Com palestras e cursos, Zootecnia promove Encontro de Produção Animal e celebra o Dia do Zootecnista

Compartilhe

Das pequenas abelhas Plebeia negrisipis (a segunda menor abelha do mundo) aos cavalos utilizados na equoterapia, passando pelos grandes bovinos para leite e corte. A atuação do zootecnista é ampla – e a programação do IV Encontro de Produção Animal e XXI Dia do Zootecnista fez questão de contemplar toda essa diversidade. O evento, organizado pelo Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Dezoo-UEPG), em parceria com o Centro Acadêmico de Zootecnia, aconteceu nos dias 28 e 29 de maio.

Como explica a professora Luciana da Silva Leal Karolewski, coordenadora do curso de Zootecnia, o evento é tradicional, desde a primeira turma. “Nós temos muito orgulho desse evento, que comemora o dia do zootecnista, que é em 13 de maio”, explica. Os alunos puderam acompanhar palestras sobre manejo nutricional em fazendas leiteiras, gestão em gado de corte, e motivação; minicursos de equoterapia e meliponicultura; uma mesa-redonda com egressos do curso; e a apresentação de representantes de empresas da área. “De forma inédita, nós abrimos as portas do Bloco Z para receber representantes de 14 empresas da área de produção animal, para mostrar aos alunos várias áreas de atuação do profissional zootecnista e áreas do mercado de trabalho. É um momento bem interativo e dinâmico”, conta.

No espaço do Centro Agropecuário, os alunos puderam conhecer mais sobre a equoterapia, método terapêutico que utiliza o cavalo para estimular o desenvolvimento da mente e do corpo. No minicurso, os participantes tiveram contato com o manejo dos animais para o melhor desempenho na terapia e no esporte e tiveram contato com vários exemplos de pacientes reais, desde o tratamento de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) até o paratleta Ageu Lauriche, que compete internacionalmente em provas de paradestramento. Para a acadêmica do segundo ano, Maria Vitória Ribeiro Figueiroa, foi inspirador conhecer um pouco mais sobre uma possível área de atuação, sobre a qual nunca tinha pensado. “Minha mãe trabalha na Apae, com crianças com deficiência, e eu não fazia ideia de que a equoterapia podia ajudar. Achei muito legal, porque junta nossa área de trabalho com algo muito emotivo, muito lindo”.

As abelhas são pequeninas, mas chamam a atenção. Na oficina de meliponicultura, os alunos puderam conhecer mais sobre a criação de abelhas nativas, sem ferrão. Desde a forma de confeccionar iscas até os produtos que podem ser retirados das pequenas colmeias, como o mel armazenado em potinhos feitos com todo o cuidado pelas operárias – diferente das abelhas com ferrão, elas não formam estruturas em favos -, todos os aspectos do manejo foram abordados. Para muitos, era o primeiro contato com esse tipo de criação.

Uma dúzia de caixas de tamanhos diversos trazia diferentes espécies: as pequenas abelhas plebeias, jataí, mirim, mandaçaia… Alguns dos espécimes foram trazidos pelo parceiro Guto Rotta, que é meliponicultor. Para ele, debater o tema no ambiente acadêmico é muito importante. “Uma das melhores notícias que eu ouvi nos últimos anos foi justamente o fato da UEPG abrir um projeto de extensão de meliponicultura, porque além de ser uma área que ainda é pouco explorada cientificamente, ela também é uma área extremamente necessária para os ecossistemas”, enfatiza.

Ainda há um universo a se descobrir sobre as abelhas sem ferrão. “A gente não sabe sequer todas as propriedades do mel da Mandaçaia, ou mesmo a catalogação de espécies de abelha Mirim”, exemplifica Guto. O mercado de trabalho para quem quer atuar como produtor ou consultor é amplo. Além da produção de mel e outros subprodutos, as pequenas operárias têm papel fundamental na polinização de diversas espécies. “Tem agricultor aqui dos Campos Gerais que está alugando caixas de abelha, porque não tem na natureza”, conta.

A professora Luciana comemora a participação no evento de alunos do curso de Zootecnia, mas também de participantes externos. “Tivemos cerca de 150 inscritos. Nosso propósito também é esse: levar um pouquinho do conhecimento produzido aqui para a comunidade ao nosso redor”.

Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper e Tierri Angeluci


Compartilhe

 

Skip to content