selvagem, conciliando com a segurança e preservação do meio ambiente”, explica Rodrigo Pereira, membro do grupo. O percurso pensado para a prova também levou em conta a infraestrutura para atender com qualidade todas as participantes e torcedores.

Cercadas pelo verde da mata e sabendo que teriam um abraço caloroso da torcida na volta, as atletas puderam explorar a natureza da região durante a prova, contando com pontos de apoios e supervisão da equipe. Por ser tratar de uma prova para iniciantes o monitoramento foi intensificado. Pereira explica que em diversos pontos da trilha, incluindo os trajetos de bicicleta e remo, os staffs mantinham contato visual, posicionados com rádios transmissores para garantir a segurança das atletas. “Optamos por deixar a parte técnica da prova com os visuais mais bonitos, em momentos que havia mais controle da segurança e deslocamento dos aletas, e evitamos pegar trechos difíceis para o mountain bike. Já o remo foi na represa, onde víamos 100% do tempo os atletas”, afirma o organizador. Ele completa que para reafirmar ainda a segurança das equipes na água o Corpo de Bombeiros acompanhou toda a etapa.

Ariadne Stefany de Oliveira tem 27 anos, é advogada e pratica exercícios desde criança, mas foi a primeira vez participando de uma corrida de aventura. “Me apaixonei. Estávamos em grupos e tínhamos que nos basear em um mapa para percorrer o trajeto, tirando fotos dos pontos marcados para comprovar que passamos por eles”, comenta. Ela afirma que as paisagens, trilhas e pontes foram compensadores para todo o esforço. “O remo para mim foi o mais desafiador, pois ele exige muita força nos braços, e foco para não ficar girando o barco”, se diverte. “Foi sem dúvidas a melhor prova de corrida da minha vida, muito organizada, o trajeto incrível, com direito a champanhe e uma rosa na chegada, eu amei! Inclusive estou super ansiosa para a próxima”, finaliza a atleta.

Andreia Strujak, técnica em enfermagem em Curitiba, também teve sua estreia no mundo das corridas de aventura. Para ela, eventos de esporte e aventura são fundamentais para a “mulherada realmente começar a gostar do esporte”. Durante a prova, a equipe de Andreia quebrou um dos remos, mas isso não abalou em nada: “Ficamos entre os primeiros grupos, já na minha estreia! Vou participar do próximo, com certeza, isso é qualidade de vida, tem contato com a natureza, e o esporte te liberta”, afirma, parabenizando também a equipe e a organização do evento.

Todas as participantes ganharam medalhas e flores pela participação, e os três primeiros grupos a finalizarem a prova levaram para casa também um troféu. Os colaboradores e patrocinadores do evento mantiveram a torcida ocupada enquanto as mulheres faziam o percurso, oferecendo um momento de lazer para todos os envolvidos. Toda a produção contou com o apoio de voluntários e alunos do projeto, como por exemplo, Ramon Jacopetti, acadêmico do curso. Ele explica que o trabalho para o evento iniciou um ano antes, mobilizando uma grande equipe para que tudo dê certo. “Proporcionar o esporte de forma diferente para essas mulheres é muito gratificante, estar ali e ver dar certo também nos dá um momento de comemoração, de ‘deu certo’, de estar realizando um sonho”, afirma o estudante.

Sobre a Corrida

A Corrida de Aventura de Mulheres da UEPG é um marco na história: ela é a primeira corrida do tipo realizada exclusivamente para mulheres. Desde a primeira edição, em 2022, o número de participantes só aumenta a cada ano. Um dos idealizadores das duas primeiras edições junto da professora Danilla, Norberto Gasparotto Filho, comenta que a edição de 2024 bateu recordes: foi a prova de Corrida de Aventura com maior número de inscritos do ano no Brasil. “Trata-se de uma prova que só se torna possível através da doação de tempo, empenho e recursos de pessoas que amam o esporte e entendem que podem retribuir um pouco do muito que ganham com ele. Trazer mais mulheres para a Corrida de Aventura é uma iniciativa que garante o futuro da modalidade”, afirma.

O professor Carlos Maurício Zaremba, do curso de Educação Física, foi responsável pela curricularização do projeto de extensão. Segundo ele, essas atividades aproximam a comunidade da instituição, principalmente dos acadêmicos que irão atuar profissionalmente no futuro. “As palestras sobre nutrição, o treinamento de bike, e outras atividades realizadas antes do evento em si ajudam a proporcionar o contato dos alunos com os esportes de aventura para atuar fora da sala de aula”, comenta. Zaremba também afirma que ao levar o projeto para fora dos muros da instituição o curso permite que a comunidade tenha contato com a proposta de projetos na natureza. “Todo mundo ganha, é uma grata surpresa que merece destaque por atender tão bem alunos e sociedade”, finaliza.

O evento contou com apoio do Ambulatório da UEPG, e com os projetos de extensão em Terapêutica Médica e Medicina do Exercício e do Esporte, oferecendo atendimento básico às atletas na saída e na chegada, aferindo a pressão, temperatura, frequência cardíaca, respiratória e saturação. Na tenda em que estavam também havia preparos para prestar primeiros socorros caso alguém se machucasse no percurso, auxílio na chegada para evitar colapsos, presença de um desfibrilador automático  para emergências, e ainda informações sobre a campanha de Outubro Rosa, rastreando as atletas, dando instruções e fazendo avaliações.

 

 

Texto e fotos: Amanda Santos

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