Na última sexta-feira (21) os alunos do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) viveram uma nova experiência: o Dia de Campo da Fruticultura no Centro Rural de Treinamento e Ação Comunitária (Crutac). O evento foi idealizado pelo professor Ricardo Ayub, através da extensão, para que os alunos pudessem atender à comunidade ensinando mais sobre frutas e verduras, incentivando o plantio caseiro para consumo.
A ideia surgiu após visita na comunidade Emiliano Zapata, em que os alunos visualizaram as necessidades dos moradores. O professor explica que eles já tinham um projeto de hortaliças, mas demonstraram o interesse em plantar frutíferas, o que fortaleceu a necessidade do Dia de Campo. Através do projeto os alunos fizeram orçamentos, planejamento de custos e fizeram cálculos de lucro, possibilitando que os moradores pudessem plantar sabendo mais ou menos quanto iria proporcionar financeiramente.
Aproximadamente 150 alunos participaram do evento, divididos em grupos temáticos: alguns falavam sobre frutas, outro sobre hortaliças, mas sempre com dados relevantes e de forma compreensível, para que os visitantes tivessem bom entendimento, podendo aplicar posteriormente o conhecimento. “O produtor tem dúvidas específicas, às vezes ele quer saber sobre um plantio do começo ao fim, então estamos tratando aqui diversas fruteiras da região, como a maçã, a pera, noz pecã, amora, o mirtilo, por exemplo” afirma Ayub. Para ajudar ainda mais os produtores, alguns dos grupos também explicavam como fazer a muda destas plantas.
Monique de Oliveira Marcondes, aluna do segundo ano do curso, afirma que a experiência de dia de campo é inovadora, principalmente pois ainda não tiveram a matéria de fruticultura, mas o contato prévio já anima os estudos. “Quando chegar no quarto ano que eu vou tirar essa matéria, eu já sei já tenho a base de como é”, celebra a estudante. Aluno do quarto ano, Lucas Zimmermann Bittencourt, comenta que aprender e apresentar sobre as diferentes culturas frutíferas é relevante para a região e para a economia brasileira, principalmente pois o esforço leva a Universidade para fora dos muros. “O conhecimento adquirido vai para a comunidade, devolvendo os recursos públicos, auxiliando na aprendizagem, e é interessante, é claro”, compartilha.
O professor Ricardo Ayub ainda afirma que as pesquisas demonstram que o Paraná perdeu 30% da área plantada nos últimos anos. “Sabemos que temos que diversificar a produção, não podemos trabalhar, por exemplo, só a cultura da soja, e além da questão do impacto climático ambiental, tem também a questão social”, explica. Segundo o professor, a fruticultura “gera emprego para uma grande quantidade de pessoas, tem uma boa rentabilidade e proporciona saúde”. Ele ainda afirma que a extensão rural leva a informação para todos os cantos do país, transferindo a tecnologia para o produtor que mais precisa dela, e proporcionando a experiência de alunos falarem diretamente com o público.