Que a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) é feita a muitas mãos e por muitas histórias – que até se confundem com a própria história da instituição – a gente sempre fala por aqui. Afinal, quem faz a Universidade são as pessoas, os alunos, professores, servidores dos mais diversos setores.
Periodicamente, a histórias de servidores que estão há 20, 30 anos trabalhando na UEPG, o que reflete como a Universidade é feita por pessoas comprometidas e que amam o que fazem. Neste dia do servidor, comemorado nesta sexta-feira (28), trazemos a história de servidores que neste mesmo mês comemoram uma década de UEPG. São 40 pessoas que ingressaram em 2012 por meio de concurso público. A prova, realizada em 2009, selecionou funcionários de diversas áreas que aguardaram ansiosos pela efetivação quase três anos depois.
Uma dessas histórias que comemoram uma década de UEPG é a do técnico em Laboratório Allan Leandro Monteiro. Graduado pela UTFPR, Allan trabalha desde 2012 no Departamento de Física (Defis), no bloco L do Campus de Uvaranas. “Como técnico, sou responsável pela montagem e auxílio de aulas práticas de Física em quatro laboratórios experimentais”, explica. No total, o Departamento de Física atende 12 cursos de graduação.
A UEPG é o cenário da história de amor entre Allan e Luigy, seu companheiro. “Pra fechar com chave de ouro, conheci aqui na instituição meu companheiro de vida, e já estamos juntos há 5 anos”, relata. Luigy é formado em Licenciatura em Química e a história com Allan começou em 2018, quando se conheceram nos corredores e laboratórios do bloco L: “Morávamos no mesmo condomínio e, como ele tinha aulas experimentais nos laboratórios de Física, foi onde começamos nossa amizade, o que com o tempo se tornou uma união”, relembra.
Allan fala com muita gratidão de seus anos e experiências na UEPG, e também por sua história estar tão envolvida à da Universidade: “Graças ao meu trabalho, hoje posso dizer que sou um homem de sucesso, pois amo o que faço e batalhei muito pra chegar aonde estou. Tenho a imensa gratidão de hoje poder dizer que sou servidor público da UEPG”. Segundo o técnico em laboratório, sua mãe foi a responsável por toda a família estar ligada à instituição: “Primeiramente, gratidão a Deus, minha família e a todos os companheiros de trabalho que me acolheram com muito carinho. Mas em especial à minha mãe. Se não fosse por ela, eu não teria feito o concurso na época, então não tenho palavras pra definir a gratidão”.
No trabalho, Allan também se define grato pelo acolhimento, respeito e laços de amizade criados com professores, agentes e alunos. “Sou uma pessoa interativa, corro atrás dos meus objetivos, dedicado e tento ao máximo prestar meus serviços com eficiência e amor. Não é à toa que estou no mesmo departamento há 10 anos. Criamos aqui um laço de amizades e comprometimento uns com os outros”.
Para os próximos 10 anos, Allan espera crescer e aprender, mas também deseja ter a oportunidade de ver a UEPG crescer cada vez mais. “Por mais que a educação em geral esteja cada ano mais desvalorizada, a UEPG se mantém entre as Universidades mais conceituadas do Brasil, se destacando na área de pesquisas. Para os próximos 10 anos, almejo sempre mais conhecimento através de qualificações, que as Universidades sejam cada vez mais valorizadas e reconhecidas, que possamos ter cursos novos nas graduações e que possamos sempre estarmos acolhendo todos com a mesma disposição, força e comprometimento de hoje”.
Jaison Fernando Martins estudou na UEPG e depois passou a fazer parte da ‘família’ como servidor. Jaison, que hoje atua na Seção de Diplomas, da Divisão de Regulação e Programas Acadêmicos da Pró-reitoria de Graduação (Prograd), se formou em 2005 em Licenciatura em História. No período da graduação, trabalhou como estagiário do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), dando assistência às reuniões do Conselho. “Desde aquela época eu já achava interessante trabalhar aqui”, lembra Jaison.
