UEPG forma 864 alunos nas cerimônias institucionais de colação de grau

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Uma semana de sorrisos, comemorações e orgulho. A cada canudo entregue e cada capelo colocado nas cabeças dos 864 formandos nas cinco noites de formatura institucional da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), um sonho realizado. Ao fim da cerimônia, os capelos jogados para o alto simbolizam a conquista de finalizar uma graduação.

“As formaturas coletivas da UEPG são uma tradição da nossa cidade”, destacou o orador da turma de sexta-feira, Lucas Henrique Lima Verde, graduado em Administração. Oferecidas de forma gratuita a todos os estudantes da Universidade, as cerimônias institucionais asseguram o acesso ao momento da formatura, em que se recebe a imposição de grau e se valida o encerramento do curso de graduação. “Muitas gerações de formandos da UEPG colaram o grau assim, inclusive muitos dos que aqui se encontram presentes. Aqui, neste espaço democrático e inclusivo, todo mundo se encontra”, enfatizou.

“Nossa forma de defender a universidade pública é garantindo que todas e todos se formem sem pagar nada para empresas da área. Das becas às fotos, tudo é gratuito”, enfatizou o reitor, professor Miguel Sanches Neto. As formaturas iniciaram na segunda-feira (10), com 156 formandos do Setor de Ciências Jurídicas e Setor de Ciências Exatas; na terça-feira, foram 167 graduados do Setor de Engenharias, Ciências Agrárias e de Tecnologia; na quarta (12), 144 alunos do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde e cursos de Jornalismo, Turismo e Serviço Social do Setor de Ciências Sociais e Aplicadas se graduaram; na quinta-feira, formaram-se 153 alunos de Ciências Humanas, Letras e Artes; e, encerrando as formaturas, em 14 de abril aconteceram as cerimônias para 191 formandos dos cursos de Administração, Comércio Exterior, Ciências Econômicas e Ciências Contábeis. No dia 04 de abril, 53 formandos receberam o grau em formatura online.

Para os novos profissionais formados pela UEPG, Sanches fez um apelo: “Defendam a Universidade Pública brasileira. Defendam o ensino superior público, gratuito e de qualidade”.

Família e sonhos

A conclusão do ensino superior é uma conquista individual, mas é também uma celebração da família, dos amigos, dos professores e da Universidade”, pontuou o vice-reitor da UEPG, professor Ivo Mottin Demiate.  “Neste momento solene nos permitimos comemorar juntos, coletivamente, e institucionalmente, o diploma universitário pelo qual cada batalhou nos últimos anos, com a persistência e a resiliência que o seu curso e a pandemia exigiram”. 

Uma pausa no protocolo de imposição de grau chama à frente um servidor ou servidora da Universidade para, em nome da instituição, entregar o diploma a seu filho, filha, irmão, companheiro ou companheira. É sempre um momento de emoção. “É uma grande felicidade receber o diploma de uma pessoa que é uma inspiração para mim”, emocionou-se Emilin Regina Gomes Bobrovolski, formada em Engenharia Civil. Ela recebeu o diploma das mãos do irmão, Mateus. “Estudei e me formei no mesmo curso que ela. Retornei como professor e fico emocionado em dar o diploma para minha irmã”.

Uma brincadeira motivou a participação de Antonio Rafael dos Santos, servidor da Pró-reitoria de Graduação da UEPG, no momento de entregar o diploma à noiva, Rafaela Patrícia Aparecida dos Santos, formada em Pedagogia: “eu dizia que só nos casaríamos depois que ela se formasse, o que também serviu como incentivo para ela terminar o curso”, ri. Para ele, foi muito importante proporcionar a Rafaela uma experiência que não teve quando se formou, em Geografia, em 2016. “Foi uma sensação única. A felicidade do tamanho do mundo inteiro”.

Missão cumprida: essa é a sensação que estava na mente da mineira Andressa Kellen Soares de Araújo, licenciada em Química. “Meus pais não chegaram a fazer nem o Ensino Médio, então ter uma filha na graduação é o maior orgulho deles”, relata. Os pais de Elisa Kauana Leal dos Santos vieram de Telêmaco Borba para prestigiar a formatura da filha, na noite de segunda-feira. “É uma vitória coletiva. Não estaria aqui hoje se não fosse eles, e acredito que a alegria também é coletiva”.

