HU 12 anos: um Hospital feito por e para pessoas

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No início, eram apenas paredes brancas e eles. O Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) completa, nesta quinta-feira (31), doze anos de existência. Junto com a data, a instituição comemora a contribuição dos servidores que atuam no Hospital até mesmo antes da inauguração oficial. De Regional a Universitário, no ensino, pesquisa e atendimento integralmente SUS, o HU é referência na assistência em saúde em Ponta Grossa e região.

O primeiro dia de trabalho foi inesquecível para os 212 servidores do Estado que entraram em 18 e 19 de março de 2010 para trabalhar. Dentre eles, Ramilo Ticiano, coordenador do Setor de Manutenção. Em frente ao painel de ferramentas, ele relembra do dia em que ajudou a montar todo o mobiliário dos setores. “Pra se ter ideia de como era diferente de hoje, nós começamos com uma caixa pequena, que tinha apenas um alicate e um martelo para executar de tudo”, conta.

A colega de manutenção, Aline Aparecida Mendes, ressalta a evolução do Hospital, tanto na parte assistencial quanto no fornecimento de material de trabalho. “Me sinto orgulhosa de fazer parte dessa história, pois muita coisa mudou. É gratificante saber que a gente desempenha um trabalho que ajuda a população e, se um dia sair daqui, sei que eu contribuí para o bem de toda a população de alguma forma”, frisa.

“O hospital, que custou R$ 30 milhões, está com o prédio construído, mas ainda não recebeu todos os equipamentos”, dizia o texto da Gazeta do Povo, publicado em 30 de março de 2010. A chegada dos equipamentos foi testemunhada por Rosenilda de Fátima Rosa, que construiu, literalmente, o Hospital. Hoje na cozinha, ela ajudou a rejuntar o piso e rebocar as paredes do prédio. “Eu estava aqui ajudando os pedreiros antes mesmo de inaugurar”, relembra. Na época, não havia calçamento no entorno e a sujeira da obra ainda estava presente. “Limpamos todo o prédio com balde e panos, foi um trabalho braçal bem pesado, pois subíamos e descíamos os andares para limpar”, explica.  Rosenilda não esconde a emoção ao ver o crescimento do Hospital que ajudou a construir. “É uma satisfação muito grande, principalmente em saber que eu ajudei a levantar o prédio e agora vejo ele funcionando a  todo vapor”, adiciona.

“Eu andei pelo Campus Uvaranas e desci até aqui e naquele dia tinha muita chuva”, conta Rita de Cássia Alves, servidora da hotelaria, sobre o 19 de março de 2010. A andança era comum na época, já que os servidores ainda não tinham refeitório e faziam as refeições no Restaurante Universitário da UEPG. Rita lembra do início das atividades, do primeiro paciente, primeira alta e o primeiro falecimento no Hospital. “Cada primeira vez era comentada por todos, era algo totalmente novo pra gente”.  A chegada da Covid-19 redobrou o trabalho e os cuidados. “Tivemos que ser mais cuidadosos com os procedimentos de entregar roupas nos setores, além de ter muita cautela para não nos contaminarmos”. Do ponto de vista pessoal, o HU representa uma grande melhora na vida de Rita. “Mas também trouxe um ganho muito grande para a população, pois esse Hospital que era algo muito esperado por todos, se não fosse pelas pessoas que trabalham nele, a população sairia perdendo”, finaliza.

Crescimento

A inauguração foi o ponta pé inicial para o início das atividades, que aconteceram em 05 de abril, no Ambulatório. Uma semana depois, veio o Centro Cirúrgico e mais trinta leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) vieram na sequência. Com o andamento das licitações, foram somados 150 leitos nos setores. O crescimento se refletiu em números. Atualmente, a instituição conta com 148 leitos (04 leitos de emergência, 10 leitos de observação no Pronto Atendimento, 20 leitos de UTI, 20 de clínica médica, 20 de clínica neurológica e 74 de clínica cirúrgica), além de 36 para Covid-19 (20 leitos de UTI e 16 de enfermaria).

