Resultados inéditos, inovadores e ousados. Assim Rafaela Lopes Falaschi, pesquisadora de pós-doutorado da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), descreve a pesquisa que está publicada no artigo ‘Hexapoda Yearbook (Arthropoda: Mandibulata: Pancrustacea) Brasil 2020: o primeiro levantamento anual de produção de novas espécies brasileiras’ (traduzido do inglês). O estudo, publicado no periódico EntomoBrasilis, busca fazer um compilado da produção anual brasileira sobre insetos (Hexapoda).
Rafaela atua no Departamento de Biologia Estrutural, Molecular e Genética da UEPG e, em 2021, assumiu como editora chefe da EntomoBrasilis. “Já na primeira reunião do conselho editorial, idealizei uma nova seção, na qual seriam publicados ‘números mágicos’, que são compilados organizados sobre a produção brasileira de espécies”.
O artigo mostra uma lista de todas as novas espécies brasileiras de Hexapoda descritas em 2020. Os dados apontam que 680 novas espécies brasileiras de Hexapoda foram descritas, classificadas em 245 gêneros, 112 famílias e 18 ordens. As espécies resultaram na publicação de 219 artigos, com 423 autores, sendo apenas 30% de autoria de mulheres. Um total de 326 espécies foram descritas exclusivamente por brasileiros, 134 foram publicados exclusivamente por autores residentes fora do Brasil e 220 foram publicados em parcerias entre residentes brasileiros e autores residentes fora Brasil.
A equipe da pesquisa é composta por 75 autores, em sua maioria bolsistas de doutorado e de pós-doutorado. “Eles expuseram a força e a cara da nova juventude entomológica do Brasil. Este foi o primeiro anuário Hexapoda Brasil, mas não será o último, pois o de 2021 já está em andamento”, destaca Falaschi. O planejamento é uma publicação anual, referente ao ano anterior, em uma seção da EntomoBrasilis. “Será um grande noticiário da produção taxonômica anual de espécies brasileiras”, ressalta. A pesquisadora explica que os resultados são precisos e inéditos e trazem à tona o estado da arte do esforço da taxonomia brasileira de Hexapoda. “São dados fundamentais para gerar suporte para decisões mais precisas sobre financiamento público na taxonomia, visando diminuir o abismo da falta de conhecimento sobre o Hexapoda no Brasil que atualmente, segundo estimativas, possui menos de 30% de sua real diversidade de insetos conhecida”, completa.
O estudo pode ser lido aqui.
Texto e foto: Jéssica Natal