Entre uma aula e outra, música e descontração. O que seria uma tarde qualquer virou celebração para os alunos do curso de Música da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A sala 40 da Central de Salas do Campus Uvaranas sediou um momento diferente. Para celebrar o Dia do Rock, comemorado nesta quinta-feira (13), alunos dos quatros anos se reuniram para tocar, cantar e sorrir. A atividade foi inédita no curso em todos falaram a mesma linguagem: a da música.
No repertório, não poderia faltar grandes nomes do Rock nacional e internacional: The Beatles, Rita Lee e Raul Seixas. O soul e a música popular brasileira também apareceram, com músicas de Tim Maia e Luiz Gonzaga. Para Geraldo, a única novidade foi a dinâmica, mas o amor pelo curso já é velho conhecido para ele. “Seriamente, não me arrependo nem um pouco de ter escolhido fazer Música na UEPG. A animação que todos nós temos nas aulas é a forma que fazemos a nossa área ser cada vez mais cativante e divertida”. O curso de Música da UEPG é acolhedor, para o acadêmico. “Ainda mais quando fazemos momentos como esse ou em momentos aleatórios. Podemos cantar a música que for, sempre terá alguém para cantar junto com a gente”.
A cada música, os alunos deixavam a timidez de lado, para cantar, escolher as próximas músicas e pegar um instrumento para improvisar com o grupo. “Achei bacana a dinâmica, apesar de improvisada, fomos fazendo na hora o repertório. No começo o pessoal ficou um pouco acanhado, mas depois eles foram sugerindo também”, conta o acadêmico Alisson Camargo. Os alunos já tocam juntos na disciplina de Práticas Instrumentais. “Mas é uma disciplina que a gente toca somente com nossos colegas de turma e não com colegas do curso, e desse jeito tem muito mais instrumento pra gente tocar e cantar”, adiciona. A atividade deixou a vontade de um repeteco. “Deveríamos ter muito mais daquelas dinâmicas temáticas e tocar um repertório. Foi um momento especial da minha graduação que vou guardar na memória”, completa Alisson.
Lohran Sauer chegou quando a atividade já havia começado, pegou a guitarra, olhou pros colegas e começou a tocar. “Ali foi bem inusitado, na verdade, a professora só nos falou “gente, vai ter dia do rock, levem seus instrumentos”. Eu fui sem saber o que a gente ia tocar, o que a gente iria fazer. Acabou que ali bem em cima da hora, enquanto montávamos, decidimos. Foi bem massa”, descreve. Mesmo com a falta de ensaio, o improviso veio a calhar naquela tarde, para o aluno. “Foi muito legal improvisar e passar o improviso um pro outro, aumentar e diminuir intensidades. A linguagem musical é única e une as pessoas. Todos nós ali conhecíamos música e conseguimos fazer música juntos”.
Interação
Mesmo sem nada combinado, a música saiu, com interação e até dança entre uma canção e outra. “É sempre bom ter este tipo de contato com as pessoas que cruzamos todos os dias nos corredores da UEPG. Poderíamos ter mais encontros assim, pelo menos uma vez por mês”, destaca o aluno Rodrigo Rodrigues. A professora Carla Roggenkamp, coordenadora do Curso de Música, explica que a atividade foi interessante para motivar os alunos. “Acendeu uma luzinha em mim para fazer mais umas duas atividades assim por ano, além da recepção dos calouros que a gente já faz. Pensamos num horário que a gente possa fazer música escolhida por eles”.
O Curso de Licenciatura em Música da UEPG tem foco de formar professores de Música. “Não temos o objetivo de formar músicos, por isso os alunos já entram com o conhecimento prévio, que é avaliado no Teste de Habilidades Específicas do Vestibular”, esclarece Carla. Os alunos têm contato dom disciplinas de prática musical e ainda podem tocar em conjunto na recepção dos calouros, atividade tradicional do curso. “Mas ao longo ano a gente faz pouco, porque assim como nos outros cursos, eles têm as disciplinas separadas por série; as teóricas, pedagógicas, os estágios; e temos pouco tempo na nossa grade horária para fazer essas atividades. Por isso eu achei muito bacana, é uma prática que pode motivar eles a se dedicar mais e gostar mais do curso”, finaliza a professora.
Texto e Fotos: Jéssica Natal