Equipes do Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) iniciaram nesta quinta e sexta-feira (09 e 10) o processo de capacitação para atendimento a pessoas vítimas de violência sexual. Profissionais da 3ª Regional de Saúde orientaram as equipes sobre o fluxos, questões de trabalho e processos legais para o acolhimento correto dos pacientes. A reunião foi a primeira de quatro que acontecerão na instituição, de forma aberta a funcionários de todos os setores e turnos.
A reunião com profissionais da 3ª Regional aconteceu por intermédio da Diretoria Acadêmica (DAC), Núcleo de Educação Permanente (NEP) e Setor do Serviço Social do HU. “O Hospital agora é referência na região para atendimento a pessoas vítimas de violência e tivemos essa conversa para compreendermos melhor como funciona o acolhimento aos pacientes, já que é uma demanda que abrange a recepção até as equipes multiprofissionais”, explica Eva Joslaine Woellner, coordenadora do NEP. Para ela, a importância da capacitação é introduzir mais conhecimento para as equipes. “É muito necessário esse conhecimento aprofundado, por ser um assunto delicado, e nós precisávamos aprender, foi muito válido para nos preparar”.
Luciene Regina Sowek, enfermeira da vigilância epidemiológica da região, ministrou a palestra e explica que o objetivo foi trazer reflexões sobre a violência, a importância da notificação e as fragilidades das redes de serviço de saúde. “A violência faz parte da sociedade, os números no Brasil mostram que esses casos estão aumentando. Nós precisamos estar preparados enquanto serviço para atender e poder dar uma resposta, por isso essa capacitação é essencial e faz parte da educação permanente em saúde”, pontua.
Participantes
Dentre atividades lúdicas, conversas e material de instrução, as equipes puderam trocar experiências sobre o atendimento. “Para mim, foi bastante abrangente e muito dinâmico. Fez a gente repensar todo o processo, todo o fluxo e pensar o jeito que estamos fazendo o nosso trabalho”, diz Juliana Okubo, psicóloga organizacional do HU. “Acredito que essas capacitações fazem com que a gente se desenvolva, pare de ficar no automático e comece a repensar o processo de atendimento a casos tão delicados como esse”.
Thaynara Passos é estudante de enfermagem e estagiária do HU e diz que a capacitação foi além do que ela aprende em sala de aula. “Os nossos professores ensinam sobre acolhimento, mas quando a gente se forma é tudo diferente. No Hospital, teremos o contato real, então é importante que tenha esse conhecimento e um outro olhar sobre essa temática”, enfatiza.
Importância
“Esse encontro serviu para o pessoal conhecer e aprender sobre esse fluxo de atendimento de uma forma humanizada, ética, sem julgamentos”, destaca Kelly Crivoi, chefe do Setor de Serviço Social. “Sabemos que o atendimento a vítimas de violência é um assunto bem delicado e tem suas particularidades, então precisamos nos capacitar continuamente, principalmente o pessoal da ponta, que vai atender diretamente a vítima”, explica. Como o HU é um Hospital Escola, existe grande rotatividade de profissionais e residentes, conforme informa Kelly. “Por isso temos que fazer essa constância de capacitações para que todos conheçam os fluxos e mantenhamos o atendimento com qualidade”, completa.
Aplicaram a capacitação as representantes da 3ª Regional de Saúde Mauriceia Souza, enfermeira da vigilância epidemiológica; Wendel Bueno, enfermeiro residente da Fundação Municipal de Saúde; Luciane Querino, assistente social da Seção de Atenção Primária em Saúde; e Maria Cleonice Alves, responsável pelo monitoramento das violências na Regional de Vigilância Epidemiológica.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Cristina Gresele