O solo da Fazenda Escola Capão da Onça da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Fescon-UEPG) ganhou novas plantas na última sexta-feira (28). Alunos e professores do Viveiro Florestal, em parceria com o Laboratório de Biodiversidade, realizaram um experimento, com implantação de quatro espécies florestais nativas da região dos Campos Gerais. No total, o grupo plantou mil mudas silvestres.
As espécies plantadas foram Mimosa flocculosa; Mimosa scabrella; Mimosa strobiliflora; e Senna macranthera, as quais receberam estirpes de bactérias promotoras do crescimento de plantas. O objetivo do experimento foi avaliar o estabelecimento e desenvolvimento das espécies no campo, além de possíveis alterações na microbiota do solo. O estudo foi coordenado pelos professores Carlos André Stuepp, Rosimeri de Oliveira Fragoso e Jesiane Stefania da Silva Batista. “Estudos conduzidos pelo Laboratório de Biodiversidade demonstram que bactérias nativas da região são eficientes em desempenhar atividades, como suplementação nutricional do solo, melhorando as respostas das plantas aos estresses ambientais”, explica Rosimeri.
Para o experimento, foram utilizadas duas estirpes do gênero Paraburkholderia, típicas da região, além de um inoculante comercial, que possui acordo de cooperação com o Laboratório de Biodiversidade. “A seleção desses organismos nativos, seu isolamento e inoculação em mudas florestais podem favorecer a qualidade das plantas, configurando uma nova tecnologia a ser utilizada na restauração de ecossistemas degradados”, ressalta a professora.
O estudo tem articulação com uma rede de pesquisadores das Universidades Públicas do Paraná, que propõe ações coordenadas e direcionadas à ampliação do conhecimento sobre a biodiversidade no Estado. “A rede avalia as potencialidades biotecnológicas, por meio do resgate, identificação e seleção de componentes da biodiversidade, para aplicações na agroindústria, produção animal, saúde, meio ambiente e na indústria de transformação”, diz.
O grupo tem expectativa de que o experimento contribua com informações sobre as bactérias promotoras do crescimento de plantas. “Assim, selecionamos estirpes eficientes para a promoção de crescimento e desenvolvimento dessas plantas e delineamos estratégias para a sua recomendação na produção de mudas de espécies florestais nativas, para a restauração ecológica”, finaliza Rosimeri.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Rosimeri de Oliveira Fragoso/divulgação