Dentre os animais que recebem atenção dos cuidadores, está Hiena. Porte médio, com pelos brancos e manchas pretas, ele chegou ao Campus com a pata machucada. “Por causa da dor, não conseguimos chegar próximo para prestar o socorro necessário. Dependemos, muitas vezes, da docilidade do cão para podermos fazer o que é preciso”, explica a servidora Lúcia Garrido, membro do Grupo Focinhos. Com o tempo, Hiena acabou chamando a atenção de várias pessoas, por andar sempre mancando. “Mas ninguém o socorreu. Levamos na clínica e foi constatado que ele não tinha quebradura, mas sim uma lesão grande na pata, feito por objeto cortante”. Além dos cachorros que vivem na UEPG, o Grupo também ajuda animais que andam pela instituição e, muitas vezes, são vítimas de abandono ou maus tratos. É o caso do Hiena. Até que ele seja adotado, o Grupo continua os cuidados com ele. “Não conseguimos adoção e nem lar temporário, por isso ele sempre volta ao Campus e continuaremos com o tratamento que foi passado”.
Outra personagem que tem o Campus como lar é a Mel, uma cachorra mestiça Pastor Alemão. Quando chegou no Campus, ela era somente pele e osso, com muita pulga e infecções. “Levei vitamina e remédio para ela”, relembra Lúcia. Quando ficou mais forte, Mel foi encaminhada para castração e ficou na clínica para fazer o pós-operatório, pois não havia outro local em que os cuidadores pudessem fazer o atendimento. “Deixar na clínica deixa tudo muito oneroso, mas não temos outra alternativa”, lamenta.
Trabalho constante
Pela preocupação constante com os cachorros que vivem na UEPG, a equipe trabalha constantemente com doações, rifas e bazares. Criado em outubro de 2022, o Grupo trabalha todos os dias, incluindo finais de semana e feriados, para suprir as necessidades dos cachorros, com alimentação, remédios, castrações e cuidado com possíveis ferimentos, com recursos, muitas vezes, vindos do próprio bolso. “Nossa ligação com essas criaturas divinas é a compaixão. A compaixão é um sentimento de tamanha nobreza, mas que infelizmente nem todos a possuem. É uma prática diária de amor e dedicação por seres que estão, com seus olhares tristes e assustados, nos pedindo socorro a todo momento”, relata a servidora Susana Albuquerque, uma das fundadoras do Grupo.
Como ajudar
Cachorros que não têm lar fixo acabam por ter a vida mais curta. Por isso, o Grupo Focinhos também oferece os cães para adoção. Enquanto o dia de encontrar uma família não chega, o trabalho continua, dia e noite, para acolher Bento, Caramelo, Sol, Brisa, Pantera, Mila, Bene (Raquel), Lobo, Marronzinho, César, Bernardo, Ravi, Mafalda, Rajadinha (Cotoca), Bella, Pretinha, Laka, Pudim, Pretinha da Odonto, Polaquinha, Pretinha do M, Mika e demais animais que chegam à procura de um lar. “O que queremos é que mais pessoas não apenas vejam, mas enxerguem o que está acontecendo bem debaixo de nossos olhos, e nos ajudem a ajudar. Toda ajuda, não importa como, é bem vinda”, complementa Susana.
As doações de objetos para o bazar podem ser deixados no Departamento de Enfermagem, Campus Uvaranas, Bloco M, Sala 112, com Susana; ou no Laboratório de Inovação Farmacêutica (Labinfar), bloco da Agipi. Para dotar ou fazer uma doação via PIX, o número é o mesmo: 42 99955 1770.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Aline Jasper e Divulgação