Em 2020, o curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) se consolidou como um dos mais bem avaliados do país ao receber conceito 5, nota máxima no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade – 2019) e nota 4 no Conceito Preliminar de Curso (CPC) do Ministério da Educação (MEC).
O relatório do Enade traz a comparação do desempenho dos estudantes concluintes da graduação em relação às diretrizes curriculares. Os resultados são publicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação e faz parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Já a avaliação do CPC é realizada pelo MEC e é um dos principais indicadores de qualidade do Ensino Superior no Brasil.
Segundo a coordenadora do curso de Engenharia Civil da UEPG, Lilian Tais de Gouveia, a nota no Enade e no CPC são avaliações que guardam diferenças, mas que apontam para a qualidade do ensino desenvolvido pelo curso. “As notas têm sido consistentes quanto ao CPC, e as notas do Enade melhorado a cada avaliação. São coisas diferentes, o CPC tem uma parcela de subjetividade que a nota do Enade não tem. Mas o bom desempenho do curso nas avaliações demonstra uma melhora progressiva ao longo do tempo”, afirma.
A coordenadora destaca fatores que agregam qualidade ao desempenho do curso nas avaliações. “As visitas técnicas e saídas a campo são frequentes no curso e permitem que os estudantes vivenciem, entendam e se aproximem de várias situações da profissão, promovendo assim curiosidade e entusiasmo”. Para Gouveia, “os professores do curso discutem nas disciplinas questões que já apareceram nas provas do Enade, utilizando-as para promover discussões e diversificar abordagens. Algo também importante foi o incentivo a participação efetiva dos estudantes na realização das provas do Enade 2019, de maneira a deixá-los confiantes e esclarecidos da responsabilidade e comprometimento de quem representa o curso e a Universidade”, ressalta.
A professora Maria Magdalena Ribas também destaca o papel importante dos professores no bom desempenho do curso. “A Engenharia Civil da UEPG conta com professores de grande experiência que vem promovendo um arcabouço robusto para estruturar o curso. Hoje, temos um time de professores acolhedores, esforçados, jovens, comprometidos de mente, alma e coração. Os alunos têm amplo acesso aos professores, aos projetos e a toda estrutura que vem melhorando no decorrer dos anos”, salienta.
O curso de Engenharia Civil conta com 34 professores, sendo 20 professores efetivos e 14 colaboradores. Somam-se ao grupo, 22 professores do Departamento de Engenharia Civil e de mais sete departamentos da UEPG: Matemática e Estatística; Física; Química; Geociências; Informática; Administração; e Direito das Relações Sociais.
Gouveia explica que desde o início, o curso da UEPG vem formando profissionais que estão ocupando cada vez mais o mercado de trabalho e levando o nome da UEPG para o campo de atuação. “Engenharia Civil iniciou suas atividades em 1973 e, ao longo do tempo, tem formado profissionais com uma sólida base conceitual e aptos para atuar em diversas especialidades da engenharia, com competência e habilidade para absorver e desenvolver novas tecnologias. Os engenheiros civis diplomados pela UEPG vêm ocupando postos de relevância em empresas públicas e privadas, assim como na área acadêmica em docência e pesquisa. A UEPG forma engenheiro(a) civil pleno, com capacidade de envolver-se em qualquer área da engenharia civil”, pontua.
Espaços de aprendizagem
“As instalações (laboratórios, espaços de trabalho) suprem as necessidades momentâneas, e já foram elaborados diversos projetos para ampliações. Professores e alunos também estão efetivamente envolvidos fora do campus com a extensão, em várias atividades e projetos tais como acompanhamento de obras, divulgação do curso em escolas de ensino médio, ensaios de materiais de construção e saneamento solidário, para citar apenas algumas atividades”, aponta o professor Sérgio Luiz Schulz.
A estudante Vitoria Vicente Coltri enfatiza a qualidade da estrutura oferecida pela instituição para a formação dos acadêmicos. “Em relação à estrutura, cabe ressaltar que os laboratórios do curso são de grande valia para a construção e estruturação do conhecimento técnico e prático. São eles os responsáveis por despertarem maior interesse e curiosidade a respeito dos conteúdos teóricos estudados em sala de aula e ainda por facilitar a compreensão dos temas abordados. Além disso, a equipe de laboratoristas do curso é qualificada e extremamente cuidadosa com todos os alunos”, adiciona.
