Egresso da UEPG, delegado Derick Moura Jorge se destaca na Polícia Civil

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O delegado é o primeiro garantidor dos direitos fundamentais. Para Derick Moura Jorge, delegado titular do 2º Distrito Policial de Ponta Grossa, é esse compromisso que motiva a sua atuação diária na Polícia Civil. O egresso da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) figura na lista dos melhores delegados de polícia do país em 2022, elaborada pelo portal Nacional Delegados e divulgada no início do ano, na categoria Jurídica.

Quando alguém registra um Boletim de Ocorrência (BO), seja online ou em uma unidade policial, esse documento passa a servir como base para uma investigação policial. Pelo 2º Distrito Policial, comandado pelo delegado Derick, passam todos os BOs que acontecem em Ponta Grossa, com exceção daqueles relacionados a crimes específicos, como homicídio e violência doméstica. São dezenas de casos de furtos, roubos, estelionato e outros crimes e contravenções, todos os dias. “Minha rotina é analisar esses casos; ver quais caminhos da investigação são cabíveis de ser realizados; ouvir as pessoas envolvidas, como a vítima e o autor; e fazer as representações pra trazer o curso da investigação – é necessário uma interceptação telefônica, um pedido de prisão, um pedido de busca?”, explica. Além disso, o cotidiano como delegado de polícia inclui ainda a gestão de pessoas e de recursos na administração da delegacia.

A 13ª Subdivisão Policial trabalha com um regime de plantão às noites e fins de semana. O delegado que está de plantão atua de forma imediata, recebendo e analisando as ocorrências. “A Polícia Militar ou a Guarda prende alguém, apresenta para a Polícia Civil, e a gente analisa se aquela prisão é legal, qual crime a pessoa cometeu e qual o destino que deve ser dado àquela pessoa, se vai ficar presa ou não, se vai pagar fiança, por exemplo”, conta o delegado. “Sempre tem que estar atento para não gerar nenhum tipo de abuso ou ilegalidade”.

A cada investigação realizada, a satisfação de ter contribuído para amenizar situações de injustiça. “Sei que não vou conseguir resolver todos os males do mundo e nem dar a resposta para todos os casos que são trazidos aqui, mas a minha motivação é dar o meu melhor para tentar, dentro do possível, resolver o caso, aplacar um pouco a dor da pessoa que foi vítima, trazer um pouco mais de segurança e tentar melhorar a sociedade como um todo”.

Em constante formação

Em 2012, quando se graduou em Direito pela UEPG, Derick recebeu a láurea acadêmica, uma condecoração concedida por obter notas de 9,0 a 10,0 em pelo menos dois terços das disciplinas e, nas restantes, notas de 7,0 a 8,9. Para Derick, UEPG significa casa. “Onde vou, levo a UEPG comigo e para mim é essencial essa relação direta. Foi a Universidade que me permitiu ser quem eu sou e me deu toda a base para chegar onde estou hoje”, enaltece. Foi ainda durante a graduação que iniciou o contato com a área acadêmica e a motivação para continuar sempre estudando.

A vocação para os estudos logo rendeu a aprovação em dois concursos públicos: para o Ministério Público da União, onde trabalhou por três anos, e como delegado da Polícia Civil, cargo que assumiu em 2016. “A primeira comarca que assumi foi Reserva, onde fiquei cerca de um ano, e depois fui removido para Jaguariaíva, onde fiquei os últimos cinco anos e seis meses”, lembra. A área de Segurança Pública não era novidade para o delegado, já que o pai foi sargento da Polícia MIlitar – uma de suas motivações para almejar o cargo na Polícia Civil. “Adoro a profissão, essa questão de não ter uma rotina, de misturar a parte operacional com a parte intelectual… Para mim é o máximo, é o que eu mais gosto”.

Longe de se acomodar com o cargo público, Derick continuou a estudar. Fez especializações em Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho; Direito Penal e Criminologia; Gestão do Sistema Prisional; Gestão Estratégica em Segurança Pública. O diploma mais recente é o de Mestre em Ciência Jurídica, pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), em 2022. A dissertação rendeu um livro recém-publicado pela Editora Dialética, “Reflexões acerca do oferecimento inicial da justiça restaurativa nas investigações que versam sobre violência doméstica e familiar contra as mulheres”.

No livro e durante a conversa, Derick deixa transparecer a motivação por trás dos estudos e artigos científicos: uma constante relação entre a teoria e a prática profissional. “No Direito, a gente trabalha com relações sociais, com conflitos. E essas relações diariamente se modificam, pela evolução da sociedade, evolução tecnológica, por diversos motivos”, assinala. “O meu foco no trabalho é resolver problemas, é evitar que direitos sejam violados, e quando ocorrer a violação, possibilitar a reparação do dano e a responsabilização do autor, e isso só será possível se eu estiver atualizado e ciente das relações sociais e de como elas estão sendo realizadas”.

Melhores Delegados do Brasil

Desde 2017, o Portal Nacional dos Delegados & Revista da Defesa Social organizam a escolha dos Melhores Delegados de Polícia do Brasil. O objetivo, segundo a organização do Portal, é “diferenciar e reconhecer, ano após ano, os delegados de polícia que se destacam nas atividades jurídicas, investigativas e de gestão, através da eficiência e qualidade dos serviços prestados”.

“Para mim, foi uma grande surpresa, porque dentre todos os delegados, eu não imaginava nem ser indicado, tampouco ser um dos eleitos”, comemorou Derick. Segundo ele, a produção científica e o constante aprimoramento contribuíram para a escolha.

Para a seleção, são utilizados estudos nas mídias sociais, apontamentos de sites na internet, reputação, repercussão e resultados satisfatórios de serviços, votos coletivos, histórico de atividades positivas, produções funcionais, habilitações e qualificações oriundas de análises curriculares. Em 2022, foram mais de 2500 delegados de polícia indicados em todo o país, e 45 receberam o reconhecimento nas categorias Jurídica, Gestão, Investigação e Destaque.

Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper e Arquivo Pessoal


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