A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) lamenta o falecimento do professor aposentado Brasil Borba, ocorrido neste domingo (10), em Ponta Grossa. Aos 92 anos, Borba carregava extenso currículo profissional – era advogado, professor de Direito e radialista expoente da região. O corpo foi cremado no Crematório Campos Gerais na tarde de ontem.
Borba iniciou sua contribuição na instituição da década de 70, antes mesmo de ser instituída a UEPG como conhecemos, na Faculdade Estadual de Direito de Ponta Grossa. Apenas para fins burocráticos, em 1984, como consta nos arquivos, o professor começou um novo contrato no Departamento de Direito do Estado da UEPG. Quando se desligou da instituição, em 1999, atuava como chefe do gabinete da Reitoria, mas nunca parou de trabalhar e contribuir para a sociedade. “Com pesar recebemos a notícia do falecimento do professor Brasil Borba, meu professor e mais tarde colega de magistério no curso de Direito da UEPG”, lamenta o professor Vicente Paulo Hajaki Ribas. O docente descreve Borba como grande homem, professor, advogado e profissional da comunicação. “Deixa conosco muitos ensinamentos, grandes lições de vida, que ficarão guardadas em nossas recordações”, ressalta.
Brasil Borba (o segundo da esquerda para direita) na eleição para represente docente no Conselho Universitário, em 1985
Brasil Borba tinha um caráter forte, segundo Vicente. “Mas, acima de tudo, uma grande sensibilidade. Foi referência no curso de Direito, sabia ensinar com paciência, mantendo uma relação de cordialidade e amizade com seus alunos. Era um dom natural, talvez, porque ensinar fosse aquilo que mais gostava de fazer”, descreve. Ao prestar condolências a sua família, o professor homenageia Borba. ” Caríssimo professor Brasil Borba, nós, seus ex-alunos e ex-colegas de magistério recordaremos sempre com o maior carinho o bom professor e homem que você foi. Descanse em paz”.
A área jurídica da região sentiu a partida de Borba. “O Setor de Ciências Jurídicas da UEPG lamenta a morte do professor aposentado do Curso de Direito, Brasil Borba”, lamentou em nota. “Era reconhecido por sua notável cultura jurídica e extrema gentileza no trato com colegas, funcionários e acadêmicos. Aos familiares e amigos nossos sentimentos”.
A Ordem dos Advogados do Brasil, subseção de Ponta Grossa, também manifestou pesar pelo falecimento do advogado. “Neste momento de tristeza, a OAB presta suas sinceras condolências e se solidariza aos familiares e amigos do advogado, tornando público seu agradecimento pelo trabalho prestado em prol da sociedade”.
A história da radiodifusão ponta-grossense tem uma dívida com Brasil Borba. Junto com Iraci Travisani Rosa, o advogado foi fundador das rádios Vila Velha AM (atual CBN) e FM Vila Velha (Rádio MIX), que foi a primeira emissora de frequência modulada na região. Na década de 40, iniciou na Rádio Clube como locutor e apresentador de programas. As informações, do colega e amigo Nelson Ribeiro da Silva, contam a trajetória do homem que foi expoente da comunicação de Ponta Grossa. “Trabalhei com ele e Iraci Travisani Rosa, onde obtive ensinamentos valiosos na minha trajetória na comunicação”. Doutor Brasil, como Nelson descreve, era muito rígido com a postura e o linguajar dos locutores. “Mas sempre disposto a orientar, não se omitia, pois tinha autoridade e competência para isso. Minha gratidão é eterna, meu amigo, “Doutor” Brasil Borba, esse o tratamento que recebia no nosso meio”, lamenta.
A UEPG lamenta o falecimento e presta solidariedade aos familiares, amigos, colegas e admiradores de Brasil Borba.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Arquivo Pessoal