Uma semana de sorrisos, comemorações e orgulho. A cada canudo entregue e cada capelo colocado nas cabeças dos 864 formandos nas cinco noites de formatura institucional da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), um sonho realizado. Ao fim da cerimônia, os capelos jogados para o alto simbolizam a conquista de finalizar uma graduação.
“As formaturas coletivas da UEPG são uma tradição da nossa cidade”, destacou o orador da turma de sexta-feira, Lucas Henrique Lima Verde, graduado em Administração. Oferecidas de forma gratuita a todos os estudantes da Universidade, as cerimônias institucionais asseguram o acesso ao momento da formatura, em que se recebe a imposição de grau e se valida o encerramento do curso de graduação. “Muitas gerações de formandos da UEPG colaram o grau assim, inclusive muitos dos que aqui se encontram presentes. Aqui, neste espaço democrático e inclusivo, todo mundo se encontra”, enfatizou.
Para os novos profissionais formados pela UEPG, Sanches fez um apelo: “Defendam a Universidade Pública brasileira. Defendam o ensino superior público, gratuito e de qualidade”.
Família e sonhos
Uma pausa no protocolo de imposição de grau chama à frente um servidor ou servidora da Universidade para, em nome da instituição, entregar o diploma a seu filho, filha, irmão, companheiro ou companheira. É sempre um momento de emoção. “É uma grande felicidade receber o diploma de uma pessoa que é uma inspiração para mim”, emocionou-se Emilin Regina Gomes Bobrovolski, formada em Engenharia Civil. Ela recebeu o diploma das mãos do irmão, Mateus. “Estudei e me formei no mesmo curso que ela. Retornei como professor e fico emocionado em dar o diploma para minha irmã”.
Uma brincadeira motivou a participação de Antonio Rafael dos Santos, servidor da Pró-reitoria de Graduação da UEPG, no momento de entregar o diploma à noiva, Rafaela Patrícia Aparecida dos Santos, formada em Pedagogia: “eu dizia que só nos casaríamos depois que ela se formasse, o que também serviu como incentivo para ela terminar o curso”, ri. Para ele, foi muito importante proporcionar a Rafaela uma experiência que não teve quando se formou, em Geografia, em 2016. “Foi uma sensação única. A felicidade do tamanho do mundo inteiro”.
A professora Patrícia Barreto Mainardi Maeso, que discursou em nome dos paraninfos da noite de quinta-feira, destacou a humanidade presente em cada um e cada uma dos formandos da noite. “Vocês são ainda mais humanos pois escolheram o conhecimento”. Por ser humana, a conquista é, também, coletiva. “Vocês escolheram estar aqui hoje e o que recebem é mais que um diploma: é um voto de confiança de todos nós, professores, pais, amados, amadas e amigos fazemos. Um voto pelo potencial de vocês de serem capazes de fazer com a nossa realidade mais do que nós fomos capazes de fazer até agora”.
Formados pela pandemia
Reinvenção. A palavra tem significado especial para os formandos de 2023, que precisaram, além de trilhar caminhos já conhecidos, pensar novas formas de fazer Universidade. “Passamos por praticamente dois anos de incertezas com um ensino remoto emergencial e toda a situação que o mundo vivia. Fomos guerreiros demais”, lembra Luana Prezybytivic Pinto, oradora da noite de quarta-feira (12). Para ela, a graduação trouxe anos de aprendizado não só da teoria e prática de cada área de conhecimento, mas também muitas oportunidades de conhecer vivências diferentes, “vidas e histórias que nos trouxeram conhecimento e reflexão sobre empatia, solidariedade”.
“Como vamos concluir o curso? Quando vamos nos formar? Ou, ainda… Será que vamos nos formar?”, perguntava-se Lucas Henrique Lima Verde. Mas o momento de vestir as becas e capelos e comemorar a conquista chegou e, com ele, veio também o sentimento de gratidão. “Gratidão a todos os professores e agentes universitários que mantiveram a Universidade funcionando durante toda a Pandemia, professores aprendendo a dar aulas de suas casas, funcionários se expondo para atender situações de urgência e emergência”, registrou. “Para os professores e agentes universitários, cuja atuação na pandemia tornou o dia de hoje possível, peço uma salva de palmas!”
“E o fato de termos conseguido superar a pandemia é um grande motivo para essa celebração”, afirmou a graduada em letras e oradora de quinta-feira Ana Paula Schardosin. “É o fim desta grande etapa, mas também é o começo de outra, ainda maior, ainda mais importante. É o resto das nossas vidas. E merecemos comemorá-la”.
Missão: tornar o mundo melhor
Cássio Murilo Gomes, formado em Jornalismo, veio de Birigui, no interior de São Paulo, para cursar uma graduação pública. “Dei a sorte de o destino me trazer para uma cidade com uma universidade pública e com o curso de Jornalismo”, comemora. Durante o curso, perdeu a visão romântica que tinha sobre a profissão, mas ganhou outro tipo de encantamento, com a realidade. “O que eu aprendi de novo e vivenciei foi muito melhor. Só de sair com uma visão diferente sobre o curso, já mostra o impacto dele na minha vida”.
Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper, Maurício Bollete e equipe MKL Fotografia