O Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas (Nerepp) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) publicou o último boletim de análise do desempenho da balança comercial dos Campos Gerais. Os dados apontam para o terceiro trimestre que compreende o período entre julho e setembro de 2019.
Em relação aos dados do mesmo período do ano anterior, o crescimento das exportações foi de 10,6%, já as importações apresentaram uma redução de 7,8%, o que fez com que o crescimento do saldo da balança comercial fosse de 20,0%. As exportações da região atingiram US$ 543,8 milhões, enquanto que as importações US$ 154,2 milhões, resultando em um superávit na balança comercial de US$ 389,7 milhões.
Os dados mostram que as exportações de Ponta Grossa (51,7%), Telêmaco Borba (18,5%) e Ortigueira (17,8%) representaram 87,9% das exportações dos Campos Gerais no referido período, atingindo a soma de US$ 478,1 milhões. No lado das importações, Ponta Grossa (83,5%), Telêmaco Borba (5,0%) e Castro (3,5%) foram responsáveis por 91,9% do total importado pela região, somando US$ 141,7.
Enquanto a pauta de exportação é altamente concentrada em produtos de baixo valor agregado, classificados como de baixa tecnologia (82,9%) e não industriais (commodities) (13,2%). A seção mais comercializada foi a de “Resíduos e desperdícios das indústrias alimentares; alimentos preparados para animais”, cujo montante exportado foi de US$ 131,2 milhões, o que representa 24,1%. A pauta de importação é direcionada para produtos de maior valor agregado, classificados como de média tecnologia (83,0%), sendo a seção de “Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes” a mais importada (US$ 46,6 milhões), com participação de 30,2% do total. Os dados retratam, de certa forma, a baixa competitividade da indústria nacional frente a indústria estrangeira, no que tange à produção de produtos de maior valor agregado.
O principal destino das exportações dos Campos Gerais como esperado ficou com a China, que ocupa a posição de liderança, cujo montante exportado para este país foi de US$ 123,8 milhões, o que representa 22,8% das exportações da região. O segundo e o terceiro lugar são ocupados por Coreia do Sul e Estados Unidos, com participações de 10,7% e 10,1%, respectivamente. Merece destaque a participação da Coreia do Sul na segunda posição, posto que era tradicionalmente ocupado pelos Estados Unidos.
Assim como verificado nas exportações, a China também aparece na dianteira na pauta de importação, consolidam-se como o principal parceiro comercial da região. No período de julho/setembro de 2019, as importações procedentes da China atingiram US$ 21,6 milhões, representando 14,0% da pauta de importação, pouco à frente das participações de Alemanha (12,6%) e Holanda (11,6%).
Acumulado do ano – período de janeiro a setembro de 2019
As exportações no período entre janeiro a setembro de 2019 ultrapassaram US$ 1 bilhão, enquanto as importações US$ 415 milhões. Essa diferença resultou em um saldo da balança comercial de US$ 603 milhões. Comparando em relação ao mesmo período do ano passado se verifica um crescimento de 86,7% nas exportações, impulsionado, sobretudo pelo aumento das vendas para a China, França e Coreia do Sul, que apresentaram crescimento de US$ 428 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, as importações tiveram um aumento mais tímido de 7,3%.