Procura e permanência
O acadêmico Ariel Matheus Mariano acredita que o curso passou por uma grande evolução nos últimos anos e que conseguiu superar diversas dificuldades que foram impostas pelo contexto do ensino superior no país. “O curso melhorou bastante desde que ingressei em 2016. Quando entrei, o número de pesquisas, extensões e monitorias era bem inferior ao que existe hoje. O mais interessante e o que mais me orgulha, é que essa evolução ocorreu em um momento crítico do Brasil, onde a verba pública tem sido cada vez menor e a opinião pública tem desprezado o conhecimento acadêmico. Ou seja, desistir de lutar pela evolução do ensino acadêmico nunca foi uma opção entre os professores do meu curso. Acredito que essa é uma das maiores qualidade do curso aqui na UEPG”, exclama.
Atualmente, os estudantes de Engenharia Civil da UEPG contam com as opções de mestrado em Engenharia Sanitária e Ambiental e dois cursos de especialização do Programa de Residência Técnica do Estado do Paraná (Restec) – Curso de Especialização em Engenharia e Gestão Ambiental; e Curso de Especialização em Projetos e Obras Públicas. Todos oferecidos pela instituição para os alunos que desejam permanecer no âmbito da academia.
O professor Marcos Rogério Szeliga defende que as opções de pós-graduação na área, oferecidas pela UEPG, fomentam um ambiente constante de evolução. “O programa de pós-graduação, desde o início evoluiu, especialmente no que se refere à qualidade das pesquisas realizadas, possibilitando a abertura de novas temáticas na área da Engenharia Sanitária e Ambiental, visando o aprimoramento de tecnologias para a melhor qualidade de vida e com menores impactos negativos ao ambiente”, explica.
Currículo e adaptação ao modelo de ensino remoto
“O currículo do curso é amplo e passa por revisões periódicas para ajuste da dinâmica tecnológica da sociedade e das diretrizes curriculares nacionais. O currículo objetiva não apenas o conhecimento de teorias, mas incentiva que os estudantes experenciem tomadas de decisões mais assertivas, façam elaboração de projetos de obras civis convencionais, mas com viés na sustentabilidade e na inovação”, explica a professora Maria Magdalena Ribas.
O professor Sérgio Luiz Schulz chama a atenção para a consistência do currículo e para as ofertas de estágio, que são fundamentais e com a pandemia passaram a ser remodeladas. “A matriz curricular é consistente e foi aprimorada nos anos recentes para a implantação gradativa do novo Currículo, com a finalidade de preparar os alunos para o mercado de trabalho. Várias ações são tomadas como: as visitas técnicas em obras ocorrem durante todas as séries; o último semestre da 5ª série é reservado quase exclusivamente para o Estágio Supervisionado obrigatório, e há uma tradição de nossos alunos fazerem Estágio Voluntário desde as séries iniciais. Infelizmente, tivemos que repensar toda esta dinâmica devido à pandemia de Covid-19”.
A coordenadora Lilian Gouveia descreve como foi a adaptação e a dinâmica no modelo de ensino remoto. “Neste período de pandemia, a relação de atendimento e interação com os estudantes e com os professores foi alterada. O contato próximo e pessoal passou a ser mais distante, apenas na tela, o que foi um desafio para mim tornar essa necessidade de distanciamento mais afetiva. Com a volta do ensino de maneira remota, aquele primeiro momento de desorientação e incertezas foi ao longo do tempo sendo substituído por um ambiente seguro, conhecido e de interação constante”, relata.
Qualidades e desafios
O acadêmico Johncir Neves Ferreira ressalta a diversidade de atividades do curso. “Uma das principais qualidades do curso é a diversidade de atividades para serem realizadas extra sala, a empresa júnior, o centro acadêmico, as pesquisas em várias frentes e os projetos de extensão que impactam a comunidade, como o saneamento solidário. Essas atividades geram oportunidades para todos os perfis se adaptarem bem e poderem desenvolver suas habilidades”, aponta.
Gouveia considera que a nota máxima no Enade é um ponto positivo para a o curso, mas que é possível levar o curso de Engenharia Civil da UEPG ainda mais longe. “Nosso objetivo agora é continuar evoluindo para manter a excelência. O Colegiado e o Departamento do Curso promovem a atualização frequente do projeto pedagógico de forma a fazer adequações dinâmicas considerando as necessidades do mercado de trabalho e os problemas da sociedade, que estão em constante mudança. Ficamos muito contentes com a nota no Enade, pois ela confirma um esforço de nós professores e da instituição para oferecer o melhor para os alunos. Agora, precisamos pensar em novas ações para potencializar isso”, finaliza.
Texto: Julio César Prado Foto: Arquivo do curso