Ficar de pé. Tarefa simples para a maioria das pessoas, ela pode se tornar difícil para quem é recém recuperado de uma longa internação. Com o objetivo de auxiliar no tratamento desses pacientes, o Ambulatório de Reabilitação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolveu um guindaste que ajuda no ato de ficar em pé e fazer exercícios. O equipamento ainda é um protótipo e será utilizado pelos profissionais e residentes do ambulatório.
O grupo pesquisou e, em conversa com a equipe de fisioterapia do ambulatório, desenvolveu o guindaste. Com 3 metros de altura, 1,2m de largura e 2m de comprimento, o equipamento vem com um cinto para elevação e duas hastes para apoio. O paciente é erguido por meio de uma manivela, que puxa o gancho amarrado à cinta. Para o trabalho, são necessários três terapeutas – um para controlar a velocidade da esteira e outros dois para trabalhar o posicionamento adequado e a postura do paciente, além de auxiliar no movimento dos membros inferiores.
Juliana Schleder conta que a ideia do guindaste surgiu depois que a equipe recebeu pacientes que ainda não conseguem ficar em pé. “Muitos não têm força o suficiente para realizar os movimentos. Por isso nós pensamos em fazer um equipamento que diminuísse o esforço do paciente e possibilitasse o movimento de caminhada”, explica. A partir do momento em que o paciente consegue realizar o movimento e vai ganhando força nos membros, a equipe diminui o auxílio do guindaste estimula a caminhada independente.
O coordenador de Desportos e Recreação da UEPG, Leandro Vargas, desenvolveu o guindaste junto ao pai e ao irmão focado nos aspectos ergonômicos do projeto. “Pensamos em um equipamento que pudesse atender pessoas de diversos tamanhos, homens e mulheres, e que também tivesse alguns cuidados ergonômicos, no sentido do transporte desse equipamento”. O guindaste pode ser usado livremente no ambulatório, pois possui rodinhas de sustentação. O paciente pode ser levado até a esteira ou fazer exercícios em outro local. “Essas duas formas de se trabalhar com o equipamento podem facilitar bastante no atendimento”, enfatiza.
Parceria multidisciplinar
“A gente sempre tem que pensar que os pacientes são um todo, tem a parte física, a da fala e a parte mental”, ressalta Juliana. O ambulatório conta com fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, profissional da educação física, enfermeiro, nutricionista, médica fisiatra e profissional do serviço social. A equipe ainda tem os residentes do programa de reabilitação, de saúde do idoso e de saúde mental. “O bacana é que nós conseguimos fazer discussões clínicas multidisciplinares sempre que necessário. Todo mundo trabalha com o objetivo de recuperar o paciente e não estamos encontrando dificuldades”, comemora.
Para Leandro, o trabalho conjunto está sendo importante para o tratamento de pacientes. “Nós já estávamos trabalhando quando o ambulatório ainda estava no Hospital e isso isso fortalece com a vinda do ambulatório para o Bloco de Educação Física. Foi muito importante essa troca, tanto para desenvolver o equipamento, quanto para outras iniciativas aqui dentro”, completa.
Texto e fotos: Jéssica Natal