Curso de Enfermagem realiza primeiro Coil da UEPG

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A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), por meio do curso de Enfermagem, realizou, oficialmente, sua primeira atividade de Aprendizagem Online Internacional Colaborativa (Collaborative Online International Learning Coil). A programação aconteceu por meio de uma parceria entre a professora Jacy Aurelia Vieira de Sousa e a professora Erika Quishpe, da Pontifícia Universidade Católica do Equador (PUC-Equador).

Jacy conta que o Coil é uma estratégia muito utilizada pelos professores estrangeiros, mas que, de um tempo para cá, “os brasileiros têm se organizado mais para isso. O objetivo é unir duas ou mais visões acerca de um tema específico, com olhar principalmente multicultural”, esclarece. Segundo a diretora do Escritório de Relações Internacionais da UEPG (ERI-UEPG), professora Sulany Santos, o Coil é utilizado por diversas universidades há mais de 20 anos. “Têm sido realizados desde projetos mais extensos a discussões pontuais sobre determinados tópicos relacionados às disciplinas. A única exigência é que os estudantes de ambos países trabalhem colaborativamente”, explica.

As atividades de Aprendizagem Online Internacional Colaborativa são desenvolvidas em disciplinas presenciais, salienta Sulany. Podem ser síncronas ou assíncronas, sendo necessários uma plataforma e dispositivos que permitam a interação virtual entre os alunos. Além disso, a duração das ações é definida pelos professores que montam o programa conjuntamente. 

Além de ser o primeiro Coil oficial da UEPG, esta também foi a primeira experiência das professoras Jacy e Erika, que se conheceram de maneira virtual em um evento sobre esse tipo de atividade de internacionalização e decidiram firmar a parceria. O grupo conduzido pelas professoras reuniu cerca de 60 estudantes brasileiros e equatorianos, que realizaram tarefas relacionadas ao tema da saúde do idoso durante o primeiro semestre de 2024. 

“Nós escolhemos temáticas que eram pertinentes à saúde do idoso, mas também tinham relação com a disciplina de Medicina oferecida pela professora Erika”, conta Jacy. A professora Erika relembra que o grupo utilizou o apoio da plataforma Padlet e desenvolveu três atividades. “Fizemos um ‘Quebra-gelo’, em que cada estudante subiu um vídeo com uma apresentação pessoal para os demais, e comentou as apresentações dos companheiros. Depois, houve o ‘Desenvolvimento’, em que nos reunimos por Zoom para o trabalho em equipe, onde foram divididos 5 grupos que apresentaram o caso de uma pessoa com uma enfermidade ou algum problema selecionado previamente e responderam algumas perguntas; e a ‘Reflexão’, em que, de maneira assíncrona, eles completaram o informe final com reflexões sobre atividades realizadas”, detalha Erika.

Internacionalização em casa

“O Coil democratiza o acesso à internacionalização, abre novas fronteiras para a interculturalidade, propicia networking e oportuniza sobretudo uma experiência internacional para os professores e alunos”, destaca a professora Sulany. A diretora do ERI explica que o Coil vai muito além de uma mobilidade internacional virtual; é uma atividade de internacionalização em casa, “pois permite que os alunos e professores tenham contato uns com os outros e não somente adquiram conhecimentos”, destaca. Sulany ressalta que esta também é uma atividade que abre caminhos para que os currículos sejam repensados para que possam se tornar mais internacionalizados.

Rubia Maria Milas é estudante de Enfermagem da UEPG, uma das 60 participantes da atividade desenvolvida pelas professoras Jacy e Erika. Ela relembra que teve uma participação bem ativa no Coil. Animada para entrar em contato com pessoas de outras culturas, a aluna que se considera comunicativa e extrovertida saiu da zona de conforto, como ela mesma conta, e abriu a mente depois desta experiência. 

“Uma das tarefas que tínhamos que fazer durante o Coil era uma discussão em torno de um caso clínico de um paciente com determinada doença; discutir qual abordagem teríamos com aquele paciente, em cada país”, relata Rubia. “É fácil você pesquisar no Google sobre o sistema de saúde de cada um, mas ter esse contato, discutir e ouvir uma pessoa daquele país explicando sobre isso é totalmente diferente! É uma experiência única”, afirma. 

A comunicação e o fuso-horário, que poderiam tornar-se desafios em um tipo de atividade como este, foram obstáculos facilmente contornados. No momento em que as aulas aconteciam, a diferença de horário entre Equador e Brasil (Paraná) era de apenas 2 horas. Então, ainda que a turma realizasse atividades síncronas, todos os estudantes puderam ser contemplados, pois estavam em seu horário regular de aulas. 

Em relação ao idioma, a professora Jacy faz questão de agradecer ao apoio da Escola de Línguas, Literaturas e Culturas da UEPG (Eslin), que foi onde teve aulas de Espanhol. Jacy comenta que, hoje em dia, com ferramentas de tradução online, a barreira do idioma deixa de ser intransponível. “O processo fluiu, os alunos foram muito parceiros, eles se empolgaram bastante inclusive nos vídeos de apresentação”, relata a professora. “Eles filmaram a Universidade, filmaram espaços do laboratório de enfermagem, filmaram Ponta Grossa, o lago de Olarias…  A devolutiva foi bem positiva”.

Certificação 

Após a conclusão das atividades, os estudantes irão receber um certificado conjunto de mobilidade virtual internacional assinado pelas duas instituições. “Eu acho que é um meio pelo qual a UEPG pode ser cada vez mais vista e lembrada lá fora”, afirma a professora Jacy. A partir da iniciativa das professoras Jacy e Erika, ambas apresentaram um poster sobre Coil num evento internacional. Recentemente, a professora Erika foi contemplada por um edital e virá ao Brasil como professora visitante durante sete dias. 

Para se informar a respeito das possibilidades em Aprendizagem Online Internacional Colaborativa, a professora Sulany indica alguns portais: Brazilian Virtual Exchange – Brave, coordenado pela Unesp; a Red Latinoamericana Coil, coordenada pela Universidad Veracruzana do México; o Suny Coil Center, sediado na State University of New York, nos Estados Unidos – esta universidade foi a pioneira em Coil, com propostas desde o início dos anos 2000.

Texto e fotos: Domitila Gonzalez.


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