Em 2012, Jaison retornou à UEPG, agora como funcionário efetivo. “Quando saiu o concurso lá de 2009, fiz, aguardei ser chamado em 2011, efetivado em 2012. Essa espera foi de ansiedade, mas depois, ao longo desses 10 anos foi muito bom”, relata. Jailson avalia que o período na UEPG, seja nas carteiras da graduação ou no trabalho de servidor, foi de muito aprendizado. Jaison ainda aponta que o ambiente de trabalho contribui para sua fidelidade à UEPG. “O mais gratificante de trabalhar na UEPG é o companheirismo do pessoal. A gente nunca está sozinho, sempre se ajuda e tem liberdade para poder criar formas de entregar um resultado melhor no final”, afirma.
Como diz o ditado, “tal pai tal filha”, a família de Jaison também vive de pertinho a UEPG. Ele tem dois filhos, Guilherme, de três anos, e Camila, de seis. A filha mais velha estuda no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic – UEPG) e, por isso, todos os dias acompanha o pai até o Campus Uvaranas para ir à escola. Se depender do pai, os filhos também trilharão seus caminhos dentro da UEPG: “Se for a vocação deles fazer um dos cursos oferecidos pela UEPG, eu espero que eles estudem aqui e possam crescer com a educação da nossa Universidade”.
Durante a pandemia de Covid-19, em que as escolas estavam fechadas, o papai Jaison teve que se dividir entre os filhos e a jornada de trabalho: “A experiência da pandemia foi diferente, a gente ficava muito apreensivo. Para mim, o mais difícil foi o período em que a gente ficou em casa. Eu tinha filhos pequenos, então eu tinha que esperar o nenenzinho dormir à tarde pra eu poder fazer os trabalhos. Depois à noite, lá pelas 22h quando eles dormiam, eu começava de novo a fazer algumas coisas”.
Quando o trabalho presencial retornou, mas as escolas não, o desafio dos pais aumentou. A solução encontrada? Jaison vinha trabalhar à noite. Na escuridão, silêncio e vazio do Campus e do prédio da Reitoria, a sala do Jaison mantinha as atividades e as luzes acesas. Dessa forma, Jaison e a esposa, que trabalhava durante o dia, se revezavam no cuidado com os filhos. “Quando a gente começou a fazer meio expediente eu passei a vir à noite. Era bom até, porque era bem silencioso, dava pra gente criar e foi um período de inovação”, conta. Segundo Jaison, o período permitiu que documentos e planilhas fossem passados para plataformas online e que alguns sistemas fossem automatizados, dando mais agilidade aos processos. “A gente inovou e continua, não só para facilitar o nosso trabalho, mas para poder atender melhor as pessoas que precisam de nós”.
Essa automatização e a possibilidade de desenvolver novas formas de trabalho alegra o servidor, que é um entusiasta em novas e melhores formas de trabalho: “O espaço, aqui, principalmente na Prograd, de se envolver, criar coisas que melhorem a nossa atividade é muito gratificante”, define. Por isso, ao longo dos 10 anos de atividade na UEPG, Jaison relembra a implantação do Sistema de protocolos digital (SEI-UEPG), como uma grande diferença e melhoria na Universidade desde que começou a trabalhar aqui: “passamos a ter menos papel e isso facilitou e organizou nosso trabalho”
A história, que passa do pai para os filhos, não termina por aqui: “Para os próximos 10 anos eu espero que o nosso governo invista em educação, que cresçam as parcerias e a UEPG se torne cada vez melhor”.
A UEPG é referência na cidade não apenas em ensino, mas em pesquisa, extensão e se configura como um grande centro que movimenta a economia ponta-grossense, gera empregos e oportunidades. O diretor de cargos e salários da Pró-reitoria de Recursos Humanos (Prorh), Joel de Oliveira Correia Junior, é um dos concursados que celebra 10 anos de casa. Segundo ele, a efetivação foi a concretização de um sonho. “Eu entendia que a cidade de Ponta Grossa se desenvolvia no entorno da UEPG. Sempre representou pra mim uma grande oportunidade de melhorar a vida das pessoas”, explica.
Joel conta que antes mesmo de imaginar um dia ser servidor da Universidade, a UEPG já era um objetivo em sua vida: o acadêmico. “Meu maior sonho era me tornar acadêmico da instituição, mas com família humilde, parecia um sonho muito distante. Distante pelas dificuldades do cotidiano, pois trabalho desde os 13 anos de idade, buscando conciliar com os estudos”. Mas, segundo o servidor, com muita dedicação e persistência, Joel conseguiu passar em dois Vestibulares na UEPG, e hoje é formado em História e Direito.
