Biotério da UEPG mantém atividades essenciais durante a pandemia

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O Biotério da Universidade Estadual de Ponta Grossa manteve suas atividades de forma parcial durante a suspensão das atividades presenciais por conta das regras de isolamento da pandemia de Covid-19. Os serviços não foram paralisados porque cerca de 400 animais vivos que estão no laboratório, que fica no campus Uvaranas, precisam de cuidados diários para se manterem saudáveis.

Mesmo com a pandemia, o número de funcionários não foi reduzido, contudo, existe uma escala de trabalho para que os servidores realizem os cuidados com os animais aos sábados e domingos. Duas servidoras trabalham de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana, como não há mais horas extras, e os animais exigem cuidados diários, a manutenção do bem estar animal é feita por outros 3 funcionários, em regime de escala.

A professora e coordenadora do Biotério, Marcela Claudino, comenta o cuidado com os animais. “Estes animais são alimentados com ração e água ad libitum (sem restrições) e mantidos em gaiolas com maravalha. A maravalha é trocada a cada 2 ou 3 dias, conforme necessidade. Além disso, há controle de temperatura e sistema de exaustão de ar”, detalha. 

No local, são mantidos roedores, por isso não há compra de novos animais, apenas a reprodução que acontece no próprio ambiente. Os animais são utilizados em pesquisas desenvolvidas, principalmente, pelas áreas da saúde e da biologia. 

De acordo com a coordenadora, no início da pandemia de Covid-19, os projetos de pesquisa foram finalizados e os pesquisadores responsáveis seguiram os preceitos éticos de eutanásia para os animais. Com a volta parcial das atividades em julho, alguns estudos retornaram com a presença do orientador. Devido ao retorno, a professora comenta que “em acordo com a Comissão de Ética na Utilização de Animais, que emitiu parecer favorável aos projetos que precisam de novos animais, alguns projetos foram readequados”, detalha.

Pesquisas

O professor do departamento de Medicina, Leandro Lipinski, continuou suas atividades com roedores mais velhos durante a pandemia e explica que a pesquisa com este tipo de animal serve ao estudo de drogas para tratamento da osteoporose. “Induz-se as fêmeas a ter a doença fazendo uma cirurgia para retirada dos ovários, que as deixa envelhecer, como se fosse a menopausa na mulher. Depois disso, elas desenvolvem a osteoporose para que possamos estudar alguns tratamentos para reparo ósseo”, detalha.

O professor Leandro comenta que as pesquisas que envolvem animais, só podem ser realizadas quando é muito necessário, “Para poder utilizar os ratos ou os camundongos precisa ser necessário para passar pela comissão de Ética no uso de animais, se a comissão aprovar o projeto pode ser executado, justificando a necessidade de comprovar o que você tem como hipótese para a pesquisa” explica.

A coordenadora ressalta que o trabalho exercido no Biotério é permitir que os estudos sejam produzidos em animais dentro da instituição, seguindo os preceitos do bem-estar animal. As pesquisas somente são permitidas após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com animais. 

Os animais do Biotério da UEPG são utilizados em uma vasta gama de estudos. Marcela explica que são pesquisas que incluem protozoários como o Trypanossoma Cruzi, estudos com indução de doenças como diabetes e osteômeros, por exemplo. “Além disso, há estudos que envolvem os efeitos de determinados medicamentos ou suplementos como caseína, Kefir, selênio, entre outros”, elenca.

Texto: Gabriella de Barros       Supervisão: Luciane Navarro       Fotos: William Clarindo

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