O dia começou cedo na Fazenda Escola. A atividade de campo era dividida em estações, para conhecer sobre práticas de manejo e cuidado das espécies bovina, suína e ovina. A atividade foi inédita no evento, que já está na sua vigésima edição. “Os alunos se encantaram pela possibilidade de visualizar o conceito teórico sendo aplicado aos animais. Com aprovação do Comissão de Ética no Uso de Animais, todos estavam seguros na realização das práticas”, explica a coordenadora do curso e do evento, Luciana da Silva Leal Karolewski.
Dentre os alunos participantes, Veronica Sophia Degger, aluna do 5º ano do curso. “Se todo aluno tivesse a oportunidade de participar de atividades assim, com certeza sairia da Universidade melhor qualificado”, destaca. Junto com os professores, os acadêmicos trabalharam na organização do evento. “A nossa profissão nos exige que tenhamos capacidade de organizar atividades e esta experiência foi muito positiva para agregar experiência no currículo”, conta. Verônica é presidente da Empresa Júnior Consultoria Técnica de Zootecnia, grupo que trabalhou na organização, em conjunto com o Centro Acadêmico Walter Motta Ferreira e professores do departamento. “Tivemos um pouco mais de noção sobre o mundo organizacional, porque ser zootecnista é também cuidar de humanos, de forma integral, envolvendo animais e plantas também”.
Na estação de ovinos, a professora Raquel Abdallah da Rocha Oliveira explicava sobre parasitologia, como avaliar um rebanho frente à verminose ovina e procedimentos para controle da doença. “Certamente as demonstrações práticas são muito mais proveitosas do que a teoria, em sala de aula, pois o acadêmico pode realmente ver como é o processo. É algo concreto”. Para ela, o aprendizado prático é de suma importância. “Não há como ser zootecnista sem ter o contato com o animal. Somente com a prática é possível saber o manejo de cada espécie. Estar junto aos animais possibilita que os acadêmicos aprendam também a respeitá-los e ver que a produção animal vai além da produção de proteína de alto valor biológico”, salienta.
Atividades
“A participação nas atividades agregou muito na minha vida como acadêmica, achei tudo excelente e muito bem planejado. Os conselhos dados foram valiosos e com certeza vão auxiliar no nosso futuro profissional”, destaca a acadêmica do terceiro ano, Larissa Calado. Para ela, o zootecnista tem o papel de participar de toda a cadeia da produção animal, garantindo um alimento seguro e com qualidade para toda a população. “A Zootecnia UEPG é minha segunda casa e o lugar que me encontro cada vez mais todos os dias. Tenho enorme carinho e gratidão por todos os integrantes do curso: coordenadora, professores, acadêmicos, funcionários e todos que compõem nosso departamento”, completa.
Importância
O curso de Zootecnia da UEPG completou 20 anos de existência em 2022 e conta com 186 acadêmicos regularmente matriculados, que se somam aos 391 profissionais já formados. O zootecnista possui uma extensa lista de atribuições – atuação na cadeia produtiva animal; planejamento na criação de animais; produção de alimentos, de forma eficiente e com qualidade nutricional para consumo humano; estudo do comportamento, saúde e bem-estar animal; trabalho na atividade agropecuária; e preservação da fauna.
Para a acadêmica Nicoly Camargo de Freitas, o zootecnista faz o mercado animal girar de forma mais qualificada, com melhor desempenho para o proprietário. “Somos profissionais que atuam na qualidade do produto e dos animais, pois a Zootecnia se aplica em todas as fases o princípio do bem-estar animal. E o nosso curso representa um grande avanço, para auxiliar o produtor na sua rentabilidade”, conta. Para Nicoly, o evento foi muito proveitoso nas partes teóricas e práticas. “Uma frase que ficou marcada para nós foi ‘quem não é visto não é lembrado’, indicação que será muito valiosa para o futuro, mostrando que estágio e networking são imprescindíveis”.
Para o chefe do Setor de Engenharias Ciências Agrárias e de Tecnologia (Secate), professor Adilson Chinelatto, eventos como o de Zootecnia permitem reunir alunos e egressos, para trocar experiências. “É uma forma de retroalimentar o conhecimento que desenvolvemos. Ficamos felizes em ver que esses professores que estão aqui hoje são profissionais extremamente qualificados e vemos o quanto se esforçam para dar o melhor aos alunos”, comemora.
O reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, ressalta a importância do curso dentro da estrutura da UEPG. “O curso funcionava em Castro até 2010 e, quando veio para a UEPG, mudou a estrutura do campus, com alunos, professores da graduação e pós-graduação convivendo conosco, dando esse olhar tão importante para a formação universitária”. O curso elevou o nível da Universidade. “Ter o curso de zootecnia significa muito para o nosso Estado, no desenvolvimento regional, na indústria e na área de desenvolvimento animal. Viva o curso de Zootecnia e os Zootecnistas da UEPG!”.
Texto e fotos: Jéssica Natal