A professora Patrícia Barreto Mainardi Maeso, que discursou em nome dos paraninfos da noite de quinta-feira, destacou a humanidade presente em cada um e cada uma dos formandos da noite. “Vocês são ainda mais humanos pois escolheram o conhecimento”. Por ser humana, a conquista é, também, coletiva. “Vocês escolheram estar aqui hoje e o que recebem é mais que um diploma: é um voto de confiança de todos nós, professores, pais, amados, amadas e amigos fazemos. Um voto pelo potencial de vocês de serem capazes de fazer com a nossa realidade mais do que nós fomos capazes de fazer até agora”.

Formados pela pandemia

Reinvenção. A palavra tem significado especial para os formandos de 2023, que precisaram, além de trilhar caminhos já conhecidos, pensar novas formas de fazer Universidade. “Passamos por praticamente dois anos de incertezas com um ensino remoto emergencial e toda a situação que o mundo vivia. Fomos guerreiros demais”, lembra Luana Prezybytivic Pinto, oradora da noite de quarta-feira (12). Para ela, a graduação trouxe anos de aprendizado não só da teoria e prática de cada área de conhecimento, mas também muitas oportunidades de conhecer vivências diferentes, “vidas e histórias que nos trouxeram conhecimento e reflexão sobre empatia, solidariedade”.

“Como vamos concluir o curso? Quando vamos nos formar? Ou, ainda… Será que vamos nos formar?”, perguntava-se Lucas Henrique Lima Verde. Mas o momento de vestir as becas e capelos e comemorar a conquista chegou e, com ele, veio também o sentimento de gratidão. “Gratidão a todos os professores e agentes universitários que mantiveram a Universidade funcionando durante toda a Pandemia, professores aprendendo a dar aulas de suas casas, funcionários se expondo para atender situações de urgência e emergência”, registrou. “Para os professores e agentes universitários, cuja atuação na pandemia tornou o dia de hoje possível, peço uma salva de palmas!”

“E o fato de termos conseguido superar a pandemia é um grande motivo para essa celebração”, afirmou a graduada em letras e oradora de quinta-feira Ana Paula Schardosin. “É o fim desta grande etapa, mas também é o começo de outra, ainda maior, ainda mais importante. É o resto das nossas vidas. E merecemos comemorá-la”.

Missão: tornar o mundo melhor

Na turma de formandos em Engenharia de Software, Silvia Tatiana Rodrigues Lopes se destacava como a única mulher. Ela conta que havia seis meninas na turma, mas após desistências e reprovações, somente ela chegou à formatura em 2023. “Eu me formar é desbravar um ambiente, pois a maioria dos profissionais em software e computação são homens”, resume. “É emocionante, mas ainda precisamos brigar por mais espaço e as mulheres devem se aventurar mais nessa área”.

“O sucesso na vida profissional não é o único objetivo a ser alcançado”, lembra o paraninfo da noite de terça-feira (11) e professor de Engenharia de Materiais, Adilson Luiz Chinelatto. “Usem as habilidades que adquiriam na Universidade para tornar o mundo um lugar melhor e mais justo para todos. Lutem pela sustentabilidade, pela acessibilidade, pela inclusão e pelo respeito à diversidade”, recomendou aos formandos.

Cássio Murilo Gomes, formado em Jornalismo, veio de Birigui, no interior de São Paulo, para cursar uma graduação pública. “Dei a sorte de o destino me trazer para uma cidade com uma universidade pública e com o curso de Jornalismo”, comemora. Durante o curso, perdeu a visão romântica que tinha sobre a profissão, mas ganhou outro tipo de encantamento, com a realidade. “O que eu aprendi de novo e vivenciei foi muito melhor. Só de sair com uma visão diferente sobre o curso, já mostra o impacto dele na minha vida”.

 “Coragem é o que motiva a tornar concreto aquilo que se sonha”, conceituou o professor de Direito Igor Sporch da Costa, paraninfo, em um discurso que foi ovacionado em pé por formandos, professores e plateia. Cada um e cada uma que se formou na semana passada precisou de coragem para concretizar seus sonhos e conquistar o diploma. “A coragem traz cada pessoa aos bancos da universidade, ainda que se tenha que trabalhar para estudar, que se ausentar do seio familiar, que se mudar de cidade, que viajar todo dia. Ela impele a pessoa a lutar contra o mundo que busca convencê-la que este lugar, que este sonho, não é dela, que não é para você. Ela torna possível realizar o impossível”. Os agora egressos da UEPG seguem suas trajetórias profissionais, pessoais e acadêmicas com coragem e com responsabilidade, cientes do privilégio de carregar consigo o sobrenome UEPG.

Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper, Maurício Bollete e equipe MKL Fotografia

  


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