Somam-se aos números o trabalho desenvolvido pelos profissionais do Hospital Universitário Materno-Infantil que, desde 2019, opera no prédio do antigo Hospital da Criança. A ala pediátrica dispõe de 12 leitos na clínica médica pediátrica, 15 na clínica cirúrgica pediátrica, 30 na maternidade, 04 no berçário, 06 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal, 03 em UTI pediátrica e 02 em UCI (Unidade de Cuidado Intensivo), totalizando 72 leitos.

Em 2020, um novo desafio se apresentou. A pandemia da Covid-19 impôs novas formas de trabalhar, novos cuidados dentro e fora do Hospital. No mesmo mês do aniversário, foram inauguradas a UTI e Clínicas Covid. Dois anos depois da primeira internação, foram 1850 pacientes da UTI e 3480 pacientes das Clínicas atendidos no período.  Fora das paredes do Hospital, a equipe também atende de maneira consolidada para a assistência em saúde da população. Desde 2020, a instituição auxilia a comunidade externa com subsídio de residentes, professores e servidores na aplicação da vacina contra Covid-19 e H1N1 nas datas agendadas pela Prefeitura Municipal.

Resultado

O diretor do HU-UEPG, Sinvaldo Baglie, evidencia as frentes de trabalho desenvolvidas no Hospital, como referência no atendimento e ensino de qualidade, sempre buscando atender as pessoas que mais precisam. “Com a integração de todas as equipes, e a união de esforços, o HU tem conseguido prestar o melhor atendimento possível, tendo sempre em vista o objetivo de salvar vidas, além de restaurar a saúde e a qualidade de vida”. O diretor também enfatiza que a instituição se orgulha de garantir uma formação consistente para profissionais de saúde. “Em todos os setores, o atendimento de qualidade se alia ao ensino, em especial nas residências uni e multiprofissionais”.

“Todo momento é hora de agradecer, por tanto orgulho que as equipes dos Hospital nos fazem sentir”, salienta a diretora do Humai, Maria Cristina Roque Ferreira. A diretora informa que a implantação do Humai foi de fundamental importância em um momento crucial que o HU passava, quando havia ampliação das áreas Covid-19. “O desafio nos uniu. As nossas equipes estiveram lutando de mãos dadas para vencer a pandemia e o Humai veio uma excelente hora, para dar maior segurança aos pacientes”, explica. Maria destaca o trabalho materno-infantil como de excelência na assistência, ensino e formação de profissionais. “As equipes auxiliaram não apenas o fluxo organizacional do Hospital, como também ajudaram a prestar a melhor assistência para o município e região”.

Além da qualidade na assistência em saúde, o HU é referência no ensino. “Desde o início das atividades de residências médica e multiprofissional, em 2013, o ensino e pesquisa do HU têm crescido continuamente”, destaca a diretora acadêmica Fabiana Bucholdz Teixeira. Atualmente, a Direção Acadêmica coordena todas as atividades relacionadas ao ensino no HU e Humai, com aporte acadêmico da UEPG. “Contamos com docentes de alto nível, tecnologias, metodologias e soluções pedagógicas de ponta na prática educacional no ambiente hospitalar. Tudo isso contribui para o preparo e aprimoramento dos profissionais para lidar com a os avanços e inovações na área da saúde”, adiciona Fabiana. As modificações do cenário assistencial, novas tecnologias e terapias em saúde surgem como desafios a serem superados pelas residências. “Isso faz com que o HU possa compartilhar aquilo que tem de melhor: conhecimentos que agregam valor aos profissionais e ajudam a impulsionar o desenvolvimento do setor de saúde no Brasil”.

“Quando comemoramos um aniversário, celebramos a vida! Hoje não é diferente, pois estamos celebrando a vida de uma instituição que cuida de vidas”, destaca a diretora administrativa, Eliane Rauski. As “vidas” que Eliane se refere são os pais, mães, filhos, irmãos e companheiros de alguém que fazem parte do corpo de servidores do HU. “Essa instituição que hoje parabenizamos tem vida a partir das pessoas que nela trabalham, nossos colaboradores de diferentes vínculos. Parabenizamos quem constrói diariamente o Hospital que nos enche de orgulho e que é referência em nosso Estado, com muito amor e qualidade”, completa. 

Texto e Fotos: Jéssica Natal


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