O sobrenome Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) se perpetuou mais uma vez na noite desta quarta-feira (09). A instituição entregou certificados de especialista a 83 residentes, sendo 16 da turma de Residência Médica e 67 da Residência Multiprofissional. A solenidade aconteceu de forma presencial, no auditório do Campus Central, e reuniu residentes que atuaram nos dois Hospitais da UEPG.
Se existisse uma palavra que pudesse descrever o que as 5760 horas desempenhadas no Hospital, essa seria ‘resiliência’. É o que descreve Marcos Koczur Lacerda, em nome dos residentes multiprofissionais, “Os desafios foram muitos e a trajetória foi árdua. Quem diria que no primeiro ano de especialização entraríamos em uma realidade pandêmica?”, diz. Em meio aos agradecimentos às famílias, colegas, amigos, professores, preceptores e profissionais, Marcos agradeceu aos pacientes. “Eles foram fortes e lutaram pela vida, nos ensinando o trabalho humanizado na prática. Nosso obrigado especial vai a eles”.
A formatura da Residência Multiprofissional concedeu o certificados aos residentes da Residência em Reabilitação Física; Residência em Atenção à Saúde do Idoso; Residência em Atenção à Saúde Mental; Residência em Atenção em Urgência e Emergência; Residência em Epidemiologia Hospitalar; Residência em Intensivismo; Residência em Neonatologia; Residência em Cirurgia Bucomaxilofacial; e Residência em Enfermagem Obstétrica.
Gratidão
A enfermeira Mirayne Rodrigues Garcia da Silva não esconde o orgulho de ter se formado em enfermagem obstétrica pelo HU. “É o hospital público que move a saúde do país e muitas vezes quem está de fora não tem essa visão, mas quando estamos ali dentro, vivenciando o dia a dia, a gente percebe que é uma realidade completamente diferente”. A formação em um hospital 100% SUS lhe deu novos horizontes. “Saio daqui com muito mais experiência, com uma carga de conhecimento enriquecedora”.
Viver dois anos em um hospital que atendeu majoritariamente pacientes com Covid-19 fez a trajetória da residente Camila Thais ser ainda mais desafiadora. “Foi bem difícil chegar aqui, muito desafiador, mas tivemos professores e profissionais que nos ajudaram nos casos e era muito bom pensar com a equipe novas soluções para os problemas que chegavam”. Ser formada em uma equipe multiprofissional também alterou a visão de trabalho em relação aos colegas. “O leque de possibilidades abre, a gente vê novas áreas e adquire um grande conhecimento da nossa área e também dos outros profissionais da saúde”, completa.
Solenidade
“Muitas vezes, a Universidade Pública é alvo de críticas, na maioria dos casos infundadas, que desconhecem a complexidade do ambiente universitário. Vocês são a nossa resposta a essas críticas. Vocês são a nossa aposta para o futuro”, declarou em discurso o professor Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG. Para ele, dentre todos os agradecimentos, o maior é pela vida. “Temos que agradecer várias coisas, mas a principal é que estamos vivos. Passamos pelos momentos mais difíceis da pandemia e ter sobrevivido é motivo de alegria”, adiciona. O ato de formatura é visto muitas vezes como uma ruptura, mas é preciso vê-la como um ato de reafirmação do vínculo com a instituição, segundo o reitor. “A partir de hoje, vocês levam o sobrenome do HU-UEPG. É um sobrenome muito importante, que significa Universidade Pública, SUS, hospital público que atende 1,2 milhões de habitantes e que atende principalmente pessoas mais necessitadas. Vocês agora carregam esse legado”.
Todo o processo de formação dos residentes é coordenado e organizado pela Direção Acadêmica (DAC) do Hospital. A diretora da DAC, Fabiana Bucholdz Texeira Alves explica que as residências implantadas no Hospital consolidam a UEPG como centro de ensino e difusor de conhecimentos, em especial no ensino prático. “Avançando ainda na formação de profissionais dedicados na área da saúde, com grande conhecimento em rotinas, ambiente e trabalho hospitalar”. Para Fabiana, não há dúvidas que a atenção prestada aos pacientes em hospitais públicos, filantrópicos e privados está mudando com o cuidado feito por profissionais formados pelo HU. “Eles impactam positivamente na comunidade da região dos Campos Gerais e nos demais Estados do Brasil”, finaliza.
Texto e fotos: Jéssica Natal