Na última sexta feira (17), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) recebeu uma visita técnica do Superintendente Geral de Inovação do Paraná, Marcelo Rangel. O gestor conheceu o projeto do Dispositivo Farmacêutico 1 (DF1), desenvolvido por Amauri do Nascimento, professor aposentado da UEPG e hoje pesquisador no departamento de Engenharia de Materiais. O aparelho simula o funcionamento do trato digestório e tem como um de seus principais benefícios a redução do uso de cobaias vivas em pesquisas científicas.
A apresentação teve como objetivo apresentar tecnologias desenvolvidas na UEPG. O professor Amauri conta que são pelo menos 12 anos trabalhando no projeto, cuja ideia surgiu enquanto desenvolvia uma pesquisa na área de fármacos. Para atender à necessidade de testes e substituir cobaias vivas, foi criado um dispositivo improvisado, que chegou a 92% de reprodutibilidade.
O equipamento possibilita a realização de exames pontuais, que sejam específicos de uma determinada área do sistema digestório, como o estômago, intestino ou boca, e pode também fazer um exame sequencial, reavaliando em até 72 horas a ação de uma substância sobre o sistema. A tecnologia permite que diversos campos da indústria realizem experimentos mais fidedignos, anulando em até 80% o uso de animais em pesquisas.
O primeiro projeto do DF1 foi patenteado e registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) em 2015 e conta com a colaboração dos professores Benjamim de Melo Carvalho e Luís Antonio Pinheiro, do curso de Engenharia de Materiais. O projeto mais atualizado corre em fase final de implementação.
Além da redução do uso de cobaias, o dispositivo possibilita diminuição da burocracia, do tempo de pesquisa e dos custos para os experimentos, além do aumento de produções científicas e da visibilidade científica brasileira e fomento do uso de tecnologia100% nacional. O equipamento também deve contribuir para um sistema sustentável e ecologicamente correto.
Texto: Amanda Santos | Fotos: Fabio Ansolin