A professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Elisangela Gueiber Montes, doutora em Ciências Farmacêuticas, especialista em Microbiologia e Imunologia, é a porta-voz da instituição na campanha “Todos pela Vacina”, idealizada pela Fundação Araucária e que reúne instituições de ensino superior do Paraná, públicas e particulares. Para o final de ano, Gueiber elaborou um guia com dez passos para que as famílias organizem encontros com cuidados de prevenção a contaminações pelo coronavírus.
Como celebrar as festas de final de ano e manter-se longe da COVID-19?
Após a observação da atual situação da Europa, que enfrenta nova onda de Covid-19, bem como o surgimento e identificação de uma nova variante do vírus que causa a doença, a Ômicron, muitas cidades brasileiras estão cancelando as grandes festas e eventos de final de ano, pelo risco que podem oferecer à população. A disseminação da doença nesses eventos pode tornar a situação desastrosa e trazer novamente a instalação de cenários semelhantes aos já vividos pelos brasileiros em momentos críticos da pandemia, onde inclusive faltavam leitos de hospitais para atendimento à doença. Desta forma, para podermos participar de atividades comemorativas, como Natal e Ano Novo, é recomendado que sejam realizadas apenas pequenas confraternizações ou festas familiares, mas ainda assim, seguindo uma série de orientações e tomando alguns cuidados.
Como forma de avaliar os riscos e de certa forma estratificá-los, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Sevilha, criou uma calculadora (Covid Risk Airbone), que traz a estimativa de risco de contágio por aerossóis, que foi adaptado para a Sars-CoV-2, pelo professor José Luis Jiménez, da Universidade de Boulder. Segundo esse estudo, em pequenos eventos, como confraternizações de trabalho ou festas familiares, apenas com a implantação de algumas medidas preventivas associadas, como vacinação, uso de máscaras e ventilação de ambientes, o risco de contaminação cai drasticamente entre os participantes. Nesse estudo, também é possível verificar a importância de uma grande proporção de pessoas vacinadas para a proteção coletiva.
Tendo em vista as conclusões desse e de vários outros estudos, sobre risco e prevenção para COVID-19, é possível destacar algumas medidas simples, mas que podem ser decisivas quanto ao risco de contágio em pequenos eventos.
Orientações para realização de festas familiares com redução de risco de transmissão para Covid-19
Vacina:
É fundamental incentivar a todos os convidados para que estejam completamente imunizados (com exceção das crianças menores, que ainda não tiveram a vacinação aprovada para sua faixa etária),
pois com isso o ambiente torna-se mais seguro e há menor risco de que alguém venha a desenvolver a forma grave da doença.
Locais:
Sempre que possível, dar preferência para ambientes
abertos, externos ou muito bem arejados.
Distanciamento:
Limitar o número de pessoas conforme o espaço disponível, possibilitando o distanciamento entre elas.
Máscaras:
Todos os convidados devem estar usando máscara de proteção de boa qualidade,
preferencialmente N95 ou PFF2. A máscara deve ser retirada apenas nos momentos de refeição e recolocadas imediatamente após seu término.
É importante levar uma embalagem para guardar a máscara, bem como algumas para reserva.
Higiene:
Manter fácil acesso a locais com água e sabão para lavagens das mãos,
bem como frascos de álcool em gel em diferentes locais.
Preparo dos alimentos
Somente após higienização das mãos e utilizando máscaras.
Refeições:
Não compartilhar objetos, copos, pratos ou talheres,
sem que os mesmos estejam lavados com água e sabão.
Grupos menores:
Sempre que possível, evitar que muitas pessoas se sentem ao redor de uma mesma mesa, no momento da refeição, onde todos estarão sem máscaras. É indicado que os convidados sejam divididos em grupos menores nesse momento.
Cumprimentos: Evitar apertos de mão e abraços.
Isolamento:
Pessoas com sintomas de COVID-19, ou diagnóstico confirmado da doença, não devem compartilhar o ambiente onde ocorrem as comemorações.
Estas são medidas relativamente simples, possíveis de serem cumpridas e que podem fazer a diferença entre a disseminação ou não da doença.
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Este artigo faz parte de uma campanha de conscientização sobre a vacinação contra a Covid-19, idealizada pela Fundação Araucária. A UEPG integra a campanha junto com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a Universidade Estadual de Maringá, a Universidade Estadual de Londrina, a Universidade Estadual do Centro-Oeste, a Universidade Estadual do Norte do Paraná, a Universidade Estadual do Paraná, a Universidade Federal do Paraná, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a Universidade Federal da Fronteira Sul, a Universidade da Integração Latino-Americana, o Instituto Federal do Paraná, a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A autoria é de Elisangela Gueiber Montes, doutora em Ciências Farmacêuticas, mestre em Ciências Biológicas, especialista em Microbiologia e Imunologia e graduada em Farmácia-bioquímica pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). É professora na instituição desde 2010, onde leciona, entre outras, as disciplinas de Imunologia, Imunologia Clínica e Microbiologia Clínica. Gueiber é a porta-voz da UEPG na campanha “Todos pela vacina”, idealizada pela Fundação Araucária.
Texto e foto: William Clarindo | Artes: Luciane Navarro