Conhecer um lugar diferente e, de quebra, aprofundar as pesquisas em institutos internacionais. O doutorando de física Matheus Rolim, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PPGCIE – UEPG), foi selecionado para um intercâmbio na Universidade de Humboldt, com pesquisas no Potsdam Institut für Klimafolgenforschung (PIK), em Postdam, cidade ao leste da Alemanha.
O PIK existe desde 1991 e tem como foco estudar impactos climáticos e formas de contribuir para um futuro seguro e sustentável. Dentro desta proposta, existem quatro departamentos de pesquisa: Earth System Analysis, Climate Resilience, Transformation Pathways e Complexity Science, departamento no qual Matheus faz parte estudando fenômenos climáticos de uma perspectiva mais matemática. “Minha área de pesquisa é dinâmica não-linear e caos. Entende-se por sistema dinâmico qualquer sistema que evolui no tempo de acordo com um conjunto de leis matemáticas (equações do movimento) determinísticas, isto é, conhecer o estado de um sistema em um dado instante de tempo nos permite prever o estado futuro do sistema”, explica o intercambista, completando: “eu estou estudando sincronização em redes complexas. O estudo não se aplica diretamente aos modelos climáticos, mas nós usamos técnicas que podem ser extrapoladas para eles”.
A rotina de estudos de Matheus em outro país é de agenda cheia. Ele chega no Instituto bem cedinho, por volta das 8h30 e já inicia os trabalhos de pesquisa. Uma vez por semana ele participa de um programa de seminários ministrados por cientistas do PIK ou de instituições parceiras do mundo todo. Ele também contou que tem reuniões diárias com seu orientador para conversar sobre o andamento de sua pesquisa, portanto, seu dia encerra lá por 17h30, quando o céu já está ficando escuro por conta do clima frio da Alemanha.
Para ele, a experiência de morar fora está sendo positiva e uma oportunidade para enriquecer seus conhecimentos. “É sempre bom conhecer uma cultura nova, bem diferente do que estamos acostumados. É muito bom também ver como a ciência é feita fora do país – enquanto que no Brasil para fazê-la, em geral, é necessário ser professor universitário, aqui não. Existem aqueles com posição de professores nos institutos e universidades, mas não é a regra”, observa o intercambista.
Há dois meses morando na Alemanha, Matheus é o único brasileiro a participar do intercâmbio no instituto alemão. Ele comenta que uma das experiências pessoais mais legais até o momento foi presenciar o início da precipitação da neve: “Sexta feira nevou pela primeira vez esse inverno aqui e nos últimos anos não tem nevado muito em Potsdam, principalmente em novembro! Como eu nunca tinha visto neve, foi uma experiência muito boa, muito bonito ver as árvores e a grama ficando cobertas – e muito gelado também”, finaliza.
Com data de retorno prevista para o dia 29 de março de 2023, Matheus já tem um plano para aproveitar o restante da estadia no país: “eu pretendo conhecer mais coisas por aqui, tem muita coisa histórica pra ver- desde a Segunda Guerra Mundial, o muro de Berlin até coisas mais antigas da Primeira Guerra e períodos anteriores. Muitos museus também com diversas exibições que a gente não encontra no Paraná.” relata. Enquanto isso, no campo da pesquisa, Matheus já está finalizando artigos e submetendo projetos em parceria com os pesquisadores locais. Orgulho para toda a comunidade acadêmica e principalmente para a UEPG!
Texto: Amanda Santos | Fotos: Arquivo pessoal de Matheus Rolim