HU-UEPG forma nova turma de residentes médicos e multiprofissionais

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O sobrenome Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) se perpetuou mais uma vez na noite desta quarta-feira (09). A instituição entregou certificados de especialista a 83 residentes, sendo 16 da turma de Residência Médica e 67 da Residência Multiprofissional. A solenidade aconteceu de forma presencial, no auditório do Campus Central, e reuniu residentes que atuaram nos dois Hospitais da UEPG.

O primeiro discurso da noite ficou por conta de Isabela Matias de Medeiros, que representou os formandos da  Residência Médica. “É uma honra poder falar por todos os colegas, profissionais excepcionais, que completam parte da sua formação comigo”, discursou. A primeira coisa que vem à cabeça de Isabela, quando fala sobre a pós-graduação, é que ninguém está de fato preparado para viver uma residência médica. “Os 6 anos de graduação, apesar de desafiadores, não te preparam para o que está por vir, pois será a primeira vez que estaremos de fato em contato com pacientes”, conta. A formanda relembrou os desafios de viver uma residência em um hospital referência no combate à Covid-19. “Foi doloroso acompanhar tantas pessoas lutando contra a Covid e por vezes perdendo as batalhas, mas só o fato de estarmos aqui é motivo de celebração. É gratificante a equipe estar aqui, em um momento de alegria”, destaca. Os formandos da Residência Médica fazem parte da Anestesiologia; Cirurgia Básica; Cirurgia Vascular; Clínica Médica; Endoscopia; Ortopedia e Traumatologia; Otorrinolaringologia; e Radiologia.

Se existisse uma palavra que pudesse descrever o que as 5760 horas desempenhadas no Hospital, essa seria ‘resiliência’. É o que descreve Marcos Koczur Lacerda, em nome dos residentes multiprofissionais, “Os desafios foram muitos e a trajetória foi árdua. Quem diria que no primeiro ano de especialização entraríamos em uma realidade pandêmica?”, diz. Em meio aos agradecimentos às famílias, colegas, amigos, professores, preceptores e profissionais, Marcos agradeceu aos pacientes. “Eles foram fortes e lutaram pela vida, nos ensinando o trabalho humanizado na prática. Nosso obrigado especial vai a eles”.

A formatura da Residência Multiprofissional concedeu o certificados aos residentes da Residência em Reabilitação Física; Residência em Atenção à Saúde do Idoso; Residência em Atenção à Saúde Mental; Residência em Atenção em Urgência e Emergência; Residência em Epidemiologia Hospitalar; Residência em Intensivismo; Residência em Neonatologia; Residência em Cirurgia Bucomaxilofacial; e Residência em Enfermagem Obstétrica.

Gratidão

Lucimar Pereira Madruga estava sentindo orgulho dobrado, pois filha e nora carregam o legado do HU-UEPG. “Minha filha já trabalha no Hospital e essa noite foi a vez de ver minha nora se formar nessa instituição que admiramos tanto”, comemora. A mãe/sogra se emociona ao lembrar de todos os desafios enfrentados pelas profissionais nos últimos anos. “Ver tudo o que elas passaram nesses dois anos, e agora minha nora formando em residência, é uma vitória para todos nós. Representa uma vitória para toda a família”.

A enfermeira Mirayne Rodrigues Garcia da Silva não esconde o orgulho de ter se formado em enfermagem obstétrica pelo HU. “É o hospital público que move a saúde do país e muitas vezes quem está de fora não tem essa visão, mas quando estamos ali dentro, vivenciando o dia a dia, a gente percebe que é uma realidade completamente diferente”. A formação em um hospital 100% SUS lhe deu novos horizontes. “Saio daqui com muito mais experiência, com uma carga de conhecimento enriquecedora”.

Viver dois anos em um hospital que atendeu majoritariamente pacientes com Covid-19 fez a trajetória da residente Camila Thais ser ainda mais desafiadora. “Foi bem difícil chegar aqui, muito desafiador, mas tivemos professores e profissionais que nos ajudaram nos casos e era muito bom pensar com a equipe novas soluções para os problemas que chegavam”. Ser formada em uma equipe multiprofissional também alterou a visão de trabalho em relação aos colegas. “O leque de possibilidades abre, a gente vê novas áreas e adquire um grande conhecimento da nossa área e também dos outros profissionais da saúde”, completa.

Solenidade

“Muitas vezes, a Universidade Pública é alvo de críticas, na maioria dos casos infundadas, que desconhecem a complexidade do ambiente universitário. Vocês são a nossa resposta a essas críticas. Vocês são a nossa aposta para o futuro”, declarou em discurso o professor Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG. Para ele, dentre todos os agradecimentos, o maior é pela vida. “Temos que agradecer várias coisas, mas a principal é que estamos vivos. Passamos pelos momentos mais difíceis da pandemia e ter sobrevivido é motivo de alegria”, adiciona. O ato de formatura é visto muitas vezes como uma ruptura, mas é preciso vê-la como um ato de reafirmação do vínculo com a instituição, segundo o reitor. “A partir de hoje, vocês levam o sobrenome do HU-UEPG. É um sobrenome muito importante, que significa Universidade Pública, SUS, hospital público que atende 1,2 milhões de habitantes e que atende principalmente pessoas mais necessitadas. Vocês agora carregam esse legado”.

Durante os dois anos em que os residentes atuaram nos Hospitais Universitários da UEPG, foram realizados 118 mil atendimentos, dentre internações, consultas ambulatoriais e pronto atendimento, e mais de 83 mil exames. O diretor geral do HU, Sinvaldo Baglie, destaca que cada tutor, preceptor, professor e coordenador teve seu papel fundamental na formação dos profissionais. “Quantos pacientes passaram por vocês, quantos familiares vocês puderam dar suporte? Às vezes estavam exaustos, paciente estava crítico, famílias desesperadas por informações e lá estavam vocês para atender àquela demanda”, salienta. O diretor destaca que cada residente teve grande importância no dia a dia do Hospital. “Que orgulho de vocês, residentes formandos de todas as nossas áreas. São agora especialistas de fato! Grato a todos e todas que fazem parte desta história”.

Todo o processo de formação dos residentes é coordenado e organizado pela Direção Acadêmica (DAC) do Hospital. A diretora da DAC, Fabiana Bucholdz Texeira Alves explica que as residências implantadas no Hospital consolidam a UEPG como centro de ensino e difusor de conhecimentos, em especial no ensino prático. “Avançando ainda na formação de profissionais dedicados na área da saúde, com grande conhecimento em rotinas, ambiente e trabalho hospitalar”. Para Fabiana, não há dúvidas que a atenção prestada aos pacientes em hospitais públicos, filantrópicos e privados está mudando com o cuidado feito por profissionais formados pelo HU. “Eles impactam positivamente na comunidade da região dos Campos Gerais e nos demais Estados do Brasil”, finaliza.

Texto e fotos: Jéssica Natal


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