A equipe técnica e de apoio do Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG) iniciou, nesta segunda-feira (13), o processo de formação em Tecnologia Social da Memória (TSM). A capacitação acontece depois que o MCG foi selecionado em edital do Museu da Pessoa, sediado em São Paulo, com oferta de vagas para Ponta Grossa.
O curso acontece a distância, em junho e julho, e propõe o ensino de metodologia de trabalho que possa ser aplicada em outras instituições. O objetivo é que as organizações participantes criem Núcleos Museu da Pessoa, iniciativas independentes que, a partir da aplicação da TSM, promovem ações locais e ininterruptas de produção, preservação e disseminação de histórias de vidas.
“A expectativa é de que, com a capacitação, o Museu Campos Gerais possa avaliar criação de um Núcleo Museu da Pessoa, a fim de democratizar a memória social, utilizando acervos e histórias de vida para promover ações colaborativas com a comunidade”, explica a direção do MCG. Participam do curso o residente técnico da UEPG no MCG, Giuvane de Souza Klüppel; a pesquisadora e graduanda em História, Gabriele Alessandra Lima Pedroso; estagiária no MCG e graduanda em História, Andriéli Gmach; e a bolsista do projeto de extensão Ações Culturais no MCG e graduanda em Jornalismo, Lívia Souza Santos.
Tecnologia Social da Memória
A Tecnologia Social da Memória foi desenvolvida em 2005, em uma parceria entre o Museu da Pessoa, Fundação Banco do Brasil AbraVideo. Criada para incentivar pessoas e organizações a efetuarem projetos coletivos de memória a partir de histórias de vida, a metodologia visa auxiliar o enfrentamento de problemas comunitários por meio da promoção de impacto social utilizando como recurso educativo e acessível as histórias de cada pessoa. A partir dos projetos coletivos de memória, a TSM tem como objetivo estimular processos de mudança nas relações sociais por meio da elaboração, organização e socialização de histórias de vida, as compreendendo enquanto fonte de conhecimento.
Museu da Pessoa
Fundado em 1991, o Museu da Pessoa é um espaço virtual e colaborativo de histórias de vida que aceita a cooperação de qualquer pessoa. Conforme a própria organização, o propósito do museu é permitir que todas as pessoas tenham o direito e a possibilidade de que sua história de vida seja socialmente reconhecida como fonte de conhecimento e eternizada na instituição. Com programações culturais de exposições, mostras colaborativas, podcasts e cursos, a instituição apresenta diversos pontos de vista sobre diferentes temas a partir das mais de 18 mil histórias de vida em seu acervo.
O Museu da Pessoa já recebeu 16 prêmios nas esferas de memória empresarial, inclusão digital e educação. Dados levantados entre 2018 e 2020, com usuários de sua plataforma digital e pessoas formadas na Tecnologia Social da Memória, mostram que o contato com diferentes histórias de vida pode contribuir para o combate à intolerância. Segundo o levantamento, 98,9% dos usuários atribuíram ao contato com histórias de vida do Museu da Pessoa a ampliação de sua empatia com outras pessoas, enquanto 98% relatam ter percebido sua relevância social e se sentido motivado a combater a intolerância.
Texto: Museu Campos Gerais | Adaptação: Jéssica Natal | Foto: Arquivo Museu da Pessoa