O Boletim Covid-19, do curso de Jornalismo da UEPG, chegou hoje (04) à centésima edição. O projeto de extensão emergencial acontece desde 20 de abril e lança boletins informativos diariamente, de segunda a sexta. Realizado à distância de forma inteiramente on-line, o informativo já abordou o combate à pandemia em 14 municípios paranaenses.
A centésima edição, lançada hoje, resume os principais momentos do boletim e faz uma retrospectiva do combate à pandemia na região. “Quando iniciamos o planejamento, a ideia era fazer um material de apelo informativo local, para Ponta Grossa”, lembra o professor Rafael Schoenherr, um dos supervisores do projeto. Logo, o escopo do boletim cresceu. “Cada estudante foi indicando em qual cidade estava e percebemos um potencial de ampliar para uma cobertura a partir de múltiplas localidades, que partilham uma dificuldade comum no enfrentamento da pandemia”, complementa Schoenherr.
Uma das editoras fixas do boletim é Daniela Valenga, estudante do 3º ano de Jornalismo. “É uma experiência única e desafiadora produzir informação de qualidade em um contexto em que tudo está mudando rapidamente e a população precisa ter acesso a essas informações qualificadas, com uma linguagem simples”, comenta. “Pautar cidades do interior mostra como há muita informação e questões a ser respondidas longe dos grandes centros urbanos, que precisam ser trazidas à tona”, reflete Valenga, que reside em Irati.
Desde o início do projeto, o formato do informativo expandiu e passou a incluir entrevistas com secretários e prefeitos dos Campos Gerais. “O número de óbitos em Carambeí chamou nossa atenção e a partir dali passamos a usar entrevistas de forma esporádica”, conta Schoenherr. O professor também relata que o processo de produção leva aos repórteres encontrarem pautas similares serem encontradas em outras cidades.
O boletim também realizou parcerias com o projeto Elos, o Portal Ponte (de Rio Negro/PR e Mafra/SC), o curso de Jornalismo da UniSecal e a Rádio Comunitária Princesa FM, que retransmite os boletins no seu noticiário às 9h. Os informativos estão disponíveis no SoundCloud, Spotify e CastBox.
Processo de produção
O processo de produção inicia com uma reunião de pauta on-line por chamada de vídeo na sexta-feira à noite. “Repassamos os temas que marcaram a semana e definimos as novas coberturas”, descreve Schoenherr. “As demais orientações acontecem por grupo de WhatsApp. O repórter responsável produz o material e encaminha para a revisão de dois professores. Após a aprovação, o material em áudio é encaminhado para o editor do dia, que fecha o material e posta nas plataformas digitais”, continua Valenga.
O processo é completamente remoto. “A maior parte dos boletins possui sonoras, conseguidas por web e telefone, sempre que necessário”, ressalta Schoenherr. “Tem sido uma experiência que enfrenta limitações, sobretudo em função da restrição da mobilidade”, completa. “Com o decorrer das semanas, conseguimos nos adaptar e criar um sistema de produção que atende a todos da melhor forma possível”, adiciona Valenga.
Atualmente, o projeto conta com 7 professores na supervisão e uma equipe entre 10 e 15 estudantes. Todos os participantes realizam atividades em regime de rodízio.
Texto: William Clarindo | Foto: Vanessa Hrenechen