Depois da primeira meta alcançada, o sonho UEPG cresceu no coração de Joel. “O sonho de trabalhar na instituição foi crescendo e em 2009, enquanto cursava Direito, realizei o concurso público, sendo nomeado no dia 19 de outubro de 2012. Uma conquista incrível”, define.
Outra grande família na UEPG é a da servidora, efetivada no concurso de 2012, Tatiana Possidonio Moreira. Suas irmãs também trabalham na UEPG há longa data, Keila, que também completou 10 anos na UEPG, é a secretária do Setor de Engenharias, Ciências Agrárias e de Tecnologia (Secate) e Claudia Andréia, que trabalha na Seção de Materiais Médicos e Tecnovigilância do Hospital Universitário.
Tatiana hoje é a secretária do gabinete da reitoria, mas em 2012 entrou como agente administrativo na Secretaria Geral dos Conselhos Superiores (Segecon). “Eu era responsável por fazer os atos da reitoria, portarias, ofícios, auxiliava nos conselhos superiores e fazia as resoluções”, relembra.
Segundo Tatiana, o trabalho no gabinete da reitoria desde 2018 lhe ensinou muito sobre a instituição e a importância da UEPG, não só para a comunidade acadêmica, mas também externa. “Aqui a gente tem uma noção do geral, vê o outro lado, vê como são tomadas as decisões. Lá na Segecon, era o final, aqui é onde começam as ações da Universidade”, explica. Segundo Tatiana, desde que começou a trabalhar no novo local, passou a perceber a responsabilidade que envolve o trabalho da UEPG. “Eu aprendi muito trabalhando aqui. Por exemplo, entendi o quanto a política é importante para a Universidade. Política interna e externa, para as decisões dos rumos da Universidade mesmo, sabe? Passei a ver o quanto algo aparentemente pequeno tem um peso, repercussão e influência muito maior do que a gente imagina”.
A secretária afirma que é realizada em seu trabalho “Eu gosto muito de trabalhar aqui, gosto das pessoas e do convívio com os colegas. É um ambiente tranquilo para se trabalhar. Apesar de qualquer estresse do dia a dia, da grande responsabilidade que temos, as pessoas tornam o ambiente mais leve”.
Um pouco mais adiante de onde fica o espaço de trabalho de Tatiane, o gabinete do reitor é um dos espaços mais importantes e decisivos para a UEPG. O reitor, professor Miguel Sanches Neto, afirma o dia do servidor é uma data muito importante para Universidade Estadual de Ponta Grossa, pois o servidor representa a estabilidade das instituições: “Um país só é desenvolvido quando as suas instituições são estáveis, quando há permanência e se tem uma prestação de serviços para comunidade de qualidade”.
Miguel relata que está na UEPG há 30 anos e que, por isso, compreende o amor e fidelidade de tantos funcionários que passam boa parte de suas vidas atuando em prol da Instituição. “Nesses trinta anos, uma coisa que eu observei é que quando os servidores, professores ou agentes universitários entram para Universidade, eles se tornam parte de uma família, que é a família UEPG”, destaca
Miguel ainda afirma que as vidas das pessoas são modificadas pela instituição no mesmo tempo em que elas modificam a UEPG. “Cada novo grupo de servidores que entra é um novo olhar sobre a Universidade. E eu acho extremamente importante essa permanência na UEPG, porque permite que nós nos conheçamos, permite que as pessoas se qualifiquem, permite que a gente aprimore a nossa prestação de serviço. Enfim, todos saem ganhando com a vida profissional mais longa dentro da Instituição”.
E assim, o reitor agradece e elogia cada um que faz parte da UEPG e a faz ser a Universidade pública, gratuita, mas, sobretudo, de muita qualidade, que é hoje. “Parabenizo a todos os servidores e a todas as servidoras da UEPG pelo excelente trabalho que desenvolvem em prol da sociedade paranaense”.
Texto: Cristina Gresele | Fotos: Fabio Ansolin, Marício Bollete, Aline Jasper e acervo pessoal