A trajetória do farmacêutico Horácio Droppa, que dá nome à Farmácia Escola da UEPG, é homenageada em livro escrito pela ex-professora do departamento de Ciências Farmacêuticas da UEPG Dionezine de Fátima Navarro (Dione Navarro), que hoje ocupa o cargo de presidente da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes (Apla). O livro “Horácio Droppa – o Médico dos Pobres” será lançado na sexta (06), às 19h30, no Grande Auditório da UEPG Centro.
Como conta a autora, Horácio Droppa foi um farmacêutico além de seu tempo. “Pelo seu racionalismo dinâmico e suas atitudes de amor ao próximo, se hoje colocássemos Horácio Droppa num contexto de modernidade da profissão farmacêutica, sua botica seria uma Farmácia Clínica, ou seja, uma denominação atual para uma área moderna da profissão farmacêutica, que preconiza a prática do uso racional de medicamentos, como a orientação e utilização de estratégias do conhecimento pertinente a fim de otimizar a farmacoterapia e promover a cura”, relaciona a autora.
Trajetória de Horácio Droppa
Em um tempo em que a população rural vinha do interior em carroças e carroções, Horácio Droppa atendia os pacientes em uma botica na antiga Rua da Estação, chamada “Farmácia e Perfumaria Sissi”. Como conta Navarro, o farmacêutico atnedia com tanto esmero e competência que passou a ser chamado de “Médico dos Pobres”. “Para alguém que adentrava à sua farmácia, o que menos importava era a condição financeira. Para esse farmacêutico, o dinheiro era apenas uma moeda de troca que desconhecia seu coração benevolente, porque quem chegava enfermo em sua farmácia, às vezes até num ultimo suspiro de resignação, mesmo que não tivesse qualquer recurso financeiro saía dali medicado”, explana a autora.
O primeiro contato de Droppa com os atendimentos em saúde foi durante a infância. Aos doze anos, foi trabalhar na Farmácia Milka, lavando as vidrarias utilizadas para manipular medicamentos. “De tão pequeno que era, havia a necessidade de subir num banquinho para alcançar a torneira da pia. E pode-se dizer que ali começou o seu sacerdócio como curador”, diz. Por ter esse contato com as queixas de dores no corpo e na alma, Droppa resolveu cursar o primeiro curso de Farmácia na UEPG, na década de 1950. Ao se formar, se tornou sócio da Farmácia e Perfumaria Sisse, onde trabalhou até o dia de sua morte, em 1991.
“A botica de Horácio Droppa era considerada um palco em prol da cura das enfermidades, mas com o passar do tempo sentiu um novo aceno no seu caminhar, uma nova aquarela se desenhava numa alma que desejava compartilhar os múltiplos ensinamentos aprendidos e vivenciados ao logo do tempo. A vocação do magistério começou a aflorar neste coração em ebulição”, relata Dione. Em 1968, passou a lecionar a disciplina de Farmacotécnica (manipulação de medicamentos) no departamento de Farmácia e Análises Clínicas da UEPG. “Foi um dos professores mais amados entre os alunos do curso de Farmácia, dada a sua paciência em ensinar na faculdade, e sempre deixar as portas abertas da sua farmácia para que seus alunos pudessem estagiar e aperfeiçoar suas habilidades”, conta. Por conta dessa motivação e contato próximo com os alunos, a Farmácia Escola da UEPG leva o nome de Horácio Droppa, como forma de homenagem.
Texto e foto: Aline Jasper