Mais de seis décadas de registros fotográficos. O Museu Campos Gerais, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG), iniciou o ano com um novo trabalho de resgate e preservação histórica. Em parceria com a Secretaria de Cultura de Santo Antônio da Platina, o MCG irá organizar uma futura exposição do acervo Foto Tanko. No momento, a equipe trabalha na organização dos materiais, que chegaram em 2022.
O acervo guarda registros do cotidiano, política, trabalho e modos de vida do Norte Pioneiro do Paraná, e atravessa três gerações de fotógrafos da mesma família – José, Paulo e Guilherme. O romeno José Tanko veio ao Brasil ainda jovem e se estabeleceu em Santo Antonio da Platina em 1942, quando criou a popular casa de fotos, que durou até 2004. Nesse período, somam-se mais de 190 mil clientes, conforme informações dos livros de registro.
A chegada dos materiais ao Museu marca o início de um projeto ambicioso de preservação e divulgação histórica, segundo o diretor de Acervos e Pesquisas do Museu, Robson Laverdi. “As etapas iniciais de trabalho, realizadas entre março e junho de 2022, enfrentaram o desafio de catalogar e organizar um acervo sem um sistema prévio de arranjo”, explica. As atividades estão na fase de identificação do estado de conservação dos itens, higienização e acondicionamento adequados. “Com isso, destaco a complexidade e a importância do projeto para a preservação do patrimônio cultural da região”, complementa.
Os materiais envolvem negativos, fotografias, máquinas fotográficas, flashes, álbuns fotográficos, livros de registro, películas em acetato e quadros com molduras. Após sua chegada, o conjunto foi submetido a um processo inicial de desinfecção e higienização, preparando o caminho para a avaliação de seu estado de conservação e a organização preliminar dos itens. O MCG ainda está em fase de contratação de bolsistas para trabalhar exclusivamente com o acervo.
A partir de agora, o projeto se beneficiará de um impulso adicional, pela aprovação de um projeto de modernização junto ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que visa a preservação e acessibilidade para pesquisa e apreciação pública. “Este projeto representa um passo importante na valorização e no estudo da história local, reforçando o papel do MCG e da Secretaria de Cultura de Santo Antônio da Platina na promoção do conhecimento e na preservação da memória social paranaense”, completa Laverdi. A equipe ainda irá planejar, junto à Secretaria, quanto aos detalhes da futura exposição.
Texto e fotos: Jéssica Natal
