Coletivo Ilê Aiyê promove atividades para marcar o Novembro Negro

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Como maneira de debater com a comunidade temas da consciência negra, o coletivo Ilê Aiyê organiza o ‘II Novembro Negro, Vidas negras importam: Contra o genocídio do povo negro, em memória à Ágatha’.

O Coletivo Ilê Aiyê é um grupo formado por cerca de 30 estudantes e ex-estudantes negros e negras da graduação e pós-graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Também participa do coletivo estudantes do Cursinho Popular da UEPG.

Durante todo o mês de novembro, o coletivo promove diversas atividades culturais, artísticas, palestras, oficinas, rodas de conversa e aulas abertas, tanto no espaço acadêmico da UEPG quanto na comunidade. As atividades são em parceria com Abomalê, DAENS, GEPEI, SINDUTFPR, Comissão Consciência Negra, NUREGS, CAPED.

O Coletivo Ilê Aiyê organiza o Novembro Negro desde ano passado, com atividades que proporcionam reflexões e debates sobre questões étnico-raciais, assim como e valorização da cultura negra na sociedade.

O estudante do 4º ano de Serviço Social, André Henrique relata o que motivou o coletivo a desenvolver essas atividades no decorrer do mês de novembro.

“O objetivo é pautar um debate que nos é caro enquanto sociedade mas é um debate que não tem sentido se ele não extrapolar os muros acadêmicos. Deve estar inserido na agenda da universidade no sentido de democratizar esses espaços ao mesmo tempo que desenvolva ações que congreguem o diálogo com a comunidade a partir de seus diferentes contextos”, relata.

Na semana passada, o coletivo desenvolveu atividades em escolas públicas da cidade. No dia 12 de novembro, os estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Senador Correia, participaram de um diálogo sobre a educação das relações étnico-raciais, e o processo histórico de discriminação e racismo.

No dia 13 o coletivo foi para a Escola Municipal General Aldo Bonde e realizaram atividades de consciência negra com alunos do Fundamental II com capoeira e contação de histórias. André conta mais sobre a atividade. “Foi uma experiência muito importante que possibilitou uma construção coletiva com essas crianças. A gente entende que dialogar com as escolas e com a comunidade de uma maneira geral é uma forma de criar uma ponte entre universidade e a população”.

Na quarta-feira (13) o coletivo também promoveu o evento “A construção da negritude a partir do Rap Nacional” com os Mc´s Renato Freitas e Tiago de Souza no auditório do Campus Central da UEPG. A abertura cultural da noite ficou por conta do Coletivo Salve Salve Mic On, grupo de Mc’s que promove diversas ações voltadas para fortalecer a arte das periferias de Ponta Grossa através do rap.

Nesta semana que é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro, o coletivo Ile Aiyê organizou uma agenda de atividades na UEPG.

No dia 18 os participantes do coletivo visitam os estudantes do Colégio Estadual Antonio e Marcos Cavanis, em Castro para desenvolver com os alunos atividades a respeito das questões étnico-raciais no Brasil.

Ainda nesta segunda-feira (18), acontece a palestra ‘Movimento Negro e luta antirracista’ ministrada pelo professor da UEPG e representante do Instituto Sorriso Negro, Igor Sporch, às 18h no PDE do Campus Uvaranas da UEPG.

Na terça-feira (19) acontece no campus central da UEPG a oficina ‘O sujeito racionalizado entre a história e a literatura’, ministrada por Juliano Schualtz, Lucas Martins e Marta Ferreira, às 17h na sala B-108, no campus central da UEPG.

Na quarta-feira, Dia Nacional da Consciência Negra, o coletivo organiza rodas de conversa na UEPG e na UTFPR. No período da tarde às 15h30 a conversa será no Centro de convivência da UTFPR. Às 18h30 o coletivo se reúne na praça do campus central da UEPG. Ambas rodas de conversas organiza um café solidário com os participantes.

Ile Aiyê homenageia Agatha Vitória

O nome Ile Aiyê faz referência ao primeiro bloco de carnaval da Bahia, o qual era composto apenas por negros e negras. Uma das possíveis traduções de Ilê Aiyê é “a casa de todos” e desta forma, o Novembro Negro busca reafirmar a resistência do povo negro no enfrentamento e denúncia do racismo existente em diferentes esferas da sociedade.

Na edição de 2019 o Novembro Negro homenagea Agatha Vitória Sales Félix, menina negra de 8 anos de idade, morta por um tiro disparado pela Polícia Militar no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro.

De acordo com Atlas da Violência publicado em junho deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), durante o ano de 2017, foram registrados 65.602 homicídios no Brasil. Desse total, 75,5% das vítimas de homicídios eram negras.

Texto: Saori Honorato


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