Exportações dos Campos Gerais decrescem 22,1% nos primeiros meses de 2020

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O Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Nerepp-UEPG) divulgou nesta semana a balança comercial dos Campos Gerais no primeiro trimestre de 2020. O boletim, compilado pelo professor Alex Sander Souza do Carmo, do Departamento de Economia, traz os dados de importações e exportações dos municípios da região nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020.

Como aponta o estudo, a balança comercial dos Campos Gerais teve redução de 32,4% no primeiro trimestre de 2020, em comparação com dados do mesmo período de 2019. No comparativo, as exportações caíram 22,1% e as importações aumentaram 17,5%. “Não é possível precisar quais os principais fatores que causaram a redução das exportações da região, mas é possível conjecturar que essa retração já pode ser um reflexo da recessão econômica ocasionada pela pandemia da Covid-19”, analisa o professor.

Em valores, as exportações da região atingiram pouco mais de R$2bi e as importações R$679,6mi, configurando um saldo na balança comercial (o valor das importações subtraído do total de exportações) de quase R$1,5bi. Ao comparar o desempenho do comércio exterior dos Campos Gerais nos primeiros trimestres de 2019 e 2020, o estudo conclui que Ponta Grossa, Ortigueira e Telêmaco Borba continuam sendo os três principais exportadores da região, já que, em conjunto, esses três municípios foram responsáveis por 85,6% das exportações no período.

Dos 17 municípios exportadores, 10 tiveram variação positiva nas exportações e 7 tiveram variação negativa. O boletim destaca o município de Arapoti, com aumento de 159,0% nas exportações e Reserva, com redução de 68,0%. “Em termos absolutos, os municípios que mais reduziram as suas exportações foram Ortigueira (R$ 336 milhões) e Ponta Grossa (R$ 275 milhões)”, aponta o documento.

Somente 12 municípios tiveram importações nesse período, sendo que 7 aumentaram o valor total de importações. Em destaque, o município de Ortigueira  que elevou este número em 79,9% na comparação com o mesmo período de 2019.

Quanto aos produtos exportados, são em sua maioria de baixa tecnologia, pouca transformação industrial e baixo valor agregado, enquanto que as importações são de produtos de média e alta tecnologia e maior valor agregado. “Destaca-se que esse padrão de comércio internacional é semelhante ao observado no Estado do Paraná e no Brasil”, explica o pesquisador. O principal produto exportado pela região no período foi “pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão para reciclar (desperdícios e aparas)”, com valor de R$ 516,3mi, somando 23,8% das exportações. A variação deste produto de 2019 para 2020 foi de 43,4%.

O principal produto importado pelos Campos Gerais nos primeiros três meses do ano foi “reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes”, totalizando R$ 219,6mi e 32,3% de todas as importações. Relacionando com os primeiros meses de 2019, este total subiu 22,2%. A maior variação positiva nas importações foi de “borracha e suas obras”, com 175,9% a mais do que no ano passado.

Cinco países representaram 47,2% das exportações da região no período analisado: Estados Unidos, China, Itália, Argentina e Coréia do Sul. O professor destaca que estes países foram fortemente afetados pela pandemia e realizaram diversas medidas de isolamento social no início do ano, gerando um reflexo negativo sobre as exportações dos Campos Gerais. O estudo do Nerepp destaca também as principais origens dos produtos importados pela região neste período: Alemanha, China, Holanda, Estados Unidos e Paraguai, somando 55,4% das importações.

O boletim pormenoriza ainda os dados sobre cada município e sua participação nas exportações e importações da região, além dos principais produtos exportados e parceiros comerciais. Para ler o documento na íntegra, acesse este link.

Texto: Aline Jasper


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