Desde que Liam nasceu, Daniele Bernardes não saiu do lado do filho. Nascido de 37 semanas, o bebê tinha cansaço respiratório que dificultava a amamentação. A alimentação somente aconteceu graças à doação de leite materno, administrada pelo Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Materno-Infantil da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Humai-UEPG). Nesta quinta-feira (19), Dia Mundial da Doação de Leite Humano, a equipe ressalta a importância da doação para manter a alimentação de bebês.
A instituição conta, atualmente, com 57 doadoras, que retiram o leite em casa, armazenam da forma correta e entregam para as equipes, que recolhem e levam até o Humai. Um desses leites alimentou Liam por quatro dias e o manteve saudável para recuperação do cansaço respiratório. “Ele nasceu na segunda-feira (16) e o leite doado ajudou muito. Somente ontem foi feito o desmame da sonda e começamos a dar o meu”, conta Daniele. Mesmo sendo o terceiro filho, a mãe conta que recebeu todo o apoio e orientações da equipe para o início da amamentação. “Faz 10 anos do meu último filho e eu já amamentei, mas como na cesárea demora a sair o leite, as equipes me ajudaram e foram muito atenciosas, me deram bastante apoio nesse momento”, enfatiza.
Para chegar a bebês como Liam, o leite humano passa por vários processos, como o degelo; seleção e classificação; pasteurização a 62,5ºC por trinta minutos; esfriamento; e análise microbiológica do leite, para só depois ser liberado para as UTIs. Ana De Bastiani, enfermeira responsável técnica do Banco de Leite explica que o leite já chega congelado para armazenamento no Hospital. “Seguimos todos os critérios técnicos necessários para comprovar que o leite é de qualidade. Se o leite tiver o necessário para nutrir os bebês e seguir normas técnicas, encaminhamos para o lactário, que administra nos bebês 5 vezes por dia”, informa.
“A gente pode citar que o leite materno é um alimento completo, porque ele apresenta tudo o que o bebê precisa, além de ser rico biologicamente, porque ele vem de uma mãe, coisa que o leite industrializado não tem”, explica Wagner. O nutricionista salienta que o corpo humano é tão inteligente que prepara o leite conforme as necessidades do bebê. “Quando um bebê é prematuro e baixo peso, a preferência é sempre o leite materno, porque é a maturidade do leite que vai ajudar no crescimento”, conta. E se mãe tem excesso de leite? “A mãe deve doar leite para outras crianças, porque o excesso será descartado, mas aqui pode trazer vida para outras crianças, com qualidade e segurança”, completa.
Como doar
Mães que quiserem ser doadoras devem estar em processo de amamentação do seu bebê e serem clinicamente saudáveis. Interessadas podem entrar em contato pelo telefone (42) 3311-8414 ou WhatsApp (42) 99102-0564. Os profissionais farão o cadastro e verificação de exames e hábitos de saúde. Se a mãe se encaixar nas exigências, a equipe entrega os materiais de coleta e orienta sobre como proceder a coleta e armazenamento do leite.
Texto e Fotos: Jéssica Natal